Tecnocracia

A Tecnocracia é uma organização sombria, um grupo de agentes sinistros que manipulam e controlam a humanidade e estrangulam a criatividade e individualidade da espécie humana. Eles têm contribuído com o desenvolvimento da humanidade, constantemente forçando que todos aceitem o seu próprio ponto de vista científico, restringindo assim a consciência coletiva das pessoas. Eles não irão parar por nada até conseguirem transformar o mundo em um lugar escuro, horrível, com caixas de concreto como casas, tédio repetitivo como trabalho, e televisão suave como entretenimento, lavagem cerebral".

Hans Williamson, Mago Hermético

Entretanto, é claro que, isto não é a verdade.

A Tecnocracia é de fato um grupo de pessoas com habilidades comuns, como inteligência e consciência, que vigiam e policiam os lugares escuros onde a humanidade teme andar. Nós educamos o público, nós divulgamos o conhecimento que dará poder a nossa espécie para tomar nosso lugar de direito na galáxia. Nós desenvolvemos a tecnologia que nos ajuda a viver muito mais tempo, faz nossas vidas mais fácil, cura os doentes e alimenta os famintos. Os nossos membros são os guerreiros que patrulham os confins do espaço e impedem que criaturas hostis possam vir a ferir nossas mulheres e crianças, somos nós que caçamos e destruímos essas criaturas que atacam a humanidade desde tempos imemoriais. Nós somos a Tecnocracia, e nós estamos orgulhosos de nossas realizações.

A história da Tecnocracia como um todo começa com a Convenção da Torre Alva, em março de 1325. Cientistas-filósofos de todos os tipos se reuniram em uma torre apoderada de um místiko moribundo para discutir aquilo que eles viam como sendo uma situação desesperadora. O declínio da cultura clássica na Europa foi um golpe duro para as forças da razão iluminada. Havia se perdido a ciência grega, a arquitetura romana e a vida urbana. Na Ásia e no Oriente Médio, os filósofos tinham um papel secundário quando comparados com os màgicos e magos reais, enquanto o povo morria de fome. As forças da razão já tinham visto o suficiente.

A Idade Mítica era ótima... para os Despertos. A humanidade de um modo geral estava sofrendo nas mãos do sobrenatural, e os místikos dominantes fracassaram em suas responsabilidades. Os magos procuravam as artes màgikas enquanto esqueciam suas promessas junto ao homem comum. Os sacerdotes procuravam entender um Deus distante mas nào conseguiam ouvir os apelos dos vizinhos.

Os cientistas-filósofos concordaram em proteger as Massas. Para completar seu objetivo, eles estabeleceram a Ordem da Razão. Os fundadores iniciais incluíram os Artífices, astrônomos-explorado-res chamados de Perseguidores do Vácuo, os médicos do Círculo Hipocrático, os membros da Guilda, e os Inquisidores da Cabala do Pensamento Puro. (Ironicamente, aqueles responsàveis por organizar a Convenção, os Maçônicos, desapareceram de todos os registros).

Mais ou menos durante a virada do século XX, a Ordem da Razão foi modernizada (supostamente sob a orientação da Rainha Vitória), tornando-se a União Tecnocrata, ou Tecnocracia. Todos os elementos religiosos restantes foram abandonados em favor da razão inflexível, e as Convenções tiveram seus nomes alterados para se manterem relacionadas com suas tendências atuais. A Cabala do Pensamento Puro tornou-se a Nova Ordem Mundial e se concentrou na América do Norte e na Europa Ocidental. Após a criação pelos Artífices de um computador com inteligência artificial, que obtinha sensibilidade através da iteração "X" de um algoritmo de expansão de sensibilidade, eles se tornaram a Iteração X. O Círculo Hípocrático pretendia que seus membros fossem os Progenitores de uma nova raça de humanos. A Guilda tornou-se um Sindicato internacional. Os Perseguidores do Vácuo quebraram as barreiras da órbita terrestre; como Engenheiros do Vácuo, eles poderiam impor ordem a tudo o que existisse além dessa barreira.

Jáera a segunda noite que Luiza passava na casa de Winter. Ela procurava seu pijama na grande mala que ainda não tinha desfeito, e esbarra com o símbolo da Corporação Santanna, o broche que representava seu status no mundo de seu pai, que estava guardado num dos bolsos. Ela aprendera desde criança: Quando alguém lhe fizer perder a paciência, é só mostrar o broche, e essa pessoa passa a respeitá-la. E ela sempre foi respeitada e temida pelos criados todos, por ser tão pequena e jà ter um "S" de prata.

Entretanto, na casa de Winter não era assim. Era a primeira vez que ela morava numa casa que não fosse da Corporação, era a primeira vez que convivia com pessoas para quem um "S" de prata não significava nada. Ela pensava que seu pai tinha lhe deixado com Winter para que aprendesse a fazer bolas de fogo, mas logo se decepcionou... Eles todos, mesmo os que podiam fazer bola de fogo, não as faziam por medo de um tal de Paradoxo. Que nem era gente, era alguma coisa que nem se podia tocar... Os adultos que ela conhecera tinham medo de Lobisomens e do Sabbath, que eram coisas realmente fortes... Mas ter medo do tal Paradoxo ela nunca tinha visto!

E eles tinham medo de uma tal de Tecno-não-sei-o-que, que eram uns homens maus. Isso era mais compreensível, embora ela não soubesse ainda como funcionava essa corporação caçadora de magos... Ela se lembrava de um de seus tios, que uma criada uma vez lhe dissera que tinha algo a ver com sua mãe, e ele trabalhava no departamento de Tecno... Ela não sabia se era a mesma coisa, mas sabia que seu pai não gostava desse tio apesar de não ter medo dele...