SÉTIMA PARADA

ARTE NA CIDADE DE LONDRINA

O QUE VAMOS CONHECER NA SÉTIMA PARADA?

ART DÉCO EM LONDRINA

Antiga Câmara Municipal de Londrina, com características arquitetônicas e decorativas da Art Déco - Foto: Caminhos de Londrina - Edição 2018

É no contexto do Século XX, período de ebulição das vanguardas históricas, das primeiras obras da arquitetura moderna, dos idealismos políticos, dos avanços tecnológicos da indústria e do período entre guerras que a Art Déco é apresentado como um estilo moderno de vida urbana. 

Embora não seja considerado um movimento artístico propriamente dito, pela ausência de uma doutrina teórica unificado com manifestos e paradigmas definidos, sua importância vai além do caráter decorativo, por estar diretamente relacionado com os preceitos do modernismo, principalmente, por este ser difundido e reproduzido além dos limites do seu país de origem.

A Art Déco é marcada por duas datas importantes: primeiramente, o ano de 1925, data do evento em Paris, intitulado Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes, conhecido como o lançamento formal ao público de um conjunto de manifestações artísticas, sem, no entanto, serem propostas como doutrinas teóricas. A segunda data, 1966, é o ano em que se adota oficialmente a denominação de Art Déco. 

No Brasil, a Art Déco tem maior recorrência nos anos de 1930 e 1940. O período é também o início do processo de industrialização e da valorização da cultura brasileira através da construção de uma identidade nacional. 

Cartaz do evento de Paris

Foto: Hans Coop 

Como está o prédio nos dias de hoje

ART DÉCO EM LONDRINA 

Surgiu em Londrina, na década de 1940, como uma referência utilizada principalmente nas edificações comerciais e em substituição à arquitetura de madeiro, no uso da alvenaria de tijolos cerâmicos. 

Hoje, muitos destes exemplares londrinenses já foram perdidos. Outros sofreram processos de descaracterização. 

Algumas construções deste estilo ainda resistem ao tempo, como as da Rua Sergipe e da Duque de Caxias, estando porém escondidas em razão de décadas de ocupação desordenada.

Vamos identificar elementos de Art Déco em uma construção aqui de Londrina?

Na comparação acima, vemos o prédio que na década de 1940 (primeira foto) abrigava a Fábrica de Guaraná Sublime, e que hoje está abandonado (segunda foto).

 Quais elementos de Art Déco você consegue identificar?

PALACETE DA FAMÍLIA DE SALIM SAHÃO

Salim Sahyun, de origem libanesa, chegou ao Brasil em 1921, onde seu sobrenome passou por alterações de escrita e pronúncia, tornando-se Salim Sahão. À medida que prosperou nos negócios, adquiriu 35 alqueires de terras em Londrina, no ano de 1935, avançando com empreendimentos comerciais como armazéns e máquinas de beneficiamento de café e algodão. 

O famoso Palacete da família (1946) possui trinta cômodos e causou impacto desde sua construção, já que as habitações da época se concentravam em construções em madeira.

Foto: Londrina - Memória Viva

Foto: Wilton Miwa

Nos anos de 1940, além do palacete, Salim Sahão edificou vários armazéns em alvenaria, também em Art Déco, além de construir um dos maiores e mais luxuosos edifícios da região sul do país, o Edifício Sahão e Hotel São Jorge (1952), localizado na Avenida Paraná. 

Na foto ao lado, é possível ver a construção do Edifício Sahão e Hotel São Jorge. 

PROJETO "GALERIA A CÉU ABERTO"

O projeto "Galeria a Céu Aberto" proporciona a exposição da arte nos muros da cidade, possibilitando à população um contato próximo com o universo artístico.

 As intervenções artísticas iniciaram com o grafite nos muros do Cemitério São Pedro (na Av. Rio de Janeiro). 

Também será disponibilizado telas em glicée com fotos históricas de Londrina, também no Cemitério São Pedro, na Rua Prof. João Cândido.

Fonte: ACESF - Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina.

Foto: ACESF - Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina.

