Idade Mídia

Poderia facilmente dizer que a internet está no top 3 de maiores invenções do homem. Através de sua criação, hoje, podemos nos beneficiar de vários quesitos inimagináveis há algumas décadas atrás. Entre esses benefícios, podemos citar: A revolução comunicacional, o acesso democrático a qualquer tipo de conteúdo, além de nos possibilitar explorar o mundo através de uma tela de computador.

Dentro deste contexto, é inevitável não falar sobre a pandemia. Como foi dito acima, realmente existe um mundo pré-internet, e um mundo pós internet. A pandemia proporcionada pelo vírus Covid 19 nos colocou em posição de exílio, nos privando de exercer o direito de “liberdade” de ir e vir. Descrito o cenário contemporâneo, fica meio óbvio de se imaginar que a internet foi fundamental para nos livrar do tédio, para se comunicar com nossos amigos e entes queridos, além de claro, colaborar para não enlouquecermos.

A internet é maravilhosa. Fato. A democratização oferecida pela Web, é sem dúvidas, um divisor de águas na história mundial. Mas caros leitores, parafraseando o poeta Gibran Calheira, nem tudo são flores. Principalmente, se tratando de vida. Há também, muitos aspectos negativos envolvendo nossa querida Web. E é sobre eles que vamos falar daqui pra frente.

A revolução digital se consolidou como um FATO a partir da década de 10. Antes, podemos dizer que ela ainda estava engatinhando, principalmente se tratando de Brasil. Um fato intrigante, é que 26% da população brasileira não tem acesso à internet. Você não leu errado. UM TERÇO da população brasileira não tem internet. Dito este dado, podemos concluir que a situação social do Brasil é alarmante. E que mesmo com todo poder, a internet não foi capaz de mudar esse cenário. E sendo bem sincero, ela nem tem essa responsabilidade. 2022 tá aí rs.

Voltando a pauta principal, a revolução digital é fato consumado. As redes sociais idem. Mas onde estão os aspectos negativos? A liberdade proporcionada pela mesma, deu voz a uma incontável quantidade de idiotas. Em todos os segmentos possíveis. Prodígios bizarros. Essa é a realidade. Um dos meus questionamentos mais recentes está diretamente atrelado a isso. Qual o limite da liberdade? Qual o limite da democracia? Me pergunto isso diariamente. Ainda não achei as respostas. E sendo bem sincero (de novo rs), são perguntas em que nunca vou achar as respostas.

O culto aos imbecis, infelizmente, é fruto disso. A aristocracia brasileira, cafona, burra e criminosa, destila sua “vida perfeita” no Instagram. “Blogueiras” criadas a pão de ló, imprimem um padrão de perfeição quase inalcançável para a maioria dos brasileiros. O povo, sabotado (educacionalmente) e sem discernimento, compra o discurso. Mas enfim, FODA SEEEE A VIDAAA, não é mesmo?

E também temos o outro lado da moeda (socialmente falando). As classes com menor poder aquisitivo enxergaram na internet, uma forma de prosperar. Das mais diversas formas. Esses possuem um crédito no sentido de lutar com as armas que têm. Mas certos conteúdos não me descem mais. E isso é um problema MEU.

O que mais me intriga, é que com tanta informação e com tanto conteúdo disponível, ninguém é estimulado a raciocinar. As ferramentas estão disponíveis, mas parece que o ser humano curte cultivar a idiotice interna. E o foda, e que a internet dá palco para que as pessoas expressem tudo isso. O Instagram é doentio. Mina sua saúde mental com artefatos pautados na manipulação e principalmente na ilusão. Porque me desculpem, mas nada daquilo é real. NADA é genuíno naquele lugar. Peguei meu bonde e meti o pé (exclui minha conta há uns três meses).

Na real, acho que tudo na vida gira em torno de escolher o que é menos pior. Porque a democracia tem que ser defendida com unhas e dentes? Por que é o menos pior. Tem gente que usa a mesma tese pro casamento. Ainda não cheguei nessa página da vida (e nem quero rs), portanto não posso opinar. Mas acho que o caminho pra não sucumbir a todo esse delírio virtual é realmente filtrar o que se consome. O Mano Brown (Gênio) também fez a mesma afirmação em um questionário do Quebrando o Tabu semana passada. Muita pretensão da minha parte né? Citar meu comportamento e fazer uma “ponte” com o que esse HÉROI brasileiro disse recentemente. Mas foda-se, hoje eu tô ousado.

Outro fenômeno negativo foi a ascensão dos “Coaches”. Esse aí me quebra. Charlatões virtuais que pregam um comportamento na internet estimulando riqueza. Parece com Pastor, né? Mas apesar das ideologias serem parecidas, os primeiros citados ainda conseguem ser mais honestos. Governo merda, inflação nas alturas, economia definhando, Brasil voltando ao mapa da fome e pasmem: Os anúncios atrelados à bolsa de valores não param de aparecer nas redes sociais. A Inteligência Artificial tem parcela de culpa nisso. Mas os “bonitões da bala chita” (Coaches) são os maiores culpados por essa manipulação mental e financeira.

Outro aspecto negativo relacionado a web é o quesito saúde: Nunca andamos tão ansiosos como ultimamente. Somos o país mais ansioso do MUNDO. E o quinto mais depressivo. Isso está atrelado somente a web? Não. Mas é ingenuidade negar que os fatores se relacionam. Mais uma vez citando o nocivo Instagram, que é simplesmente uma MÁQUINA de gerar ansiedade nas pessoas. Ainda há tempo de abandonar o barco. Eu escolhi não naufragar.

Temos que ter sabedoria para equilibrarmos os prós e os contras de tudo na vida. Achar esse equilíbrio não é fácil. Mas nada é encontrado se não houver busca. Eu venho buscando e tenho visto melhoras. Demonizar a internet também é bobeira, e não vale a pena. É algo maior que nós seres humanos. Cabe a nós, realmente, filtrarmos o que é essencial para nossa vida e usá-la com discernimento. Dito isso, me despeço humildemente. 2022 tá aí.