Outra coisa importante é procurar fazer uma previsão de despesas extraordinárias, como viagens, cirurgias, compra de imóvel, troca de carro e outras com valor alto que podem impactar suas finanças, assim como de recebimentos extraordinários, como indenização trabalhista, participação nos lucros, etc.
Abra a Planilha de Orçamento do Meu$plus, pressionando o botão "Gráficos, Análises", "Orçamento, Proj L.Prazo", a partir da tela Geral, ou das telas das Contas. Coloque as suas previsões de receitas e despesas na planilha, conforme o exemplo abaixo. As receitas e despesas são informadas por categoria (para saber mais sobre categorias clique aqui).
Quando você terminar de preencher os seus dados de orçamento, pressione o botão "Atualizar Gráfico de Projeção" e aparecerá o gráfico PROJEÇÃO DE LONGO PRAZO que simula a evolução do valor em R$ do seu patrimônio líquido ao longo dos próximos anos (o patrimônio líquido é a soma de tudo o que você tem subtraídas as suas dívidas). Assim você poderá ver se o seu patrimônio líquido estará crescendo nos próximos anos ou não, com base no orçamento que fez. A forma com que este gráfico evolui servirá de base para as suas decisões financeiras, pois ele mostra claramente o quanto de dinheiro você terá no futuro se as suas previsões de orçamento se realizarem.
O gráfico tem duas áreas: A parte azul escura corresponde ao saldo em valores financeiros (dinheiro, contas bancárias, investimentos, etc). A parte azul clara, corresponde ao valor dos seus bens (imóveis, veículos, etc).
Para fazer os cálculos de projeção, o programa precisa conhecer os saldos que você tem na data de hoje, tanto em valores financeiros como em bens. Estes valores podem ser obtidos de duas maneiras (clique na opção desejada na parte de baixo da planilha de orçamento):
No exemplo acima foram informados os seguintes saldos iniciais: Saldo Financeiro = R$ 20.000 e saldo em Bens = R$ 50.000. Observamos no gráfico que a parte azul escura (patrimônio financeiro) começa com 20.000 e a parte azul clara (bens) soma-se à financeira, na parte de cima, atingindo o total de R$ 70.000 que é o valor total do patrimônio líquido inicial (20.000 + 50.000).
A projeção vai até o final do ano 2018, mas este limite pode ser alterado, mudando-se o campo "Proj até ano", ao lado direito do gráfico. Tem também a opção de marcar ou desmarcar o campo "Inclui Bens", caso se queira ver o gráfico somente com a parte financeira, sem os bens.
Se o gráfico mostrar o patrimônio líquido crescendo, como no caso acima, significa que o nosso orçamento está tranquilo, ou seja, as nossas receitas cobrem as despesas previstas e ainda sobra algum dinheiro ao longo dos meses, que vai se acumulando, resultando em um patrimônio cada vez maior. Se o gráfico ficar mais ou menos horizontal, significa que o orçamento está equilibrado, porém não sobra nada para poupar e fazer crescer o patrimônio. E, se o gráfico estiver apontando para baixo, sinal de alerta ! Significa que nossos rendimentos não são suficientes para cobrir as despesas previstas no nosso orçamento, como no gráfico abaixo
que resultou de uma pequena alteração no orçamento inicial: Aumentamos a despesa de Moradia de R$ 1.850 para R$ 2.600 por mês. Os rendimentos colocados no orçamento agora não são capazes de superar as despesas previstas ao longo do tempo e vão consumindo o saldo inicial de R$ 20.000 até ele ficar zerado no início de 2017. A partir daí, como não se tem mais dinheiro próprio, é necessário contrair empréstimos para pagar as dívidas e como os empréstimos tem taxas de juro altíssimas vão consumindo cada vez mais nossos recursos. No início de 2019, vamos estar com um saldo financeiro negativo, uma dívida de R$ 40.000. Ainda resta um patrimônio em bens, em torno de R$ 70.000, que subtraído desta divida resulta em um patrimônio líquido de R$ 30.000 que é o valor do último ponto do gráfico azul claro.
