TERCEIRA PARADA

DISTRITO DE ESPÍRITO SANTO

O QUE VAMOS CONHECER NA TERCEIRA PARADA?

  • CONHECENDO O DISTRITO DE ESPÍRITO SANTO

  • CULTIVO HIDROPÔNICO

  • CAPELA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

  • O "NOVO RURAL"

  • ESPAÇOS DE LAZER

  • VENDA DO ALTO/VENDA DOS PRETOS

CONHECENDO O DISTRITO DE ESPÍRITO SANTO

Bem próximo da cidade de Londrina, a apenas 15 km na zona oeste. Conhecido pelos restaurantes rurais. O distrito do Espírito Santo foi criado da união do patrimônio Regina com o patrimônio Espírito Santo no dia 20 de julho de 1994.

Foto de Rodolfo Gaion e Carlos Eduardo

O patrimônio Regina e o patrimônio Espírito Santo foram às urnas para decidirem se queriam se unir e serem promovidos a distritos. Segundo os próprios moradores, esse item foi apenas uma homologação, mas o que estava mesmo em disputa era o nome do futuro distrito: quem fizesse mais votos seria a sede e nomearia o distrito. O patrimônio Espírito Santo ganhou.

CULTIVO HIDROPÔNICO


O cultivo hidropônico é aquele produzido em um sistema de cultivo chamado HIDROPONIA.

Nesse sistema, as plantas são cultivadas em substrato ou solução nutritiva, e não no solo, ou seja, as raízes das plantas são nutridas a partir de uma solução com nutrientes que vão ajudar seu desenvolvimento.

Estufas da UEL. Fonte: uel.br

A hidroponia é realizada em locais fechados - como, por exemplo, estufas - e assim é possível realizar o cultivo durante o ano todo. Como substratos orgânicos mais utilizados no cultivo hidropônico estão:

  • Serragem

  • Casca de arroz

  • Musgo

  • Casca de árvores, etc.

Mas você sabia que, usando um vaso e um pouco de terra, você consegue fazer uma horta na sua casa? Vamos tentar?

CAPELA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

Foto por Wilton Miwa

Construída em alvenaria na década de 1950, para substituir a capela em madeira que existia antes. É composta do corpo principal com telhado cerâmico e elementos decorativos na fachada (frontão de linhas curvas e marquise com cobertura de cerâmica), além de campanário em torre independente.

O "NOVO RURAL"

Foto: Folha de Londrina

Segundo Silva, Del Grossi e Campanhola (2002), o "novo" rural é composto basicamente por três grupos de atividades:

Agropecuária moderna ligada às agroindústrias;

Atividades não agrícolas como moradias, lazer e prestação de serviços;

"Novas" atividades agropecuárias voltadas a nichos específicos de mercado.

Com as transformações ocorridas no meio rural, principalmente depois da modernização agrícola, essas atividades ganharam uma nova cara e saíram da informalidade, já que algumas já eram feitas pelas famílias.

Geralmente de caráter familiar, os donos das propriedades exploram as potencialidades do local por meio da produção hortifrutigranjeira, dos restaurantes rurais associados ao lazer e ao entretenimento, dos espaços alternativos para festas, dos pesqueiros, da venda de produção artesanal, dos espaços de cavalgada, entre outros.

Fonte: LUCA, Denise Santos de. Os restaurantes rurais e o novo rural: estudo de caso no distrito do Espírito Santo, Londrina - PR. Universidade Estadual de Londrina. 2012.

Foto: A Lavoura

Foto: Folha de Londrina

ESPAÇOS DE LAZER

Foto: Londrinatur

Após a Grande Geada Negra de 1975 e a mecanização do campo, não apenas os distritos rurais, mas os municípios de modo geral, sofreram os impactos do êxodo rural, e assim veio a necessidade de encontrar novos caminhos para o desenvolvimento local. Assim, novas atividades foram introduzidas no meio rural, valorizando os espaços e o contato com a natureza, as diferentes culturas que caracterizam a região e a educação informal por meio de experiências.

O turismo rural se caracteriza por: turismo interior, turismo doméstico, turismo integrado, turismo endógeno, turismo verde, agroturismo, turismo de pequena escala, entre tantas outras.

O turismo rural está vinculado com as características do meio rural como a produção agrícola e pecuária, paisagens rurais com vegetação nativa, arquitetura rural, contato com o campo e com os animais, culinária da "roça", entre outros elementos.

