A carinha de choro por não ver os amigos, a teimosia quanto a não sair de casa ou usar máscara, a birra por ter que obedecer a ordens ou a conselhos... uma descrição que se encaixaria muito bem para crianças, não é mesmo?
Mas, na verdade, queremos tratar aqui daqueles que já passaram por esta fase da vida há um bom tempo, mas que voltam hoje, neste período de isolamento, a ter essas mesmas atitudes: os nossos velhinhos. Dando um grande destaque a sintomas depressivos e sinais de um suicídio que pessoas desta faixa etária vem apresentando!
Segundo o Relatório Global para Prevenção do Suicídio da Organização Mundial da Saúde, o suicídio na terceira idade chega a 7,7 casos para cada 100 mil pessoas entre 60 e 69 anos. Entre aquelas com mais de 70 anos, a taxa sobe para 8,9.
Você já parou para pensar sobre o que pode levar um idoso a cometer suicídio? A vida de um idoso costuma se privar de muitas atividades que faziam antes de chegar nesta fase da vida. A autonomia ao se cuidar e papeis ativos na sociedade são alguns exemplos. Eles sentem que começam, aos poucos, perder a sua voz e seu espaço nas decisões, ou seja, começam a se sentirem inúteis, sem valor e, por consequência, tristes e amargurados. Estes fatores podem se tornar uma dor muito intensa que desejam se livrar.
Quando uma pessoa chega à conhecida terceira idade, algumas atividades são orientadas por médicos ou por familiares para que se sintam queridos, responsáveis por algo, próximos de pessoas que gostam. Algo pelo o que se interessem e dediquem seu tempo. Podemos citar:
exercícios em praças com um profissional qualificado;
encontros da terceira idade promovidos pelas prefeituras;
reuniões das igrejas ou visitas a casa de amigos.
Estas atividades são de uma importância ímpar para a saúde física e mental dos nossos velhinhos.
Todavia, a pandemia tirou muito destes bens que eles buscam vivenciar. Começaram a ouvir que fazem parte de algo que ficou bem popular: do grupo de risco.
Foram privados de suas atividades fora de casa
Precisaram ouvir regras e conselhos ‘da TV’, dos médicos, amigos, filhos ou parentes
Mais uma vez, estão abrindo mão de coisas que gostam de fazer e agora em um momento de grande tensão por serem indivíduos mais frágeis e muito sujeitos a não suportarem com vigor o vírus que tem se alastrado, o COVID-19.
Não deixe de dar uma olhada no nosso programa Saúde Mental: Isolamento social e suicídio.
A mudança de comportamento é o primeiro sinal de que os idosos consideram o suicídio. Exemplo: Pessoas que são positivas e alegres, mas começam a mostrar moderação e mostrar sinais de tristeza. Além disso, o desejo de dizer adeus aos entes queridos é comum. Normalmente, essa pessoa mostra aos amigos e familiares um objeto de grande valor emocional e usa a frase "caso alguma coisa aconteça comigo" para deixar sugestões.
Existem também os chamados suicídios crônicos, que se suicidam aos poucos, ou seja, não manifestam. Geralmente recusam comida, param de tomar remédios e até causam quedas.
Como é na terceira idade que as pessoas sentem que não têm tanto valor, o 1° passo para prevenir o suicídio é provar o contrário. Para isso, é importante:
Mostrar carinho com pequenos gestos do dia a dia
Conversar por algumas horas
Incentivá-los ou, até mesmo, acompanhá-los em atividades físicas leves dentro de casa
Contar boas histórias sobre pessoas que se recuperaram dos sintomas deste vírus.
Você pode, ainda, evitar de comentar ou que assistam muito sobre vidas que foram perdidas ou relatos de familiares que tem passado por muitas dores
Até mesmo preparar a comida predileta do idoso
São algumas formas de demonstrar que a família se importa e que quer o melhor para ele neste período mais delicado que temos vivido.
Além disso, não deixe de procurar pelo acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico, que é indispensável para lidar com esses casos da melhor maneira possível. O suicídio na terceira idade costuma dar sinais e, muitas vezes, pode ser prevenido.
O tratamento remoto pode gerar boas-vindas positivas durante o isolamento. Como os processos de tratamento visam à saúde mental, eles podem ajudar a lidar com alguns conflitos psicológicos e melhorar sua saúde geral.
Neste momento vários psicólogos, profissionais graduados e registrados no Conselho de Psicologia para o exercício profissional da Psicologia, com cadastro específico tem oferecido seus serviços online. Se informe melhor sobre, procure plataformas em que todos os profissionais passam por um processo seguro de verificação e credenciamento além de aderirem a rigorosos códigos de ética e sigilo.
Zele por estas vidas.
Assista nosso programa no youtube com a psicóloca Nicoleta Simões que tem atendido pacientes neste novo modelo de tratamento.
Por Vitória Soares
4º Período de Jornalismo