#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL Durante os anos de 2023 e 2024, apareceram muitas notícias na internet sobre a Anomalia Magnética do Atlântico Sul. Ocorre que em sua maioria, essas 'notícias' são falsas, distorcidas e sem nenhum fundamento científico. A AMAS já foi mapeada em 1958, porém é conhecida desde o século IXX, ou seja, as desinformações já começam a partir das afirmações de que foi descoberta na década de 1980. O major Edsel de Freitas Coutinho, já em 1973, publicou na Revista Ciência e Cultura um artigo intitulado "INTRODUÇÃO ÀS PARTÍCULAS PRESAS E À ANOMALIA GEOMAGNÉTICA BRASILEIRA" em que descreve claramente o fenômeno.
#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL Ora, a desinformação é um risco e as publicações de efeitos catastróficos são mentirosas, pois o mapeamento da Anomalia Magnética do Atlântico Sul 'in situ' foi em 1958 por satélites de pesquisas lançados com esse fim. Os limites ao Sul da América do Sul permanecem relativamente constantes, enquanto a expansão da AMAS tem sido registrada nos limites Norte, Noroeste, Nordeste e Leste. Além disso, a forma e a densidade das partículas varia diuturnamente e com a atividade solar, com a maior concentração de partículas ocorrendo ao meio-dia local.
#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL A uma altitude de cerca de 500 km, a área da AMAS se expande entre -50° e 0° de latitude geográfica e -90° e +40° de longitude. A parte de maior intensidade da AMAS se desloca para Oeste à velocidade de cerca de 0,3 graus por ano. A taxa com a qual a AMAS se desloca, está bem próxima do diferencial de rotação entre o núcleo da Terra e a sua superfície, que é estimado entre 0,3 e 0,5 graus por ano. É sabido desde a década de sessenta que a AMAS causa problemas para instrumentos sensíveis embarcados em naves espaciais científicas. Sob a sua influência, sistemas e softwares podem propiciar dados falsos ou perdê-los, pois tais problemas nos computadores de bordo criam imagens e dados falsos.
#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL A AMAS causa uma redução de altitude no cinturão de radiação mais próximo da Terra e também uma menor intensidade. As partículas subatômicas carregadas que o campo magnético aprisiona numa altitude de aproximadamente 900 km sobre da superfície, que conseguem passar pela região podem ionisar a alta atmosfera. Na Anomalia Magnética do Atlântico Sul, a altitude média dos cinturões é em torno de 400 km em condições de baixa atividade solar, causando danos ou leituras erradas pelos sensores de satélites de baixa altitude que passam pela área.
#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL Os efeitos da AMAS, influenciados pelo ciclo de atividade das manchas solares, em 2024 estão no auge. Além disso, a sensibilidade crescente dos telescópios lançados ao espaço impacta muito as observações. Economicamente a AMAS afetou o projeto e construção Telescópio Hubble em US$ 1,5 bilhão, a missão Astro-1 em US$ 150 milhões na década de 1990. Para compensar os efeitos danosos, as naves recentes têm blindagens contra radiação, e as observações coincidem a baixa atividade solar na região. Segundo Dr. Edward J. Weiler em meados do ano 2000, chefe de astrofísica ultravioleta e visível da NASA, ''Está se tornando mais importante à medida que a sensibilidade dos detectores aumenta''. Também o Dr. Robert C. Bless, astrônomo da Universidade de Wisconsin que liderava o trabalho em instrumentos do Hubble, disse: ''É uma dor de cabeça, mas é algo com que você aprende a conviver.''