Em uma situação destas, antes de entrar no vermelho e fazer empréstimos é melhor vender alguns bens para pagar as dívidas. Vamos então fazer outra simulação, vendendo um carro no valor de R$ 25.000 em Julho/2016, um pouco antes do gráfico financeiro entrar no negativo. Esta venda se simula incluindo no orçamento uma linha conforme abaixo:
O resultado que se verifica é que, em julho/2016 o gráfico financeiro sobe, o equivalente a R$ 25.000 quando o valor do carro (bens) transforma-se em dinheiro (financeiro). O patrimônio total continua caindo, porém em um ritmo menor, porque deixa-se de pagar juros pela dívida, resultando no final em torno de R$ 48.000,
O fato é que este orçamento continua desequilibrado e a única solução para melhorá-lo é ganhar mais, ou gastar menos. Conclui-se que aquela alteração no valor de Moradia de R$ 1.850 para R$ 2.600 por mês seria muito prejudicial para o orçamento desta família.
Partindo da data atual, o programa calcula o saldo financeiro futuro, mês a mês, considerando as receitas e despesas previstas na planilha de orçamento, reajustadas pela taxa de inflação. Se o saldo financeiro ao final do mês for positivo, o programa simula um investimento deste valor, que irá dando rendimentos nos meses seguintes, utilizando a taxa de rentabilidade dos investimentos indicada. Se o saldo for negativo, o programa simula um empréstimo, pagando juros nos meses seguintes pela taxa de juros das dívidas indicada. O valor dos bens também é reajustado mês a mês, pela taxa de reajuste dos bens.
Os valores destas taxas nós é que definimos, na pequena tabela que fica do lado direito do gráfico:
CENÁRIOS
Esta tabela define a taxa de inflação, a taxa de rentabilidade dos investimentos, a taxa de juros das dívidas e a taxa para reajuste de bens, que o programa deve utilizar nos cálculos do gráfico. As taxas são sempre fornecidas em valor percentual ( % ao ano ). Para alterar os valores, basta clicar e escrever por cima.
Tem três possibilidades de cenário: Pessimista, Normal e Otimista. Clicando em uma das caixas correspondentes, selecionamos o cenário que queremos utilizar, que fica realçado com uma cor mais escura. O gráfico imediatamente reflete as mudanças. As taxas são as seguintes:
No cenário normal colocamos as taxas que são mais prováveis de ocorrerem, no pessimista colocamos uma variação desfavorável para nós, como por exemplo, uma taxa de inflação mais alta, juros mais altos para nossa dívida e rentabilidade mais baixa dos nossos investimentos e no cenário otimista, uma taxa de inflação mais baixa, juros mais baixos da dívida e rentabilidade mais alta para os nossos investimentos.
Estes valores não precisam ser atualizados com frequência, mas é bom revisá-los pelo menos uma vez por ano, ou por semestre.
Vamos detalhar melhor como são os dados na Planilha de Orçamento.
A planilha de orçamento é uma simples tabela, onde cada linha representa uma previsão de receita ou despesa. Está organizada por categorias para possibilitar a comparação com os dados de receita e despesa reais que estão registrados nas contas do programa. São valores médios gastos em alimentação, moradia, transporte, etc. É bom sempre lembrar que no Orçamento os dados não são reais, são "previsões".
Podem haver quantas linhas nós quisermos para cada uma das categorias, como podemos ver no exemplo acima. Os dados que devem ser informados em cada linha da tabela são os seguintes:
Receitas e Despesas
A planilha de orçamento deve conter todas as nossas receitas e despesas, tanto aquelas comuns que ocorrem todo mês, como aquelas que vão ocorrer só no início do ano que vem, ou de 3 em 3 anos, ou que são previstas para ocorrer só uma vez, em determinada data no futuro, como por exemplo uma cirurgia. Não esqueça de colocar o 13º salário, os pagamentos anuais de IPTU, IPVA, etc, assim como uma previsão de despesa para manutenção da casa, de eletrodomésticos, etc.
Pode haver várias linhas para uma mesma categoria, como neste exemplo, em que tem uma linha para o salário líquido "mensal" e outra linha para o 13º salário "anual", com início em 10/12/2014:
Ou, no exemplo abaixo, onde incluímos uma linha para prever uma cirurgia plástica, despesa que ocorrerá apenas "uma vez" em 10/06/2014, além da despesa "mensal" do plano de saúde, já prevista antes.
