Emis Art

O nome do fabricante, Emis, vem de Eduardo de Miranda Santos, fundador da empresa. Inicialmente produzia buggies no Rio de Janeiro, mas produziu também um minicarro urbano de mecânica Volkswagen. Atualmente continua a produzir buggies, mas em Porto Alegre. Na década de 80, um pequeno carro ganhou algum destaque no cenário nacional por aparecer na novela Cambalacho da Rede Globo. O nome deste carro é Art e foi projetado pelo ortodontista Alfredo Soares Veiga (inspirado pelo Dacon 828), com a proposta de ser um minicarro urbano. Devido à sua concepção, tem comprimento reduzido, com lugar para apenas dois passageiros sem porta-malas, sendo possível carregar alguma bagagem no pequeno espaço atrás dos bancos. Possui chassi próprio, do tipo tubular, construído em forma de duplo Y com perfis de aço, enquanto a carroceria é de fibra de vidro, com pára-brisa, portas e vidros laterais do Chevette, vidro traseiro da Marajó, faróis e freios do Fusca, lanternas traseiras da Panorama e dianteiras da Brasilia e painel e rodas do Gol. O fato de possuir chassi próprio faz com que, diferentemente de alguns fora-de-série da época a direção do Art não puxasse para nenhum lado em linha reta, além de propiciar um comportamento neutro ao carro, como afirmou a revista Quatro Rodas ao testá-lo em julho de 1986: “Ele é absolutamente neutro e agarra firme no chão. Só nas curvas de alta é que sai um pouco de traseira. Mesmo assim seu limite é alto.”

O motor, como em muitos fora-de-série nacionais é o VW1600, nesse carro com dupla carburação acoplado a uma transmissão Volkswagen com coroa e pinhão iguais às do SP2, apresentando relações de marchas alongadas que melhor se adaptam ao baixo peso do veículo, reduzindo um pouco o elevado nível de ruído. Este se deve principalmente à dupla carburação e ao escapamento utilizado ser igual ao dos buggies Emis. O baixo peso do carro permitia a ele um desempenho muito bom, sendo apenas meio segundo mais lento que um XR3 na aceleração de 0 a 100 km/h, sem no entanto consumir muito combustível. Ao todo foram produzidos 153 veículos, 130 pela Emis e 23 pela sob a marca Emisul (nome adotado pela Emis após a mudança para o Rio Grande do Sul), até 1987, quando sua produção foi encerrada.

O pequeno Art tinha chassi e carroceria próprios, mas muitas de suas partes vinham de outros veículos nacionais.

O interior tem acabamento razoável, com painel do Gol.

O chassi do Art, em forma de duplo Y.

Ficha Técnica

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