Matra Picape

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A Matra Veículos S/A começou sua produção em 2001, com a Picape 2.5 TB-IC que foi projetada segundo o objetivo do empresário e produtor rural Nivaldo Rubens Trama de atender o uso em condições severas, até então suprido pelo Toyota Bandeirante. O chassi foi desenvolvido pela própria Matra, no qual foi montada uma cabine inteiramente feita de fibra de vidro. O projeto conta com muitos componentes encontrados em outros veículos, de forma que o projeto exigiu um investimento de cerca de US$1,5 milhão.

A fábrica da Matra em Ibaiti tinha capacidade para produzir até 1800 veículos por ano.

Em 2002, o veículo sofreu uma revisão na cabine, além de pequenas alterações estéticas. Inicialmente estava disponível em versões de cabine simples e estendida com freios a tambor nas quatro rodas, sendo que a versão chassi curto já vinha com caçamba, enquanto a versão chassi longo poderia ser equipada opcionalmente com caçamba de alumínio, de madeira ou baú. A versão cabine dupla foi lançada na 10.ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) em 2003, assim como a opção de freios a disco nas rodas dianteiras. O visual é bem chamativo, principalemte pela exótica combinação da frente curta e acentuada com um cabine alta (2,24 metros). O painel de instrumentos tem moldura externa quadrada, e os mesmos se limitam ao velocímetro, marcadores de nível de combustível e de temperatura e hodômetro total.

O interior é bem simples, predominando a fibra de vidro, mas a picape é de certa forma confortável, principalmente se analisada a sua proposta.

A visibilidade é boa devido a elevada altura e a ampla área envidraçada e o acabamento, apesar de rústico apresenta bom nível de isolamento acústico, principalmente levando-se em conta que o motor invade parte da cabine, ficando quase entre os bancos. O acabamento, pelo contrário, é um ponto negativo, apresentando encaixes imperfeitos e rebarbas por todo o habitáculo, mas pelo menos a limpeza pode ser realizada facilmente devido a cabine ser feita de fibra de vidro. O motor é uma unidade International Maxion HS Turbo Diesel com intercooler, 2.5 de 115 cv a 3800rpm e torque de 29 mkgf a 1600 rpm e a tomada de ar situa-se em posição elevada em relação ao solo, além de contar com um sistema de filtragem de ar projetado especificamente para terrenos empoeirados, garantindo maior vida útil para o motor. A transmissão é uma Eaton FS2305 igual a utilizada no Land Rover Defender, mas com montagem invertida. Está disponível em versões de cabine simples, estendida e dupla, chassi curto e longo e tração 4x2 ou 4x4.

O motor Maxion HS propicia um bom desempenho ao veículo, além de ser robusto e de fácil manuteção.

Nestas duas imagens é possível ver as diferenças entre o modelo 2001 (azul) e os modelos fabricados a partir de 2002(verde).

O desempenho do veículo é de certa forma surpreendente, sendo possível manter uma velocidade de cruzeiro de 70 km/h com alguma força de sobra para ultrapassagens. Acima de 80 km/h, entretanto, o veículo torna-se instável e apesar da boa empunhadura do volante o banco não segura bem o corpo do motorista, exigindo um certo esforço para guiar o veículo. Incomoda também a proximidade entre os pedais devido ao ressalto que acomoda parte do motor na cabine, mas se for observado o uso a que o veículo se destina esses são fatores de menor importância. O número de veículos fabricados é difícil de determinar, mas segundo informações foram produzidas 116 picapes, das quais 46 foram exportadas para a Argentina e o Uruguai. Em 2004, a empresa contava com 23 pontos de venda, distribuídos por oito estados e tinha planos para lançar um chassi para microônibus e um caminhão com capacidade para quatro toneladas em 2005, mas acabou falindo ainda em 2004. O motivo da falência não é claro, e alguns especulam que a empresa teria sido comprada pela Toyota, que desejava cobrir a fatia de mercado deixada pelo Bandeirante com a nova versão recém-lançada Hilux.

A opção de cabine dupla foi lançada durante o Agrishow em 2003.

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