Professoras: Professora de Educação física:

Sttefany Cipriano Ferreira Ramos Ana Cristina Teixeira Benchimol

Rosilene da Silva Maria Clara Soares

Rosa Malena Miranda de Melo

Rubia Mesquita Martins Faust

Supervisora Educacional:

Sabrina Romariz Brandão

Silvana Carvalho de Andrade

Direção:

Patricia Abs da Cruz

“Quando nos dedicamos a observar a natureza, as descobertas tornam-se infinitas. Na companhia de uma criança, ampliamos ainda mais a percepção do mundo: com encantamento, admiração, reverência e gratidão.”

Ana Carolina Thomé e Rita Mendonça

Este ano, ainda é muito atípico para nós, educadores, como para as famílias e crianças. Vivemos um grande ciclo de inserção, pois cada semana retorna criança para o modo presencial, criança essa, que por um ano e meio estavam só em casa com seus familiares. Esse retorno ao presencial, ainda é bem complexo, pois frequentemente as crianças se afastam da unidade educativa, temos as frequentes faltas por causa dos constantes resfriados e também o afastamento da turma devido às suspeitas de covid 19.

Inicialmente, procuramos criar vínculos com as crianças e famílias, após isso, estabelecemos uma organização de trabalho, levando em consideração os interesses e especificidades do grupo 5A. Nosso acolhimento foi construído através das propostas coletivas, envolvendo as crianças que estão no ensino remoto e as que voltaram para o atendimento presencial.

Nosso atendimento presencial, começou neste semestre, num momento ainda delicado, A pandemia do covid-19, ainda não acabou e mexe com o nosso dia a dia na unidade educativa. O retorno aconteceu primeiramente com carga horária reduzida e aos poucos foi ampliando seus horários, de acordo com o Plancon. Continuamos com as ações comunicativas de modo remoto para aquelas famílias que optaram por permanecer online.

As crianças que compõem o grupo 5A e estão frequentando a unidade presencialmente são 15 e Dez crianças que continuam totalmente online.

As propostas realizadas tinham como o foco a preservação do meio ambiente e o cuidado com a natureza. Procuramos estimular nas crianças as percepções, a exploração e a experimentação, através das vivências, a fim de complementar a formação da identidade, autonomia e compreensão, bem como o desenvolvimento afetivo, cognitivo, perceptivo motor, linguagem, raciocínio lógico e interação social.

Nosso grupo vivenciou muitos momentos de descobertas, como por exemplo quando trabalhamos com eles sobre o projeto TAMAR. Cantamos músicas, vivenciamos histórias e vídeos, mostramos curiosidades sobre as tartarugas e também dispomos o link para visita ao site do Projeto Tamar. As crianças confeccionaram uma tartaruga utilizando materiais recicláveis e ao final, montamos um painel simulando uma praia e expomos na sala. Foi um momento muito rico, pois ainda comentamos sobre a preservação da natureza em relação ao lixo.

Também vivenciamos alguns momentos na horta. Nosso grupo visitou o espaço da horta. Plantamos cebolinha e salsinha! Regamos e cuidamos. Temos um amigo no parque que é o Caetano. Um espantalho produzido pelas professoras num momento de pagamento de greve. Seu nome nasceu de uma votação entre várias opções que as famílias nos presentearam. As crianças amaram!

Outras propostas importantes também foram vivenciadas pelas crianças como roda de música, roda de história, brincadeiras dirigidas, experiências e o contato com diversos papéis, tintas, giz de cera e de lousa, e canetinhas com o intuito de desenvolver a criatividade.

Na Matemática, trabalhamos com a ludicidade através de jogos de quebra cabeça, memória, contagem e classificação de tampinhas e brincadeiras como bingo.

Já, no que diz respeito às diferentes linguagens artísticas e corporais, proporcionamos momentos, situações, em que a criança assume a autoria e são protagonista na dramatização, nas contações de histórias, no faz de conta, ampliando e diversificando a sua participação. Explorando com as crianças expressão corporal através da mímica, da imitação, e da criação de movimentos.

Quanto à linguagem oral e escrita, planejamos momentos de diálogos, considerando não apenas aquilo que o adulto propõe ou diz, mas também o que a criança tem a dizer, incentivando-as a comunicação com seus pares e com os adultos. Possibilitando ações que auxiliem a fala e o vocabulário das crianças. Realizando conversações e combinados de grupo.

Em relação aos cuidados, estimulamos a autonomia, incentivando a forma correta de se alimentar sozinho, enfatizamos as regrinhas de hábitos higiênicos, bem como lavar as mãos, antes e após as refeições e as brincadeiras, assim como, o uso correto do banheiro.

Através das aprendizagens no Neim, e encontros remotos, realizamos algo inédito na educação infantil, “Um novo normal”. Todas as propostas para o grupo, proporcionou as crianças, vivências e experiências conscientes e saudáveis, mesmo para aqueles que estão em casa, considerando o tempo de brincar e os valores que respeitam a infância e o desenvolvimento humano. Vale destacar que todo planejamento foi pensado a partir dos documentos orientadores da rede, que regem nossas ações.