SOBRE O CEMITÉRIO SÃO PEDRO

O Cemitério São Pedro também carrega algumas curiosidades, como o desenho de coração formado por seus corredores quando estes são vistos de cima. A construção do então Cemitério Municipal, em 1932, se dava nos limites da cidade, seguindo a concepção higienista que determinava o afastamento deste tipo de construção em relação às residências e aparelhos urbanos. Oitenta anos depois, o Cemitério se vê no centro da cidade de Londrina. 

Fonte: TEM LONDRINA. 2018.

O Cemitério São Pedro também carrega lendas em sua história. Veja abaixo algumas delas.

Túmulo da Bela Adormecida

CANTO DO MARL

Nos anos 1950, o prédio no quadrilátero central da cidade de Londrina foi usado pela União Londrinense de Estudantes (ULE), para que os jovens pudessem se reunir, conversar, estudar, festejar, expor seus trabalhos e lutar pelos seus direitos. 

Nos dias de hoje, o local é usado pelo Movimento dos Artistas de Rua de Londrina (MARL) e recebe feiras, contação de histórias, teatros, estudos, exposições de arte, festas e manifestações.

Na década de 1950, a luta se estruturou em torno da doação do terreno para os estudantes viabilizarem a construção do prédio. Na época, Londrina contava com milhares de estudantes, cerca de seis mil. O ano da construção do prédio da ULE (1959) foi também o ano no qual Londrina comemorou seu Jubileu de Prata.

Depois do golpe militar de 1964, o prédio chegou a ficar abandonado e desativado. No início da década de 1980 passou por um incêndio. De 1980 a 1989 foi sede de um estabelecimento comercial, o Palácio da Borracha, e também foi alugado para uma associação de skatistas, até voltar para a mão da ULEs em 1993. 

Em 2006 foi novamente abandonado, e, dez anos depois, foi ocupado pelo MARL, que estão lá até hoje. 

Foto: Londrina Cultura

Foto: Londrina Cultura

PROJETO CAMINHOS DO GRAFITTI

Por meio do Projeto "Caminhos do Grafitti", o viaduto localizado no cruzamento das avenidas dez de dezembro e Leste-Oeste, próximo à Rodoviária de Londrina, recebeu o trabalho artístico de diversos grafiteiros da cidade. 

Os murais retratam a diversidade étnica e cultural de Londrina, representando pessoas de diferentes origens. 

A avenida dez de dezembro é um dos principais corredores de circulação da cidade, o que deu grande visibilidade para o projeto. 

Foto: Prefeitura de Londrina

Foto: Prefeitura de Londrina

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AGENOR EVANGELISTA

Nascido na Vila Portuguesa, é fundador do Instituto do Movimento de Estudo da Cultura Afro-brasileira Palmares, de 1986, assim como da Mostra Afro-brasileira Palmares

Envolvido no mundo das artes desde 1977, influenciado pelo também artista plástico Henrique Aragão.

Participou de mais de 200 mostras, com várias premiações. 

Lançou revistas para o público infanto-juvenil e adulto. 

Fez a capa da lista telefônica da Telepar e a capa dos "Meninos de Kichute" do escritor Marcio Américo. 

Entre os anos de 2003 e 2015 desenvolveu cerca de dez mil quadros pequenos, do tamanho de uma carta. Já os trabalhos maiores, foram em torno de três mil.

O artista explora a arte como uma ferramenta social. Retrata cenas suburbanas como mulheres lavando roupa, trabalhadores conversando no bar ou crianças brincando. Também dá destaque para o Negro, a Escola de Samba Zumbi dos Palmares e a região dos Cinco Conjuntos. 

HENRIQUE DE ARAGÃO

Veja abaixo o filme sobre o artista Henrique de Aragão, produzido pela equipe de audiovisual do Museu Histórico e de Artes de Ibiporã (MHAI), vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Ibiporã, com direção de Jaime Kaster.

Fotos: Prefeitura de Ibiporã

Nascido em Campina Grande, Paraíba, em 1931, desde a infância o artista Joaquim Henrique de Aragão, conhecido apenas como Henrique de Aragão, desenhava histórias em quadrinhos com tijolo, telha e carvão pelas calçadas e muros da cidade. 

