A pandemia de covid-19 trouxe uma nova rotina para todos os países que foram atingidos com a doença: as pessoas necessitaram ficar em isolamento social. Com essa quarentena, a Internet foi a grande aliada dos confinados. Segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), o Brasil teve aumento notório do uso da Internet durante a pandemia do coronavírus, sobretudo entre as camadas mais pobres da população.
A educação teve que ser rapidamente adaptada: as aulas do ensino fundamental a superior passaram a ser online. Trancadas em casa, as pessoas consumiram mais serviços de streaming (de áudio ou de vídeo) que antes não consumiam ou aumentaram o tempo em frente às telas de TV e computador dos serviços que já assinavam.
Além disso, a rotina doméstica mudou:
os supermercados reforçaram suas vendas por aplicativo;
as farmácias passaram a vender medicações pelo delivery;
os restaurantes fizeram maior número de vendas por entrega domiciliar.
Segundo a Cetic, a porcentagem de brasileiros que pediu algo por delivery passou para 44%, o que é um aumento significativo se comparado aos 15% de 2018. Para calçados e roupas se mantiveram os dados de compras on-line em 50%. Com a proibição de aglomerações, a compra de entradas para shows e eventos caiu de 27% para 5%.
Um fato notório foi o crescimento da assinatura dos serviços de streaming entre as classes D e E brasileiras. Ela passou de 11% para 32%. Para os componentes da classe C, a porcentagem foi de 29% para 41%. A febre das lives também repercutiu. As transmissões online foram assistidas por 64% dos usuários de Internet brasileiros durante o isolamento.
Em pesquisa coordenada pela Dunnhumby, um resultado se mostrou: 31% dos entrevistados do estudo fizeram compras pelo WhatsApp, sobretudo em mercearias e mercadinhos de bairro. “É uma saída cada vez mais utilizada pelo pequeno comércio, pela loja de shopping que tem vendedor com celular, até fotografando ou filmando os produtos”, diz Flávia Villani, diretora geral da Dunnhumby no Brasil. “É uma forma de manter uma relação antiga do comércio, com o cliente no balcão, trocando com o vendedor.” Entretanto, em pesquisa coordenada por esse órgão, 33% dos brasileiros não tem a intenção de permanecer com compras on-line.
“A razão para não dar sequência às compras online é um misto de dois fatores”, afirma Villani. “Existe o desejo de ver e tocar o produto antes de comprar, mas também houve um momento de frustração na experiência com o e-commerce”. Para ela, o atraso nas entregas e os produtos esgotados fez os consumidores on-line se decepcionarem. “Além disso, você pode se perder no marketplace, com tantas ofertas. A loja física é mais fácil e objetiva”, diz a executiva.
De qualquer forma, o resultado foi positivo no gigante Amazon. Segundo Camila Farani, da Forbes: "A empresa norte-americana Amazon, no segundo trimestre de 2020 acumulou US$ 45,8 bilhões em vendas líquidas globais de lojas online, superando os US$ 45,7 bilhões gerados durante o quarto trimestre de 2019, que historicamente teria sido o maior em vendas da Amazon".
por Bruno Valente
4º período