TERCEIRA PARADA

CONJUNTOS HABITACIONAIS

O QUE VAMOS CONHECER NA TERCEIRA PARADA?

  • PRIMEIROS BAIRROS POPULARES

  • RESIDENCIAL VISTA BELA

  • CONJUNTO HABITACIONAL DE JERUMENHA

  • VILA PAULISTA

  • O QUE PRECISAMOS TER PERTO DE CASA?

  • RETRATOS FILMADOS

PRIMEIROS BAIRROS POPULARES

A cidade que foi organizada pela Companhia de Terras do Norte do Paraná, estabeleceu seus limites a partir da linha férrea: acima dela, a cidade planejada pela CTNP; abaixo, a cidade constituída por bairro populares e famílias que ali se organizaram em uma dinâmica própria.

De acordo com pesquisas, Fresca (2002) situa a região norte de Londrina como espaço abaixo da linha férrea e que, apesar do distanciamento, encontrava-se nas proximidades dos primeiros bairros populares, fundados entre os anos de 1936 e 1939. Isso fez com que os lotes de terras nessa direção fossem menos valorizados e, automaticamente, mais acessíveis à população.

Na década de 1950 já existiam 53 vilas espalhadas pelo município, nascidas do processo de loteamento de áreas afastadas no centro administrativo e comercial de Londrina. Eram bairros resultantes de vendas de pequenos terrenos a preços baixos e sem infraestrutura.

Entre os moradores, é possível apreender a identidade de pioneirismo nestas regiões. O pioneiro, aquele que chegou primeiro, que enfrentou o espaço e suas condições naturais. Os moradores desses locais tem suas ações ligadas diretamente ao desenvolvimento dos bairros. Estes moradores estabelecem uma relação afirmativa de sua identidade na formação e constituição da cidade, sempre se remetendo à precariedade do espaço, à sua luta por sobrevivência dentro das adversidades e ao fato de como a cidade chegou até eles.

Fonte: LOPES, André Camargo. As margens do progresso: a expansão urbana de Londrina nas representações de moradores de um bairro popular as margens da cidade. 2010.

Acervo Museu Histórico de Londrina

Conjuntos habitacionais entregues pela Cohab-Ld no início da década de 1980, destacando sua distância em relação à área central da cidade. Acervo Cohab-Ld.

LOCALIZAÇÃO

Importante lembrar que, assim como os programas habitacionais populares iniciados na década de 1960, os programas atuais buscam situar os residenciais em locais mais afastados, deixando espaços vagos entre os bairros estruturados e os novos residenciais, objetivando a valorização dos vazios urbanos e, consequentemente, a especulação imobiliária.

O que motivou a criação dos primeiros conjuntos habitacionais foi esta especulação imobiliária, que acabou por elevar os preços dos lotes urbanos, limitando o acesso a terra por parte da população.

Só na década de 1970 foram anexados 127 novos loteamentos e a malha urbana perdeu seu formato retangular, que mantinha até então.

Os novos núcleos de bairros foram: os "Cinco Conjuntos" (formado por Newton Guimarães, Sebastião M. Cesar, Luiz de Sá, Aquiles Guimarães, Parigot de Souza I e II, Semiramis I e II e Vivi Xavier I e II), Parque das Indústrias, São Lourenço, Jardim San Fernando, Industrial I e II, Jardins Sabará e Santiago e os Conjuntos Habitacionais Lindóia, Mister Thomas e Novo Amparo.

Foto aérea de construção de conjunto habitacional na Zona Norte de Londrina - Acervo Museu Histórico de Londrina

Segundo informações da COHAB-LD de 1995, a cidade não tinha nem 30 anos e já começava a enfrentar os primeiros problemas relacionados à habitação: falta de moradias e invasão de terrenos.

RESIDENCIAL VISTA BELA

Inserção do Residencial Vista Bela em 2011. Fonte: Elisa Roberta Zanon

O Residencial Vista Bela é um empreendimento habitacional do Programa Minha Casa Minha Vida, realizado em Londrina por meio de parceria do Governo Federal, que entregou cerca de 42 mil casas e 45 mil apartamentos em 2011.

Situado no extremo oeste da Avenida Saul Elkind, colocou determinado contingente da população nos extremos da cidade sem ofertar antes equipamentos urbanos como unidade de saúde básica, unidade escolar com diferentes modalidades de ensino, praça e áreas de lazer, além de comércio diversificado.

Atualmente o local já possui unidades escolares, forte comércio local e diversidade de serviços, de modo que não há mais dependência de outras regiões da cidade.

