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Um dos carros brasileiros mais polêmicos, o Emme Lotus era o fruto de um investimento alegado de US$ 200 milhões do grupo New Concept Aktiengesellshaft. Segundo a Megastar Veículos, braço brasileiro da companhia sediado em Pindamonhangaba, ele era o fruto de um projeto suiço iniciado dez anos antes do lançamento. A intenção era fabricar um sedã de luxo esportivo seguindo a filosofia de baixo peso da Lotus, capaz de competir contra BMW M5 e Mercedes-Benz E 55 AMG, para ser vendido tanto no mercdo interno quanto exportado (um modelo chegou a ser levado para a Europa e fez o trajeto Milão-Monte Carlo-Milão). O índice de nacionalização do carro era de 87%, sendo apenas motor e a transmissão importados, enquanto a carroceria (feita de Vextrim) e os outros componentes mecânicos eram nacionais. O carro possuia um nível de refino bem superior ao de qualquer carro nacional, chegando até mesmo a ter eixo traseiro auto-direcionável (como o Nissan Skyline GT-R). Uma das controvérsias sobre o carro é seu design, de linhas gerais muito semelhantes aos do Volvo S60, lançado em 1998, mas baseado no conceito Volvo ECC de 1992.
A fábrica e a linha de montagem do Emme em Pindamonhangaba.
O Emme Lotus no Salão do Automóvel de 1998.
Apesar de ter sido visto rodando como protótipo desde 1996, a apresentação oficial ocorreu apenas em outubro de 1997, durante o Brasil Motor Show. O material de divulgação então distribuído citava três versões, diferenciadas pela motorização: a 420 (2.0 16V de 145 cv), a 420T (2.0 16V turboalimentado de 183 cv) e 422T (2.2 16V turboalimentado de 264 cv). Os motores de 2 litros eram supostamente de projeto próprio e seriam fabricados no Brasil, mas suas especificações lembravam muito as dos motores VW AP 2000, como por exemplo o diâmetro e curso (respectivamente 82,5mm e 92,8mm). Já o motor 2.2 era uma unidade Lotus como a que fora empregada no Esprit. A este motor era acoplada uma transissão Borg Warner igual à do Ford Mustang V8, que tinha relações muito longas, inadequadas para um motor de torque em altas rotações montado em um carro de 1600 kg. Em 1998 o carro foi mostrado no Salão do Automóvel, quando começaram a ser aceitas as primeiras encomendas. A produção durou até 1999, quando a falência da Megastar foi decretada, tendo sido produzidas entre 12 e 15 unidades, das quais 5 seriam do modelo 420T e as restantes do 422T. Esses acontecimentos levantaram suspeitas sobre a idoneidade da empresa, pois não faria sentido um investimento deste porte para uma produção tão reduzida.
Acima o motor 2.0 16V turbo e abaixo o modelo 420T, que era equipado com esse motor.
Um dos compradores do Emme Lotus, o engenheiro Ronaldo Franchini de Belo Horizonte, decidiu investigar o que ocorria na empresa. Pelas informações que obteve junto a um dos ex-técnicos, os motores eram praticamente sucata para a Lotus, que já equipava o Esprit com o novo motor V8 3,5 litros biturbo. Segundo ele, de cada 10 motores que chegavam ao Brasil, apenas 2 podiam ser aproveitados, e alguns carros foram montados com motores defeituosos. A única participação da Lotus no projeto, teria sido enviar suporte técnico para a regulagem dos motores para atender os limites de emissões vigentes rodando com a gasolina brasileira. A fábrica, segundo apurado por Franchini, realmente possuia os equipamentos de moldagem e injeção (capazes de prduzir um veículo a cada 12 minutos com apenas dois funcionários) e setor de pintura, mas as peças plásticas não possuiam especificações de tolerância, de forma que nada garantia que uma peça defeituosa ou quebrada pudesse ser substituída por outra equivalente sem a necessidade de ajustes. Outro fator que gerava desconfiança era a abstinência de ABS e air-bags, que a esta altura já eram equipamentos padrão para carros dessa classe. De qualquer forma, após a falência da empresa muitas dúvidas ficaram, e aqueles capazes de esclarecê-las simplesmente desapareceram.
O modelo mais famoso, o 422T com motor Lotus.
Ficha técnica
Mais fotos:
Vídeos:
Fontes:
Revista Quatro Rodas, número 441, abril de 1997.
Revista Auto Esporte, número 379, dezembro de 1996.
http://bestcars.uol.com.br/artigos/emme-1.htm
http://www.fortunecity.com/silverstone/garage/560/422t-1.html
http://djjaragua.vilabol.uol.com.br/emme.htm
http://www.jalopnik.com.br/conteudo/a-misteriosa-historia-do-emme-lotus-422t