Renha Formigão

Um dos fora-de-série nacionais menos conhecidos, o Formigão não fugia da combinação de mecânica Volkswagen com carroceria de fibra de vidro, mas tinha a peculiaridade de ser uma picape. Também como os outros fora-de-série, tinha peças retiradas de vários modelos de produção, como os faróis (do Fiat 147), lanternas (da Variant), entre outros. O motor era o mesmo 1600 da Kombi, que roubava espaço da caçamba. Havia ainda a opção de utilizar o motor igual ao da Variant (plano) que permitia uma fundo plano para a caçamba e que, segundo o fabricante, não era oferecido como item de série porque a Volkswagen não o fornecia, de forma que teria de ser comprado de fornecedores terceirizados, aumentando muito o preço final da picape. Apresentava uma característica incomum para uma picape, pois devido à localização traseira do motor, a dianteira ficou livre para abrigar o porta-malas, que no entanto era pequeno, pois dividia espaço com o tanque de combustível.

O desenho do Formigão seguia os padrões da época, com linhas retas e frente em forma da cunha.

A caçamba, na versão com motor de Kombi, tem um volume útil de 724 litros, com capacidade para carregar 650 kg. O interior conta uma painel simples, de fibra pintada de preto contando com marcador de gasolina e velocímetro na versão básica e ainda conta-giros na versão Luxo, versão esta que ainda vinha com bancos de couro, rodas de antálio e pneus mais largos. Vale ressaltar a preocupação com segurança do fabricante, pois na época já contava com cintos de segurança de três pontos. Atrás dos bancos existe um pequeno espaço para guardar objetos, e também dá acesso à tampa de um vão que se estende por baixo de parte da caçamba e que, na direita guarda a bateria e na esquerda o jogo de ferramentas. Apesar de interessante, esse sistema exige que os bancos sejam totalmente recuados para ser operado. O veículo era considerado confortável dentro do esperado pra a sua categoria na época, apresentando também boas acelerações e retomadas, principalmente devido a combinação do baixo peso 756 kg com o bom torque do motor VW. Segundo o fabricante, o Formigão e capaz de fazer 12km/l a uma velocidade constante de 80 km/h. O volante tem boa empunhadura e passa segurança, mas acaba atrapalhando a visualização dos instrumentos por ser muito pequeno. Durante a fase de protótipo, a alavanca de acionamento dos vidros ficava numa posição muito próxima do painel, que provoca ferimentos nas mãos de quem os acionasse, mas esse problema foi resolvido na versão de série.

Em 1983 a Coyote comprou os direitos de fabricação e passou a vendê-lo em forma de kit car, mudando o nome do carro para Country mudando também o apelo do veículo, de um visual mais esportivo para um mais off-road. Em 1985, a CBP adquiriu a Coyote e produziu algumas variações sobre o projeto original como a picape cabine dupla e o pequeno jipe EJ1. A produção foi encerrada no começo da década de 90, e é difícil estimar quantos foram produzidos.

A Coyote Country possui um apelo diferente do Formigão original, devido aos acessórios off-road.

A versão fabricada pela CBP é a que apresentou mais mudanças em relação ao projeto original, como os faróis duplos, além das versões cabine dupla e jipe.

Ficha técnica