SEGUNDA PARADA

PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY

O QUE VAMOS CONHECER NA SEGUNDA PARADA?

  • PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY

  • AS PEGADAS DOS ANIMAIS

  • TERRA INDÍGENA DO APUCARANINHA

  • POVOS INDÍGENAS: KAINGANG, GUARANI E XETÁ

  • A TRADIÇÃO INDÍGENA E A NATUREZA

  • POVOS INDÍGENAS E OS MEIOS DIGITAIS

  • REFLEXÃO SOBRE OS POVOS INDÍGENAS E A CIDADE

  • A OCUPAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS

  • COMPANHIA DE TERRAS DO NORTE DO PARANÁ

PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY

A Mata dos Godoy fica no distrito de Espírito Santo, na área rural de Londrina.

O Parque é uma reserva de mata nativa, localizado na Fazenda Santa Helena, que se tornou uma unidade de conservação muito importante por abrigar diversas espécies vegetais e animais que quase não existem mais na região.

Possui cerca de 200 espécies de árvores, 282 espécies de aves (entre elas o tucano de bico verde, o araçari de bico branco, jacutinga, macuco, gralha-picaça e urubu-rei) e muitos outros animais da fauna nativa. São 65 espécies de mamíferos, como o tamanduá-mirim, macaco-prego, onça-parda, lontra, quati, anta e o quase extinto gato-mourisco.

Foto por Wilton Miwa

A maior parte da mata (90%) é destinada à pesquisas ambientais. Somente nos outros 10% é permitida a visitação.

Foto: Portal Cidade de Londrina

Entrada Trilha dos Catetos

Foto: Portal Cidade de Londrina

POR DENTRO DA MATA DOS GODOY

Fonte: Folha de Londrina

AS PEGADAS DOS ANIMAIS


Vamos treinar nosso conhecimento?

Desenhe no espaço abaixo as pegadas que você conhece!



Você já visitou o Parque Estadual Mata dos Godoy? O que achou do passeio?

TERRA INDÍGENA DO APUCARANINHA

Portal de Entrada para a Terra Indígena Apucaraninha

Fonte: Folha de Londrina, 2019.

A Terra Indígena do Apucaraninha fica localizada entre três rios: Tibagi, Apucarana Grande e Apucaraninha, e possui aproximadamente 6.230 hectares.

Antigamente, neste local, haviam muitas araucárias e palmitos.

Na Terra Indígena do Apucaraninha existem quatro aldeias: Água Branca, Serrinha, Barreiro e a Sede.

O local também é conhecido graças ao Salto do Apucaraninha, cachoeira com 116 metros de altura.

Fonte: "Os Kaingang do Apucaraninha e suas Histórias". Organizado pelo Centro de Memória e Cultura Kaingang. 2021.

Vista aérea do Salto do Apucaraninha

Fonte: Folha de Londrina, 2019.

Confira abaixo imagens do Salto do Apucaraninha

apucaraninha (1).mp4


Clique na imagem ao lado para ler a reportagem "TERRAE BRASILIS - Os primeiros da terra", da Folha de Londrina.

A reportagem fala sobre a Terra Indígena Apucaraninha, sobre a luta dos povos indígenas por suas terras e sobre sua cultura.

POVOS INDÍGENAS

Fonte: "Inclusão da Memória Indígena na Exposição de "Longa Duração" do Museu Histórico de Londrina. Museu Histórico de Londrina

KAINGANG

Os Kaingang vivem nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No século XIX e início do XX viviam também na Província de Corrientes, no norte da Argentina. Atualmente habitam mais de 32 Terras Indígenas e a maioria se encontra regularizada. Hoje também encontramos aldeias em áreas urbanas, rurais e na beira de rodovias (que estão em processo de regularização).

Pari - Armadilha de Pesca (Cultura Kaingang)

Acervo Museu Histórico de Londrina

O censo de 2010 do IBGE registra um total de 37.470 indígenas Kaingang, sendo 9.791 só no Paraná. No Paraná os Kaingang vivem em 12 Terras Indígenas: Apucarana, Barão de Antonina, São Jerônimo, Mococa, Queimadas, Ivaí, Faxinal, Marrecas, Rio das Cobras, Manguerinha, Palmas e Boa Vista.

O vídeo abaixo é o Documentário "Vida Kaingang", que conta sobre os indígenas dessa etnia que moram na Terra Indígena do Apucaraninha, localizada na divisa entre Londrina e Tamarana.