#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL John E. Pike, chefe de política espacial da Federation of American Scientists, um grupo privado sediado em Washington, disse que a AMAS é um problema generalizado para cientistas espaciais, ''É como o Mar dos Sargaços. É um risco constante para a navegação, embora a maioria das pessoas nunca tenha ouvido falar da AMAS''
#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL Desde o século IXX navegadores e cientistas sabem sobre o ponto fraco no campo magnético na costa do Brasil e atualmente se sabe que a razão é que o núcleo magnético da Terra e sua dinâmica na região são os causadores da Anomalia Magnética do Atlântico Sul. Os efeitos da AMAS no espaço, conforme citado acima, foram descobertos em 1958, quando os cinturões de radiação da Terra foram mapeados pela primeira vez pelo Dr. James A. Van Allen e sua equipe, físicos e engenheiros espaciais da Universidade de Iowa. Eles, além de mapear mediram a inclinação dos cinturẽs sobre o Atlântico Sul. Segundo ele, ''Você tem que ver qualquer dado obtido naquela área com grande suspeita, pois as partículas de radiação são, na maioria das vezes, elétrons e prótons presos nos campos magnéticos da Terra''.
#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL A AMAS teve um impacto relativamente pequeno nas naves no início da era espacial devido à aviônica embarcada ser muito robusta, porém, à medida que a tecnologia avançou, os sensores se tornaram mais delicados, e as partículas da região da AMAS causaram defeitos crescentes. O Dr. Bless, astrônomo da Universidade de Wisconsin, disse sua equipe teve sérios problemas com um satélite astronômico lançado em 1968: ''Ocasionalmente, éramos eliminados em áreas onde tudo deveria estar OK. Acontece que houve uma grande explosão solar dois dias antes e a SAA se espalhou em longitude, pois as dimensões variáveis da Anomalia Magnética do Atântico Sul devem ser mapeadas com precisão para que suas alterações possam ser antecipadas pelos astrônomos espaciais, há a necessidade de prever os efeitos da AMAS à medida que os instrumentos se tornam mais sensíveis e a maneira mais simples é não fazer nenhuma observação ao passar pela anomalia''. Em meados de 2000, o voo do ônibus espacial, levou em seu compartimento de carga um grupo de telescópios espaciais conhecidos como Astro-1.
#PROFESSORANGELOANTONIOLEITHOLDNOTASDEAULA#PY5AAL Modernamente, foi reforçada a proteção de instrumentos contra os efeitos da radiação, são projetados circuitos especiais que discriminam entre dados verdadeiros e leituras falsas geradas pela radiação da anomalia. Os cinco instrumentos que compõem o Telescópio Espacial Hubble têm esses tipos de proteção, de acordo com o Dr. Albert Boggess, cientista do projeto do Telescópio Espacial, baseado no Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland. Boggess disse: ''Uma das coisas importantes no desenvolvimento de um instrumento é fazer experimentos para descobrir o quão sensível ele é ao SAA, e então blindá-lo''. A blindagem é composta por uma camada de metal pesado enrolado ao redor do detector. Outra abordagem envolve sensores especiais e circuitos eletrônicos que detectam quando uma partícula carregada (em vez de um fóton de luz do espaço profundo) atinge um sensor. Essa leitura é então automaticamente subtraída do fluxo de dados enviados de volta à Terra. O Gamma Ray Observatory de US$ 650 milhões, lançado no final no final dos anos 1990, o Advanced X-Ray Astrophysics Facility de US$ 1,6 bilhão em 1997, e o Space Infrared Telescope Facility de US$ 800 milhões em 1999 tiveram em seus projetos toamadas precauções contra tais radiações com instrumentos projetados com proteções adicionais. Segundo o Dr. Boggess do centro Goddard: ''Isso é muito importante. Sem fazer algo desse tipo, você tem que se resignar a desligar durante a passagem pela região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, e não obter nenhum dado - algo que nenhum astrônomo quer fazer.''
CONCLUSÃO
As notícias da AMAS a partir de sites que as espalham, são sem nenhum conhecimento técnico e científico, são baseadas em ''teorias da conspiração'' e espalhadas repetidas vezes por 'criadores de conteúdo' sem responsabilidade. Tal desinformação pode muitas vezes, inclusive espalhar pânico entre a população ignorante que espera ''o fim do mundo''. Assim, deve ser divulgada a verdade a partir de dados científicos e verificáveis.
REFERÊNCIA
ANOMALIA MAGNÉTICA DO ATÂNTICO SUL - Professor Angelo Antonio Leithold