The Haters Gonna Hate

Quando você passa muito tempo no Twitter, tem a oportunidade de observar certos fenômenos, mesmo que inconscientemente. Enquanto protagonistas destes fenômenos torna-se difícil se aprofundar e questionar o porquê de certas reações.


É necessário sair da posição de protagonista e colocar-se enquanto observador. Assim, o distanciamento torna-se essencial para compreender por quê as pessoas se sentem tão livres para manifestar opiniões e discursos de ódio na rede social.


Não é novidade que o Twitter é uma rede social popular entre fãs, uma das bolhas mais populares é a dos fã clubes, ou como são conhecidos, FCs. Um fenômeno já muito observado entre fãs é o fanatismo para defender seus favs a qualquer custo, seja no meio virtual ou real.


Porém, se você se infiltrar nessa bolha, especialmente no meio de cultura pop, poderá observar como os FCs utilizam de argumentos repletos de ódio apenas para defender seus favs. Isso acontece por uma série de motivos, porém, entre eles, destaca-se a desumanização do indivíduo no meio virtual.


Isso quer dizer que ao interagir com outros usuários, neste caso FCs, no Twitter, os indivíduos não os enxergam enquanto outro ser humano. Isso acontece porque a internet coloca uma certa distância entre as pessoas, quase como se fossem robôs interagindo entre si.


É também interessante observar que as pessoas se sentem pessoalmente atacadas quando contrariadas. Os usuários estão tão acostumados com a bolha digital que as interações são baseadas em opiniões praticamente iguais.


Como cita Shakespeare, a vida é um palco e as pessoas interpretam papéis. Assim, em determinadas situações sociais, podemos observar como os indivíduos interpretam um papel diferente. Pela falsa sensação de ausência de regras no Twitter, as pessoas tendem a adotarem uma persona mais agressiva.


https://twitter.com/gabisfolklore/status/1464055709767815168?s=24


Como no Tweet acima em que o usuário se esconde atrás da imagem da artista para jogar hate em Camila Cabello, usando de ofensas xenofóbicas, aparentemente sem motivo. Não há razão, o usuário apenas sente que pode ofender como quiser e nada vai acontecer.


Como dizia a filósofa contemporânea Taylor Swift: “The haters gonna hate”.