Restaurante Rural

Foto: Londrinatur

Essas atividades procuram mostrar a rotina, as experiências e os sabores do campo, trazem ensinamentos sobre desmatamento e preservação ambiental, sobre a produção de orgânicos e falam sobre as lembranças das famílias presentes.

O turismo rural é também cultural, com as pequenas igrejas e museus, as colheitas, festas, costumes e crenças tradicionais, artesanatos e comidas típicas, valorizando a produção local.

Forte característica do turismo rural são os restaurantes rurais, presentes em diversos distritos do município de Londrina, com paisagens naturais e práticas excursionistas, onde é possível ter contato com o meio rural e inseri-lo em seu cotidiano, com espaços de contato com a natureza, com comidas típicas e lazer.


Fonte: LUCA, Denise Santos de. Os restaurantes rurais e o novo rural: estudo de caso no distrito do Espírito Santo, Londrina - PR. Universidade Estadual de Londrina. 2012.

VENDA DO ALTO/VENDA DOS PRETOS

O cenário da década de 1950 foi marcado pela efervescência cafeeira no norte do Paraná e, ao mesmo tempo, a história de D. Izolina e da Venda dos Pretos apresenta a trajetória dos negros da região.

Izolina Maria de Jesus Francisco, a Dona Roxa, ou, simplesmente, a Dona Izolina, nasceu na cidade baiana de Paramirim, no ano de 1939. Chegou ao norte do Paraná, juntamente com os pais e oito irmãos, no inícios da década de 1950, auge dos fluxos migratórios nordestinos.

Dona Izolina. Foto: Livro "Dona Izolina e a Venda dos Pretos Solidariedade e Resistência"

Foto: Carlos Fante

Maria de Fátima com a mãe, Dona Izolina, em dia de serviço na Venda dos Pretos. Imagem publicada na Folha de Londrina, terça-feira, 17 de janeiro de 2012. Foto: César Augusto

HISTÓRIA DA VENDA

A Venda dos Pretos é um estabelecimento pertencente à família de D. Izolina há mais de 60 anos, já nas mãos da terceira geração. Foi comprada por seu pai, João Marques Neves, na década de 1950, com o suor de seu trabalho e de toda a sua família na derrubada das matas e nas lavouras de café.

Além das diversas características originais preservadas, como a construção rústica em madeira, o balcão em peroba e a antiga balança de precisão, há outra curiosidade sobre o estabelecimento: atrás do local há uma comunidade composta por sete casas nas quais residem sete famílias negras, todas aparentadas entre si.

Se no começo a Venda se localizava em meio às matas, hoje em suas proximidades situam-se condomínios fechados, de alto padrão, frutos das transformações urbanas ocorridas nas últimas décadas - e motivo para as constantes ofertas de compra da Venda dos Pretos.


Nas décadas de 1950 e 1960 foram de grande importância, tanto em áreas urbanas como em áreas rurais, os tradicionais armazéns de secos e molhados, organizações comerciais que antecederam as grandes redes de supermercados, buscando suprir as necessidades básicas dos moradores locais.

E na Venda dos Pretos tinha de tudo: entre os "secos", itens de primeira necessidade, vendidos a granel, como arroz, feijão, farinha, milho, macarrão, entre outros. Na comercialização dos "molhados" se destacavam as bebidas: água, gasosa, cervejas e outros alcoólicos.

Venda dos Pretos nos dias de hoje, administrada por Maria de Fátima Francisco. Foto: Folha de Londrina.

Do tempo dos "secos e molhados" algumas coisas mudaram na Venda dos Pretos: os alimentos que eram vendidos a granel agora são vendidos embalados, a balança de precisão, antes ferramenta de trabalho, hoje faz parte da decoração .

Cerimônia conjunta na Câmara de Vereadores de Londrina onde foi promovida a entrega do Diploma de Reconhecimento Público à Dona Izolina, ao rapper Mc Rei e ao Karateca Arthur Menezes, 2012.

Foto: Câmara Municipal de Londrina. Livro ""Dona Izolina e a Venda dos Pretos Solidariedade e Resistência".

Abaixo você encontra na íntegra o livro sobre Dona Izolina e a Venda dos Pretos!

Venda dos pretos.pdf