Monaco-Trossi

O primeiro carro de corrida projetado por Augusto Monaco (em parceria com Enrico Nardi) foi um carro chamado Chichibio, com motor de 1000cm3 e tração dianteira. Este carro obteve bons desempenhos em competições de hillclimb na Itália, o que motivou Monaco a construir um carro maior para a categoria Grand Prix até 750 kg. Para este projeto, Monaco juntou-se ao piloto e engenheiro Giulio Aymini. Eles conseguiram o apoio do senador Agnelii da Fiat, que ofereceu as instalações da Fiat em Lingotto para a construção e teste do novo motor radial de 16 cilindros, 4 litros, dois tempos e refrigerado a ar. Este motor contava com dois compressores mecânicos tipo Zoller M-160 que geravam uma pressão de 0,68 atm e dois carburadores Xenith, e gerava 250HP a 6000rpm. Os 16 cilindros dividiam-se em oito blocos posicionados em volta de um cárter central e cada um dos oito blocos possuia dois cilindros e pistões com camâras de combustão compartilhadas, onde as válvulas de admissão ficavam nos cilindros de trás e as de exaustão nos da frente. O virabrequim de três partes ficava localizado em um cárter de duralumínio e as bielas eram dispostas de forma que para cada bancada havia uma biela-mãe conectada as outras sete bielas. A exaustão era realizada por quatro coletores na frente do motor que levavam a dois canos de escapamento por baixo do carro. O motor apresentou muitos problemas durante os testes, o que levou Agnelli a retirar o apoio ao projeto.

A fábrica da Fiat em Lingotto, onde o desenvolvimento inicial do Monaco-Trossi foi feito.

Monaco então convenceu o Conde Felice Trossi a tornar-se parceiro no projeto. Desta forma conseguiu acesso a todas as instalações da oficina no castelo de Gaglianico, residência do conde. O chassi foi construído com uma estrutura espacial feita de tubos de aço com liga de manganês-molibdênio, com tubos cruzados mais largos na dianteira e na traseira, o que era novidade na época, assim como a posição do piloto, que ia sentado numa posição bem baixa. A carroceira ficou a cargo do Conde Revelli, amigo de Trossi, e mais parecia um avião sem asas que um carro de corrida. A transmissão era através de um eixo que atravessava a caixa de câmbio, chegava a embreagem de onde saia outro eixo que se conctava a caixa de transmissão. Dessa forma, a embreagem não ficava entre o motor e a caixa de câmbio o que facilitava a manutenção. Contava ainda com freios hidráulicos nas quatro rodas e a suspensão contava com amortecedores reguláveis de dentro do carro. Contudo, essa configuração de motor e tração dianteiros resultou em uma distribuição de peso unusual, com 75% na dianteira e 25% na traseira deixavam o carro com um comportamento extremamente sobre-esterçante, o que ficou claro durante os teste realizados por Aymini e Trossi em Monza durante o mês de julho de 1935. Durante este teste o carro chegou a uma velocidade de 250 km/h, impressionate mas bem abaixo das velocidade de cerca de 300 km/h atingidas pelo melhores carros alemães da época. O carro chegou a ser inscrito para o GP da Itália daquele ano mas devido ao desempenho abaixo do esperado, comportamento até perigoso e ao fato de as velas do motor não durarem muito tempo acabou nunca participando de uma competição. A viúva de Trossi doou o carro para o Museo dell'Automobile de Turim, onde permanece até hoje acompanhado do Chichibio.

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