PINAR

Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial o Brasil dava início a política de industrialização, que culminaria com os "50 anos em 5" de Juscelino Kubitschek. Nesse cenário, dois amigos, Edvaldo Oliveira dos Santos e João Gimenes (capitão e tenente do exército, respectivamente) deram início àquele que poderia ter sido o primeiro automóvel genuinamente brasileiro, o PINAR (Pioneiro da Indústria Nacional de Automóveis Reunidas). A construção ficou a cargo de Domingos Ottolini, proprietário da metalúrgica Regulador de Vehículos Ney Ltda. localizada no Grajaú, Rio de Janeiro e que fabricava o Eficiente Ottolini (dispositivo que melhorava a lubrificação nas partes altas dos motores) e o Regulador Ney (usado no Rio de Janeiro para limitar a velocidade de ônibus e caminhões). O veículo seguia as tendências de design da época, com a grande grade cromada, que apenas tinha função estética, pois o motor era traseiro. O motor, por sinal, é um dos itens mais polêmicos dessa história, pois segundo entrevista de Ottolini a revista O Cruzeiro, seria uma cópia do motor Volkswagen:“Fiz uma cópia fiel do motor alemão Volkswagen, cujo modelo foi roubado na Alemanha por um sargento brasileiro e entregue aqui no Brasil”. Três protótipos foram feitos à mão (em configuração sedan de 4 portas, cupê e conversível), e, segundo informações oficiais, foram apresentadas a Getúlio Vargas durante a Exposição Industrial de Água Branca, no ano de 1951, provavelmente com o objetivo de vender o projeto para que fosse fabricado pela estatal FNM, que à época já fabricava caminhões sob licensa da italiana Alfa Romeo. Contudo, uma segunda versão, contada pela bisneta de Gimenes afirma que os três veículos teriam sido dirigidos pelos idealizadores até Petrópolis, onde Getúlio Vargas passava suas férias, e teriam sido apresentados a ele e ao Ministro da Fazenda Osvaldo Aranha. De qualquer forma, sem apoio o projeto foi abandonado e os protótipos dividos entre os criadores, dos quais o modelo cupê teria ficado com Gimenes. Atualmente não há informações sobre o paradeiro desses veículos.

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