As propostas desenvolvidas durante os momentos da Educação Física tem como objetivo construir possibilidades de movimento com o corpo, a partir daquilo que seja mais significativo para as crianças, mais especificamente a partir das práticas corporais expressas na cultura do movimento, o que está de acordo com as Orientações Curriculares para a Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis.

Sendo assim, destacam-se os estudos do corpo, do movimento, da ludicidade, da expressão corporal, como os elementos chaves da prática pedagógica na Educação Física, o que contribui para a Educação Infantil, associando dimensões como o corpo e o movimento e as demais linguagens, ampliando assim as experiências das crianças.

Pensando nesses elementos e também para contemplar os documentos da Rede Municipal da Educação Infantil de Florianópolis, que tem como um dos eixos norteadores a “brincadeira”, foi trabalhado, neste segundo semestre, pelas professoras de Educação Física o projeto “Brincadeiras de Criança - Inspirações nas obras do artista plástico Ivan Cruz”.

Partindo deste esquema, foram pensadas algumas vivências para o grupo G5A, vivências essas específicas para essa faixa etária e que levasse em conta seu desenvolvimento integral, como por exemplo: pular carniça, pular amarelinha, onde se estimula o equilíbrio, se desenvolve a coordenação motora , noções de espaço e ritmo; bolinha de gude com os objetivos de estimular a concentração e a percepção visual, desenvolver a coordenação óculo-manual,a atenção, trabalhar o raciocínio numérico e noções de posição e sentido; esconde-esconde e cabra cega com o propósito de ampliar a imaginação, socialização, resistência física e percepção corporal; peteca e balangandã com a finalidade de despertar a imaginação, a criatividade, controle corporal, entre outros.

As crianças, diante destas propostas, se mostraram bastante acolhedoras ao que foi oferecido , o que as levou a uma participação ativa em relação a essas atividades vivenciando as brincadeiras e consequentemente, os movimentos corporais construídos a partir delas. Nas aulas de educação física, foram levadas várias propostas (brincadeiras) partindo dos mesmos objetivos, derivando sempre da brincadeira central de cada semana, contemplando assim o projeto da Educação Física nesta unidade.

Uma característica marcante neste grupo é a imaginação, quase sempre quando experimentam novas atividades, criam novas brincadeiras com os mesmos elementos.

A soma destas vivências buscou levar ao desenvolvimento afetivo, social, motor e cognitivo destas crianças, vivenciando novas experiências através das brincadeiras, tornando-os mais independentes, dinâmicos e seguros em seu cotidiano.

“Todo ser humano tem uma inerente necessidade de se movimentar. A criança sabe muito bem disso, e busca incessantemente atender a essa necessidade básica e que realiza da melhor forma no brincar. E brincando a criança entra no mundo da vida e acessa a seu modo a cultura corporal do movimento” (Kunz,2015,p.14).

Encerra-se aqui, uma importante fase, e nós, profissionais do NEIM Caetana, especificamente do G5A, agradecemos profundamente a confiança depositada em nosso trabalho.

Diante do cenário em que ainda estamos vivenciando, planejamos elaborar entrevistas que objetivam nosso trabalho remoto neste momento. Essas entrevistas servem como base para estarmos conhecendo cada família, cada criança, cada estrutura familiar. Também buscamos saber como as famílias se sentem diante da pandemia e se a criança está no grupo de risco.

Conseguimos abranger 99% das famílias, onde a maioria ainda teme o momento em que estamos vivendo, por isso, não optaram pelo ensino híbrido e sim, totalmente online.

Em geral, as famílias interagem com as crianças sempre que possível. Geralmente dormem tarde e se alimentam normalmente. São poucas as crianças que têm problemas respiratórios, porém esse receio da maioria é realmente em relação ao estado gravíssimo em que vivemos atualmente e isto ficou evidente em suas falas , desabafos e preocupação quanto a estrutura e condições sanitárias da unidade, se estão aptas para receber as crianças, profissionais e toda comunidade escolar, assegurando um retorno tranquilo para todos. Foram momentos muito ricos, aprendizado e sentimentos aflorados. Histórias de vida emocionantes que estabelecem laços de afeto com todos os envolvidos.

A maioria das famílias deste grupo demonstraram interesse em participar do encontro virtual, viabilizando o processo de inserção que é parte tão importante da prática pedagógica da educação infantil, pois alguns familiares interromperam seu trabalho para conversar conosco, outros mesmo com dificuldades tecnológicas nos atenderam, aguardando melhor momento, forma e mesmo ao se locomover dentro de coletivos, não desistiram de participar o que tornou esta dinâmica ainda mais gratificante.

Todos esses dados enriqueceram nosso plano de ação, pois agora conhecemos um pouquinho da realidade de nossas crianças.

Equipe Pedagógica,

16 de Março de 2021.