Deu início à sua formação artística em Recife e depois se aperfeiçoou na Europa. De volta ao Brasil, morou em São Paulo e em 1965 foi para Ibiporã, onde ficou até seu falecimento. 

Conhecido internacionalmente, com exposições na Itália e na Suíça, é autor de centenas de obras que se encontram em igrejas e espaços públicos do norte do Paraná.

 Escultor, pintor, desenhista, dramaturgo, poeta e animador cultural, ficou conhecido como grande renovador da arte sacra nacional. 

Responsável pela instalação do Museu da Escultura ao Ar Livre do Norte do Paraná, em Ibiporã, um dos primeiros no gênero no sul do país. Também foi o idealizador da Casa de Artes e Ofícios Paulo VI, da qual assumiu a direção em 1969. Esta se refere à um polo artísticos voltado à comunidade de Ibiporã, que oferece cursos de dança e teatro, além de reunir um minimuseu, teatro ao ar livre, laboratório e ateliê de escultura. 

WILLIAN SANTIAGO

Dono de um olhar sensível, com obras de cor vibrante e com toque brasileiro, Willian era um artista majoritariamente digital, mas que imprimia ao próprio trabalho um toque artesanal ao digitalizar papéis antigos ou criar marcas com giz e respingos de tinta. 

Willian começou trabalhando com branding de moda, e a partir de 2014, ao abrir o próprio estúdio de ilustração, colaborou com grandes nomes como Itaú, Natura, Sesc, Nestlé, Farm, L'Occitane, Havaianas, entre outros. Também ilustrou diversas revistas e capas de livros e ganhou o Prêmio Jabuti de 2017, com Kidbook.

Além disso, Willian tinha uma produção autoral definida por ele como "um universo colorido e lúdico cheio de brasilidade".

Willian faleceu aos 30 anos por complicações da covid-19. 

CARÃO

Tadeu Roberto Fernandes de Lima Júnior, também conhecido como Carão, é um artista plástico, tatuador e grafiteiro de Londrina. 

Passou sua infância no Conjunto Habitacional João Paz, na região Norte de Londrina, e estudou na Escola Municipal Aristeu dos Santos Ribas. 

Descobriu seu talento para a arte ainda quando criança, ao desenhar nos papéis e cadernos da escola. 

No ano de 2000, participou da Primeira Oficina de Grafiteiros realizada na cidade, e foi a partir daí que começou a ter contato com essa arte. Seu primeiro grafite foi feito em um muro da escola.

Depois de aperfeiçoar sua técnica, fez pinturas em diferentes cidades do Brasil e do mundo.

CLÁUDIO FUNARI - "MEMORIAL 70 ANOS DE LONDRINA"

No aniversário de 70 anos de Londrina, o artista plástico Cláudio Funari entregou ao Museu de Arte de Londrina uma obra feita em homenagem à cidade. 

A obra, um painel gigante em pintura acrílica que registra a história da cidade até o ano em que completou 70 anos, foi fruto de dois anos de pesquisa e seis meses de execução. 

Quando o projeto tomou corpo, recebeu o patrocínio da Sercomtel, que o incluiu na comemoração de aniversário do município. Também fez parte de exposições itinerantes, sendo levado para escolas, shoppings, bibliotecas e outros locais públicos. Atualmente está na Secretaria de Educação de Londrina. 

SOBRE O ARTISTA

Nascido em São Paulo, chegou em Londrina em 1982, como carnavalesco, e participou de diversas manifestações e movimentos culturais. Foi poeta-mimeógrafo, deu aula de artesanato, escreveu colunas de arte, apresentou programas de rádio e dirigiu peças de teatro. Organizou a Mostra Zumbi dos Palmares com outro artista, Agenor Evangelista, e fundou o Barracão das Artes com Benê Olive. No início da década de 1990, mudou-se para Santa Catarina e retornou em 2002.

VAMOS JOGAR? 

NAS IMAGENS ABAIXO, ACHE OS PONTOS FAMOSOS DE LONDRINA! ESCREVA QUAIS PONTOS VOCÊ ACHOU!

Fotos por Vivian Honorato