A troca do automóvel que você faz, por exemplo a cada 4 anos, deve ser incluída como uma despesa. Neste caso, o valor é a diferença entre o preço do carro novo e o valor de venda do carro antigo, ou seja é o custo da depreciação que você está pagando. Neste exemplo estamos prevendo uma troca de caro pela diferença de R$15.000 em 15/10/2013 e prevendo que uma troca equivalente irá ocorrer a cada 4 anos. Quando fizer os cálculos o programa irá reajustar automaticamente o valor da troca no 4º ano pela taxa da inflação.
Bens Duráveis
A compra de bens duráveis de alto valor, como imóveis e veículos, não é de fato uma "despesa", porque não se está gastando dinheiro, mas transformando dinheiro em bens que podem ser vendidos mais tarde, portanto não se está perdendo patrimônio. Por isto a compra destes bens não deve ser colocada como "despesa" no orçamento, mas deve-se utilizar uma linha do tipo "Bens e escolher a operação "Compra de Bens" (não confunda com o caso da "troca" de automóvel que colocamos acima, aqui estamos falando da aquisição de um veículo novo, sem a venda do antigo). Da mesma forma a venda de bens duráveis, também não deve ser colocada como "receita", mas deve-se utilizar uma linha do tipo "Bens" e a operação "Venda de Bens". Desta forma o programa sabe que, neste caso, o valor da operação não deve aumentar ou diminuir o patrimônio, mas transferir o valor da parte financeira (azul escuro) para a parte de bens (azul claro), ou vice-versa.
Na compra de um imóvel financiado, uma parte do valor das prestações é "amortização" e outra parte são "juros e encargos". Neste caso, o mais correto é colocar duas linhas, uma para a parte de amortização, como uma operação de "Compra de bens" (assim o valor gasto vai ser incorporado ao patrimônio como "bens") e outra linha para a parte de juros e encargos, que é uma "Despesa". Se você não sabe o valor exato que vai para amortização e para juros, então calcule um valor aproximado, com base na proporção entre o valor financiado e o total efetivamente pago (valor médio da prestação x nº de pagamentos).
Entrada dos dados
Para entrar com novas linhas na tabela podemos usar o botão "Incluir", ou escrever diretamente sobre a última linha em branco. Para excluir uma linha, clicamos na barra do lado esquerdo, ao lado da linha que queremos excluir, e pressionamos "Del". O botão "Reordenar" coloca as novas linhas que foram entradas na ordem alfabética, por categoria.
Como vimos nos exemplos acima é muito fácil fazer simulações da nossa situação financeira com o Meu$Plus. Basta alterar os dados que quisermos na Planilha de Orçamento e ver o resultado no Gráfico Projeção de Longo Prazo.
Podemos simular despesas extras e responder algumas questões, como por exemplo: Qual a possibilidade de adquirir um imóvel novo ou trocar de carro ? Qual a possibilidade de pagar uma faculdade particular para a filha ? Quanto podemos gastar em lazer e viagens sem comprometer nosso orçamento ? Qual será o valor do nosso patrimônio daqui há 5 anos, se economizarmos em determinados itens ? - Estas e muitas outras perguntas podem ser respondidas, auxiliando na tomada de decisões em relação a fazer alguns gastos, ou sobre a necessidade de economizar.
É claro que para terem valor estas simulações devem contar com dados o mais realistas possíveis em relação aos nossos rendimentos e às nossas despesas fixas essenciais, como moradia, alimentação, transporte, educação, saúde.
Por isto é essencial que tenhamos uma boa noção de quanto realmente consumimos nestes itens e isto nós só conseguimos fazendo um acompanhamento contínuo das nossas contas. Daí vem a importância do uso da outra parte do programa Meu$Plus, que faz o acompanhamento das nossas contas correntes, cartões de crédito, empréstimos, investimentos, etc. Veja aqui como controlar suas contas com o Meu$Plus.
Após alguns meses de acompanhamento de contas com o programa, podemos ter uma ótima visão do nosso perfil de consumo através dos gráficos Evolução de Receitas e Despesas e Perfil das Receitas e Despesas e estes dados poderão ser usados para afinar as previsões que serão colocadas na nossa Planilha de Orçamento, nos proporcionando então simulações bastante realistas do nosso futuro financeiro.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES