OITAVA PARADA

DISTRITO DE PAIQUERÊ

O QUE VAMOS CONHECER NA OITAVA PARADA?

  • O SIGNIFICADO DO NOME PAIQUERÊ

  • CONHECENDO PAIQUERÊ

  • PLANTAÇÃO DE ALGODÃO

  • PLANTAÇÃO DE RAMI EM URAÍ

  • PATRIMÔNIO DE GUAIRACÁ

O SIGNIFICADO DO NOME PAIQUERÊ

Os indígenas que habitavam a região consideravam o local uma espécie de paraíso terrestre, com mata densa, campos verdes, rios límpidos e muitas árvores frutíferas. Em uma tradução menos literal, Paiquerê também significa "o que está ou vem de cima"

CONHECENDO PAIQUERÊ

Paiquerê fica a 35 km de Londrina. É o terceiro distrito mais populoso da cidade. Sua elevação populacional é consequência da construção de aproximadamente 150 casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida.

A terra roxa do local, de ótima qualidade produtiva, atraiu muitos produtores rurais para o distrito. No início da década de 1940, surgiram as primeiras fazendas de café, mas, com a geada negra de 1975, a plantação foi substituída pelo rami - planta usada pela indústria para fabricação de tecidos - e posteriormente o algodão.

Até 1996 o trabalho na lavoura era representativo para o distrito e, a partir dessa época, as pequenas propriedades foram desaparecendo, se transformando em grandes propriedades de soja e milho.


Fonte: Gazeta do Povo. 2013. https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/as-varias-londrinas-50u409g2imwsr1ttmdvqtgqi6/

Fotos: Rodolfo Gaion e Carlos Eduardo

Inauguração da Escola Rui Barbosa, no distrito de Paiquerê, em 16 de junho de 1973 - Foto por Oswaldo Leite - Coleção Prefeitura Municipal de Londrina - Acervo Museu Histórico de Londrina.

O local só foi reconhecido como distrito em 1964, e o decreto abrangeu o Patrimônio de Guairacá - antigamente denominado Coronel Santos.

Além das culturas de subsistência, a principal atividade econômica nas origens de Paiquerê era a criação de suínos: derrubavam a mata e soltavam os porcos para pastarem.

PLANTAÇÃO DE ALGODÃO

A cidade de Paiquerê sofreu pelos intensos impactos da erradicação do café e o avanço da mecanização do campo.

Com a queda abrupta da produção e da venda do café, a maioria das pequenas propriedades investiu, segundo relatos da própria população, na produção do algodão, cultivo que empregava grande número de mão-de-obra.

Porém, após a doença do Bicudo, que impossibilitou a continuidade da produção e a mudança da lógica produtiva, o cultivo teve que ser trocado, sendo que a maioria dos pequenos proprietários optou pelo Rami.

Foto: Revista Campo e Negócios

Foto: Correio 24 horas

PLANTAÇÃO DE RAMI EM URAÍ

O Rami foi uma planta bastante usada para a produção de tecidos no Paraná. Teve seu auge no Brasil no município de Uraí, na região de Londrina, no Norte do estado.

O nome rami vem de ramish, palavra de origem malaia, dado à essa planta pertencente à família das urtigas, que se distingue pela ausência de pelos urticantes.

Apesar de ser cultivado quase que exclusivamente para a produção de fibras têxteis, o rami foi introduzido no país como planta forrageira.

O rami pode ser utilizado em diversos segmentos, além do material têxtil: pode ser usado na fabricação de cordas e barbantes, para gerar a celulose para a produção de papel moeda, pode ser empregado na fabricação de mangueiras, pneus, fios de paraquedas e muito mais.

Foto por Jorge Takano

Foto por Jorge Takano

Colheita do Rami - Foto por Jorge Takano

HISTÓRIA

Em 30 de dezembro de 1943, Uraí foi elevado à Distrito Administrativo de Assaí. Em 1947 tornou-se município.

O acelerado desenvolvimento do local neste período está alicerçado na cultura do rami, que teve seu momento áureo entre as décadas de 1960 e 1980.

Uraí tornou-se o maior produtor de rami do país, sendo denominado "Capital Mundial do Rami", e nesse período teve seu maior índice populacional: 24.600 habitantes.

A "saga do rami" está vinculada à intervenção dos colonizadores de origem nipônica, no momento em que o chefe da Companhia Imigratória manda ao Brasil o engenheiro Reiliti Matsui, que traz consigo variedades de plantas asiáticas. Com os ótimos resultados, decidiu-se por fazer uma plantação ainda maior, numa fazenda próxima a Jaboticabal, cidade colonizada por japoneses, que posteriormente se deslocariam para Uraí.

Em 1938 uma variedade de rami, produzida em laboratório, mais produtiva e de melhor qualidade, chegou ao Brasil, o que levou a consolidação da planta no Norte do Paraná na década de 1950.


A produção sofreu oscilações devido à 2° Guerra Mundial e também porque não havia mercado consumidor para sua produção.

Entre 1976 e 1977, de acordo com o Iapar, o maior produtor mundial de rami era a China, seguindo-se do Brasil e Filipinas. O estado do Paraná liderava a produção brasileira, destacando-se os municípios de Uraí, Assaí e Londrina.

Em 1988, a demanda mundial voltou a cair e a produção também. Um dos fatores que colaborou para a desestruturação deste segmento foi a abertura do mercado interno e a mudança de utilização da matéria prima.

A baixa demanda do produto provocou o abandono das lavouras, o que gerou desemprego na região (que dependia da produção de rami) e o êxodo rural.

Fonte: Cleuza Batista de Oliveira, Alessandra Babler Gusmão e Regina Célia Alegro. Cronica da cultura do rami em Uraí: lembranças de trabalhadoree, 1960-1980. 2009.

Clique e assista na reportagem abaixo uma história curiosa sobre uma carta encontrada em um trem da Suíça, que conta sobre o rami da região de Londrina, e o depoimento de um casal que trabalhou com a planta!

PATRIMÔNIO DE GUAIRACÁ

Situado a 60 km de Londrina, sua formação está ligada diretamente ao distrito de Paiquerê.

O primeiro momento da formação do local se dá pela figura do trabalhador do café, os migrantes nordestinos, mineiros e paulistas que se dedicavam ao seu plantio. Porém, o patrimônio nasceu oficialmente para atender a demanda da Fazenda Guairacá, uma fazenda que chegou a acolher 300 famílias e ter mais de um milhão de pés de café.

A primeira construção do patrimônio foi um empório que, além de vender produtos alimentícios, comprava e vendia cereais.

Fonte: CAMPOS, Cássia Margarida. A Permanência do Pequeno Produtor Familiar - Patrimônio Guairacá - Londrina/PR. Universidade Estadual de Londrina. 2002.

Patrimônio de Guairacá na década de1970

Acervo Museu Histórico de Londrina

Citação do Sr. Januário Frederico, um dos primeiros a chegar na região, vindo de São Paulo.

Fonte: CAMPOS, Cássia Margarida. A Permanência do Pequeno Produtor Familiar - Patrimônio Guairacá - Londrina/PR. Universidade Estadual de Londrina. 2002.

Foto por Wilton Miwa

Atividades escolares no distrito de Guairacá, década de 1970 - Foto por Oswaldo Leite - Coleção Prefeitura Municipal de Londrina - Acervo Museu Histórico de Londrina.

Atividades escolares no distrito de Guairacá, década de 1970 - Foto por Oswaldo Leite - Coleção Prefeitura Municipal de Londrina - Acervo Museu Histórico de Londrina.