Foto por Elisa Roberta Zanon

Foto por Prefeitura Municipal de Londrina

CONJUNTO HABITACIONAL JERUMENHA

O Conjunto Habitacional Jerumenha começou a ser construído no ano de 1973. As obras ficaram prontas no mesmo ano.

Foi o sétimo Conjunto Habitacional construído em Londrina e contava com 141 casas - sendo relativamente pequeno, se comparado a outros.

O conjunto recebeu o nome de Jerumenha em homenagem à cidade natal do Prefeito da época, Dalton Paranaguá.

O ANTIGO ATERRO SANITÁRIO

Segundo os próprios moradores, para que a construção fosse rápida e sem um custo elevado, decidiu-se por utilizar o terreno de um antigo aterro sanitário, também por este já ser da Prefeitura e não precisar de encargos financeiros para a compra.

O local havia se tornado aterro sanitário na década de 1950. O aterro era composto por valas que eram cobertas com terra quando estavam a um metro de serem preenchidas por completo. Com a expansão da cidade, foi necessária a mudança do aterro para outro local.

Os militares chegaram a requisitar o local para a construção do 5° Batalhão, mas quando a Prefeitura soube, fez um abaixo assinado para construir o Conjunto Habitacional, que serviria como moradia para os funcionários da própria Prefeitura.

PROBLEMAS DA DECISÃO

As primeiras casas foram feitas adequadamente, contudo, com a pressa para a entrega, o mesmo não ocorreu com as demais. A partir do terceiro ano de construção começaram a surgir rachaduras nas paredes das casas, fazendo com que algumas tivessem que ser demolidas e reconstruídas. Houve também o afundamento dos pisos e alicerces causado pela compactação do solo, além do mofo e do bolor.

Outro problema relatado é que, no começo, o acesso ao Conjunto era difícil, e não havia ônibus que chegasse até lá.

Algumas reformas e construções foram pagas pela Prefeitura e algumas pagas pelos próprios moradores, que iam arrumando suas casas aos poucos.


Fonte: LOPES. Ailton Aparecido. Do Lixão à Habitação: as faces do Conjunto Habitacional Jerumenha. Londrina - PR. Universidade Estadual de Londrina. 1996.

VILA PAULISTA

O Jardim Paulista (ou Vila Paulista) é oriundo da chácara Águas do Quati.

É um bairro composto por residências que vão desde casebres de madeira de três ou quatro cômodos, de casas mistas, que formam verdadeiros caixotes, ocupando toda a área territorial da propriedade com suas paredes irregulares, ora de alvenaria, ora de madeira, remanescentes do período de formação do bairro e da adaptação das famílias ao seu eventual crescimento, até as suntuosas construções de sobrados da Rua Visconde de Guarapuava.

FAVELA CANTINHO DO CÉU

O marco delimitador do bairro, que segrega os espaços de bairro e de favela, é a Rua Nilo Cairo, quarta e última rua, escondendo em suas modestas construções, um cortiço de casas que se espalham por três vielas até as margens do Ribeirão Quati.

De acordo com os dados da COHAB-LD, o local onde se encontra hoje o Cantinho do Céu, era parte de uma propriedade particular, pertencente ao Sr. José Dias Aro, no qual havia uma plantação de café, uma casa grande de alvenaria com gramado extenso e uma piscina.

A propriedade ficou abandonada e assim as famílias ocuparam o local a partir do ano de 1961.

Neste sistema de economia construtiva, os moradores compravam o material de construção de outra casa já montada, provavelmente em demolição. Desmontavam essas casas e as utilizavam no levantamento de suas construções. Em sua grande maioria, este trabalho era feito pelos próprios moradores.

Atualmente, o Jardim Paulista é um bairro com pouco mais de cem famílias residentes, incluindo os moradores da favela.

Fonte: LOPES, André Camargo. As margens do progresso: a expansão urbana de Londrina nas representações de moradores de um bairro popular as margens da cidade. 2010.

O QUE PRECISAMOS TER PERTO DE CASA?


Além das palavras que você encontrou no Caça-Palavras, você se lembra de mais alguma coisa que precisa ter perto de casa?

RETRATOS FILMADOS

Retratos filmados é uma websérie de pequenos documentários-poesia sobre a memória dos moradores da comunidade da região oeste de Londrina. Episódios que têm a memória afetiva dos moradores da região como matéria prima para criação de poesia audiovisual.

No total são 14 episódios com diversos personagens e histórias profundamente sensibilizadoras. Os filmes foram gravados em 2014 e editados em 2015.