BENS

CONTROLANDO BENS IMÓVEIS, VEÍCULOS E OUTROS

Vamos ver aqui, como registrar e controlar os valores investidos em seus imóveis, veículos e outros bens de alto valor.

DIFERENÇA ENTRE BENS E ITENS DE CONSUMO

Quando você compra um imóvel ou um carro é diferente de estar comprando um sorvete, porque o carro ou imóvel você poderá vender mais tarde e reaver o dinheiro, enquanto o sorvete você consome e não sobra nada depois disso.

Então, o sorvete é um típico item de “consumo” e a sua compra é uma transação de “despesa”, enquanto o carro e o imóvel são “bens” porque mantém valor de mercado e podem ser transformados novamente em dinheiro, quando se quiser.

O carro, o imóvel e outros bens duráveis, devem ser tratados como se fossem contas correntes ou investimentos, porque tem a capacidade de armazenar o valor que neles foi depositado, e depois devolver o valor na ocasião da revenda, mesmo que não seja o mesmo valor que foi colocado inicialmente, pois estão sujeitos a valorização ou depreciação em função do mercado e do seu estado de conservação.

O QUE VALE A PENA CONTROLAR

Só vale a pena controlar seus bens duráveis, de alto valor, que tem valor de mercado. Não vale a pena considerar como “bens” os equipamentos de pequeno valor, como eletrodomésticos, bicicletas e outros que se estragam ou perdem valor rapidamente depois que saem da loja. É melhor considerá-los como itens de consumo e lançar sua compra simplesmente como “despesa”. Caso eventualmente venha a vender algum deles mais tarde, coloque o valor de sua venda como “receitas diversas” e está tudo resolvido.

Entretanto os bens duráveis devem ser controlados através de contas próprias, porque fazem parte do seu patrimônio.

COMO OPERAR COM AS CONTAS DE BENS

Você pode criar uma conta única do tipo “Bens” na qual irá colocar todos os seus bens duráveis, ou se preferir, criar uma conta separada para os imóveis, outra para os veículos, ou até criar uma conta individual para cada imóvel, cada veículo, etc., e quando vendê-los tornar suas contas inativas. Escolha o que achar melhor, de acordo com a quantidade de bens que possui e a frequência com que são comprados ou vendidos.

Ao fazer a compra de um bem durável, você não registra como uma despesa, mas sim como uma transferência de valor, da conta que está pagando a compra, para a conta onde estes bens estão registrados. Isto é mais fácil ver através de um exemplo.

Exemplo

Utilizando a tela “Definições das Contas” Jorge criou uma conta chamada “Veículos” na qual vai controlar as compras e vendas dos veículos da família, e outra chamada "Apto 2" onde vai controlar exclusivamente a compra de um apto na praia, conforme abaixo:

Vamos exemplificar a movimentação da conta Veículos. No dia 27/10/08 Jorge comprou um automóvel Astra, pelo valor de R$ 40.000,00 em três parcelas, sendo uma entrada de R$ 20.000,00 e duas parcelas de R$ 10.000,00. Esta compra foi registrada nas três primeiras linhas da sua conta Veículos, conforme abaixo:

Todas parcelas foram registradas como transferências da conta bancária BB Jorge para a conta Veículos. Para lançar estas parcelas o Jorge pode ter usado os lançamentos programados. Vemos que o saldo da linha 27/12/08 é de R$ 40.000,00 que é quanto o Jorge possui de bens, referente a Veículos.

Passados 2 anos, o Jorge resolveu trocar de carro. No dia 20/10/10, vendeu seu Astra por R$ 32.900,00. Como acontece em geral com veículos, existe uma perda de valor significativa ao longo dos anos, ou seja uma "depreciação". No caso do Astra do Jorge, que houve uma depreciação de R$ 7.100,00, que é a diferença entre o preço que ele comprou e o preço que ele vendeu. Esta depreciação tem que ser colocada na conta Veículos, como uma despesa, na categoria "Custos, Depreciação" para atualizar o valor de mercado do seu veículo antes da venda, porque se não fosse colocada iria sobrar R$ 7.100,00 na conta Veículos após a venda, o que não corresponde à realidade porque este valor foi consumido pela depreciação e não faz mais parte do patrimônio do Jorge.

Se quisermos, podemos colocar esta depreciação com lançamentos mensais, usando os lançamentos programados, ao invés de colocar somente na venda do bem. No caso acima, o valor mensal seria R$ 7.100,00 dividido por 24 meses, ou seja R$ 295,83 por mês. Isto é um cálculo interessante que a maioria das pessoas não faz. Quanto custa o seu veículo por mês, só de depreciação, sem levar em conta o consumo de combustível e outras despesas ? Para ter uma idéia disso, consulte a tabela FIPE escolha qualquer veículo e veja a sua cotação em diversos anos. Quanto mais caro, maior a depreciação anual, e portanto mensal. É um valor razoável que se paga todo mês, muitas vezes sem perceber, só para ter o veículo.

Voltando à venda do veículo, o Jorge vendeu o Astra em duas parcelas, a primeira de R$ 20.000,00 e a segunda de R$ 12.900,00 que estão registradas como transferências para sua conta BB Jorge.

Agora vamos à compra do novo carro. No dia 22/10/10 o Jorge comprou um Honda Civic, por R$ 60.000,00 em duas parcelas, a primeira de R$ 25.000,00 e a segunda de R$ 35.000,00 que estão registradas como transferências de sua conta bancária BB Jorge.

Vemos que ao final da conta, o saldo é de R$ 60.000,00 exatamente o valor do seu novo carro.

Como vemos acima, a maioria dos registros nesta conta é de transferência de valores entre esta conta Veículos e a conta bancária BB Jorge. Se olharmos a evolução patrimonial do Jorge, vamos ver que o patrimônio total do Jorge não se altera com estas transações, o que exemplifica bem que nestas transferências apenas seu dinheiro muda de lugar, uma hora está no banco, outra hora está no veículo. O único ponto onde o patrimônio do Jorge se altera é quando é lançada aquela despesa de depreciação, porque toda "despesa" reduz o patrimônio (veja entendendo suas contas)

Já no caso de imóveis é diferente. Os imóveis normalmente se valorizam com o passar dos anos. Então em uma conta de imóveis, nós devemos colocar uma vez por ano, ou quando fizermos uma avaliação do imóvel, uma correção do valor de mercado, como uma transação de receita de "lucros, valorização", como no exemplo abaixo:

Assim, o nosso patrimônio total estará atualizado, quando aparecer nos gráficos de evolução do patrimônio.

CONSIDERAÇÕES EM RELAÇÃO À DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS

Na declaração anual para o Imposto de Renda, a "declaração de bens" deve relacionar os bens pelo valor de aquisição e não pelo valor de mercado. Portanto não devemos confundir com os saldos das contas de bens que aparecem no programa Meu$ plus, que é outro valor, o valor de mercado, caso você tenha incluído registros para atualização do valor dos bens, como nos exemplos acima.