O Documentário apresenta algumas tradições da aldeia, como a Festa da Pesca do Pari* e a Festa do Dia do Índio. Também mostra a Escola Estadual Indígena João Kavagtãn (Kawatain) Vergílio, que possui as séries iniciais do ensino fundamental e ensina tanto a língua kaingang como o português, e o Colégio Estadual Indígena Benedito Rokag, que possui o ensino fundamental e médio.

No Documentário vários moradores dão seu depoimento sobre o dia a dia da aldeia e sobre sua cultura, além de contarem sobre a manifestação feita em Brasília no ano de 2014.

*Pari: artefato de pesca feito de trançado de taquara, armado sobre canais de pedras dentro dos rios.

Entre os anos de 2013 e 2016, o cineclube "Ahoramágica" desenvolveu algumas filmagens junto aos Kaingang da Terra Indígena Apucaraninha, que fica nos limites do município de Tamarana e Lerroville.

Também foram promovidas apresentações da linguagem audiovisual e de criação em cinemas aos indígenas (saberes estéticos e técnicos), que resultaram em 8 curtas-metragens dirigidos, roteirizados e editados pelos próprios Kaingang.

Ao lado você encontra o Blog do Centro de Memória e Cultura Kaingang, site onde você pode conhecer mais sobre os Kaingang e ver alguns dos filmes desenvolvidos.

GUARANI

Os Guarani falam a língua guarani que pertence à família Tupi-Guarani do tronco Tupi. Vivem espalhados num extenso território que inclui partes do Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai. No Brasil, o censo do IBGE de 2010 computou 67.523 pessoas que se declararam Guarani.


Os Guarani do sul do Brasil se dividem em três subgrupos: os Nhandéva, os Mbyá e os Kayowá. Os subgrupos apresentam diferenças linguísticas e também em relação aos seus objetos e à sua cultura imaterial.

Cesto (Cultura Guarani)

Acervo Museu Histórico de Londrina

XETÁ

A língua xetá pertence à família Tupi-Guarani. O censo da FUNASA registrou 57 pessoas Xetá em 2010. Não foram computados os Xetá que vivem fora das Terras Indígenas.

Tembetá (Cultura Xetá)

Acervo Museu Histórico de Londrina



Os Xetá foram o último grupo indígena no Paraná a entrar em contato com a sociedade nacional, na região da Serra dos Dourados, na região Noroeste. O primeiro contato ocorreu em 1954, quando um pequeno grupo apareceu na fazenda Santa Rosa.

Veja abaixo outros objetos indígenas que estão no Museu Histórico de Londrina. O primeiro carrossel mostra os objetos da exposição permanente do Museu. O segundo mostra àqueles que estão em Reserva Técnica.

Acervo Museu Histórico de Londrina

Acervo Museu Histórico de Londrina

A TRADIÇÃO INDÍGENA E A NATUREZA

Este episódio, que faz parte da série "Sagrado", fala sobre como as diferentes tradições religiosas se relacionam com a natureza e como uma das grandes preocupações atuais diz respeito à preservação do meio ambiente.

Será que as religiões podem ser aliadas no desenvolvimento de um mundo mais sustentável? Que regras e orientações cada tradição tem quando o assunto é o meio ambiente? E o contato com a natureza, pode ajudar a promover a espiritualidade? Como cada religião entende os bichos, as plantas e os diferentes ecossistemas?

No vídeo abaixo veremos como a cultura indígena tem esse entendimento!

POVOS INDÍGENAS E OS MEIOS DIGITAIS

Os grupos indígenas que vivem ou transitam em áreas urbanas, frequentemente se deparam com um preconceito bastante comum: o de que se usam celular ou outros aparelhos eletrônicos, é porque deixaram de ser indígenas. Contudo, essa afirmação está completamente equivocada.

As tecnologias são, para os indígenas e não indígenas, uma importante ferramenta!

Os indígenas, por meio da tecnologia, conseguem mostrar sua cultura e seus costumes para um público amplo, podem se comunicar com familiares e amigos, estudar, trabalhar e também aproveitar os meios digitais para o lazer. A tecnologia também pode ser utilizada na organização política entre membros de um mesmo povo ou de diferentes povos.

Fonte: MAST - Mostra Virtual Os Céus dos Povos Originários.

NA CASA DOS ANCESTRAIS:

Circulação teatral por onze terras indígenas do Paraná e de Santa Catarina.

Este projeto propôs o intercâmbio artístico-cultural entre a Companhia de Teatro londrinense Núcleo Ás de Paus e os povos indígenas dois dois estados.

Em 2018, Ahoramágica realizou a websérie "Na casa dos ancestrais", produzido junto à onze aldeias indígenas. Luis Mioto registrou os encontros e editou os quatro episódios da série.

Você pode assistir à websérie clicando na imagem ao lado.

REFLEXÃO SOBRE OS POVOS INDÍGENAS E A CIDADE

A presença indígena no meio urbano ainda salta aos olhos e coloca em pauta uma série de questões desafiadoras sobre o que é ser indígena.

Conversão religiosa, educação escolar, formação acadêmica/intelectual ou técnica, modos de sociabilidade, modos de vestir, modos de comer, modos de pensar. A passagem dos indígenas ao ambiente urbano tende a ser pensada como um processo de "desagregação cultural", como se estes pudessem "deixar de ser índio", apenas por eles não corresponderem mais àquele imaginário tradicional do que é esse "ser".

Segundo o IBGE de 2010, haviam mais de 315 mil indígenas vivendo em espaço urbano nos municípios brasileiros. Isso se deve a diversos fatores: áreas reduzidas para os povos indígenas, liberação de terras para serem ocupadas pelas cidades, a proximidade entre as aldeias e a cidade, busca de trabalho assalariado, entre outros.

Ainda, o fato do governo federal não elaborar leis que amparem as populações indígenas em contexto urbano pode ser entendido como uma estratégia para manter esses povos invisíveis e, assim, silenciados.


Fonte: NUNES, EDUARDO SOARES. ALDEIAS URBANAS OU CIDADES INDÍGENAS? REFLEXÕES SOBRE ÍNDIOS E CIDADES. UNB. Espaço Ameríndio.2010.

Fonte: Adir Casaro Nascimento, Carlos Magno Naglis Vieira. O ÍNDIO E O ESPAÇO URBANO: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTEXTO INDÍGENA NA CIDADE. Cordis. 2015.

A OCUPAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS

As Terras do Norte do Paraná eram ocupadas pelos povos indígenas, mas com o tempo, outras pessoas foram chegando para ocupar essas terras e também para ensinar a fé cristã para esses povos. Assim, surgiram os ALDEAMENTOS.

O QUE ERA UM ALDEAMENTO?

Aldeamento era o nome que se dava à união de indígenas em aldeias organizadas por missionários católicos. Os aldeamentos costumavam ficar próximos aos rios. Desta maneira, os povos indígenas deveriam esquecer sua própria cultura e se acostumar com a cultura que os grupos de não-indígenas estavam ensinando para eles.

Ilustração de um Aldeamento

Fonte: "Exposição Povos Indígenas do Norte do Paraná". Museu Histórico de Londrina.

Também, eram muitos os grupos de pessoas que iam em direção à essas terras em busca de um local para construírem suas novas vidas, mas de forma ilegal:

Posseiros: tomavam posse das terras e ali construíam suas casas, plantavam e criavam seus animais.

Grileiros: tomavam e vendiam terras que não eram suas.

Com essa situação o governo estabeleceu que só poderia ficar com a terra quem pudesse pagar por ela, e assim, os povos indígenas foram sendo expulsos de suas próprias moradias.

A paisagem foi mudando com o crescente desenvolvimento da cidade.


COMPANHIA DE TERRAS DO NORTE DO PARANÁ

A Companhia de Terras do Norte do Paraná chegou em Londrina no ano de 1929.

Essa Companhia, de origem inglesa, conseguiu terras do governo brasileiro para comercializar seus lotes e ganhar dinheiro com isso e, em troca, deveria construir estradas e organizar os espaços urbanos e rurais da região. Assim começou a propaganda para atrair comprados e moradores para o local.

Muitos dos que chegaram aqui nessa época ficaram conhecidos como pioneiros, mas hoje sabemos que, antes deles, os povos indígenas já habitavam essas terras, além dos posseiros, grileiros, e posteriormente pequenos proprietários de terras e até mesmo missionários.

Foto de George Craig Smith

Acervo Museu Histórico de Londrina

Acervo Museu Histórico de Londrina.

Entre 1924 e 1925 Lord Lovat e Arthur Thomas começaram a negociar as terras para explorar o transporte ferroviário fundando a Companhia de Terras do Norte do Paraná (CTNP). Em 1929 George Craig Smith liderou um grupo que saiu de São Paulo, atravessou o Rio Tibagi e aqui chegou para tomar posse e dar início à esse projeto.

A Companhia dividiu a terra em lotes urbanos e lotes rurais. O nome Londrina surgiu pelas mãos de João Sampaio, um dos diretores da CTNP para homenagear os ingleses fundadores da Companhia, já que o nome significa "filha de Londres".

Londrina foi organizada pela Companhia de Terras do Norte do Paraná em lotes simétricos. Contudo, com o tempo e o grande crescimento da cidade, o desenho original se perdeu.

Fonte: IPPUL - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina