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ANGLICANOS
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Antes de julgar e condenar as pessoas e suas situações e condições, a partir do preconceito e intolerâncias de muitos líderes religiosos, estude, saiba, pesquise o que o histórico pessoal, social e existencial promoveu a cada pessoa; não se prenda aos erros humanos cometidos por muitos, mas ao muito que esse assunto tem a oferecer ao bem coletivo, ao bem social de todos e suas dificuldades existenciais, que é o que mais agrada ao coração de Deus; nesse sentido é que somos sal da terra e luz do mundo.
ANGLICANOS
A Igreja da Inglaterra (em inglês: Church of England), também denominada Igreja Anglicana, é a igreja nacional e de denominação cristã estabelecida oficialmente na Inglaterra,[6] a matriz principal da atual Comunhão Anglicana internacional, bem como é membro-fundador da Comunhão de Porvoo. A igreja inglesa traça sua história na igreja cristã existente na província romana da Grã-Bretanha no século III, e para a missão gregoriana do século VI a Kent liderada por Agostinho da Cantuária.[7][8] Fora da Inglaterra, a Igreja Anglicana é geralmente denominada de Igreja episcopal, principalmente nos Estados Unidos e países da América Latina. O termo Anglicano tem origem em ecclesia anglicana, e que significa Igreja Inglesa ou igreja do povo inglês.
A igreja inglesa renunciou a autoridade papal pela primeira vez e voltou a ser independente de Roma através do Ato de Supremacia em 1534, voltou a comunhão com Roma durante o reinado de Maria I e renunciou a autoridade papal novamente em 1558 no segundo ato de supremacia, iniciando uma série de eventos conhecidos como a Reforma Inglesa, o que iniciou uma grande disputa entre os líderes e polarizando o cristianismo inglês.[9]
A Reforma Inglesa subsequente foi fortalecida pelos regentes de Eduardo VI, precedendo uma restauração católica promovida por Maria I.[10][11] Contudo, o Ato de Supremacia de 1559 promulgado no reinado de Isabel I renunciou a autoridade papal e permitiu que a igreja adotasse uma posição ambígua de liturgia católica e teologia reformada.[12]
Na fase anterior da Reforma Inglesa havia mártires católicos e mártires protestantes radicais. As fases posteriores viram as Leis Penais punirem protestantes, católicos romanos e não conformistas.[13] No século XVII, os puritanos e presbiterianos continuaram a desafiar a liderança da Igreja que, sob os Stuarts, se inclinava para uma interpretação mais católica do assentamento Elizabetano especialmente sob o Arcebispo Laud e a ascensão do conceito de anglicanismo como Via Média. Após a vitória dos parlamentares, o Livro de Oração foi abolido e as os presbiterianos e independentes dominaram. A Restauração de 1660 restaurou a Igreja da Inglaterra, o episcopado e o Livro de Oração.[14] Somente com o reconhecimento papal da coroação do Rei Jorge III, em 1766, acarretou uma maior tolerância religiosa na Inglaterra.
Desde a Reforma Inglesa, a Igreja de Inglaterra têm desenvolvido sua liturgia em língua inglesa. A igreja alberga distintos ramos doutrinários, sendo os três principais os seguintes: Anglocatolicismo, Evangelicalismo e Igreja geral. As tensões entre tais grupos teológicos dentro da mesma denominação religiosa, giram em torno de temas controversos como, especialmente, ordenação feminina ao ministério e homossexualidade.
A estrutura de governo eclesiástico anglicano têm como unidade básica a diocese, cada uma presidida por um bispo; sendo que cada diocese abriga algumas paróquias locais. O Arcebispo da Cantuária é o Primaz de toda a Comunhão Anglicana, liderando a Igreja de Inglaterra e atuando com foco na unidade da mesma e para com a Comunhão Anglicana. O Monarca britânico, por sua vez, é o Governador Supremo da Igreja de Inglaterra. Em sua estrutura legislativa, a Igreja é regida pelo Sínodo Geral da Igreja de Inglaterra, sendo este composto por bispos, clérigos e leigos, e regularizado pelo Parlamento do Reino Unido.[15][16]
ESTUDOS
ANGLICANISMO
O anglicanismo é uma tradição cristã ocidental que se desenvolveu a partir das práticas, liturgia e identidade da Igreja da Inglaterra após a Reforma Inglesa, no contexto da Reforma Protestante na Europa. A tradição inclui a Igreja da Inglaterra e outras igrejas historicamente ligadas àquela ou que têm crenças, práticas e estruturas semelhantes.[1] A tradição O termo anglicano tem origem em ecclesia anglicana, uma expressão medieval latina datada de, pelo menos, 1246, e que significa Igreja Inglesa. Os adeptos do Anglicanismo são designados por anglicanos. A grande maioria dos anglicanos é membro de igrejas que fazem parte da Comunhão Anglicana internacional.[2] Contudo, existem algumas igrejas fora da Comunhão Anglicana, que se consideram também anglicanos, em particular aqueles que se designam por igrejas do Movimento Anglicano Contínuo.[3]
Os anglicanos baseiam sua fé cristã na Bíblia, nas tradições da Igreja apostólica e episcopado histórico.[4] O anglicanismo forma um dos ramos do cristianismo ocidental, tendo declarado definitivamente sua independência da Santa Sé na época do Assentamento Religioso Elizabetano. [5] Muitos dos novos formulários anglicanos de meados do século XVI correspondiam de perto aos doprotestantismo contemporâneo. Essas reformas na Igreja da Inglaterra foram compreendidas por um dos maiores responsáveis por elas, Thomas Cranmer, o Arcebispo de Canterbury, e outros como navegando um meio-termo entre duas das tradições protestantes emergentes, a saber, o luteranismo e o calvinismo.[6]
Na primeira metade do século XVII, a Igreja de Inglaterra e outras igrejas episcopais associadas na Irlanda e nas colónias inglesas na América, foram apresentadas por teólogos Anglicanos como tendo uma tradição cristã diferente, com teologias, estruturas e formas de oração que representavam um meio termo diferente, ou via media, entre a Reforma Protestante e o Catolicismo Romano — uma perspectiva que se tornaria muito influente nas teorias da identidade Anglicana, e foi expressa na descrição "Catholic and Reformed".[7] No seguimento da Revolução Americana, as congregações Anglicanas nos Estados Unidos e no Canadá foram ambas reorganizadas em igrejas autónomas com os seus próprios bispos e estruturas autónomas; estas, com a expansão do Império Britânico e a actividade das Missões Cristãs, foram adoptadas como modelo a muitas recém-criadas igrejas, em particular em África, Australásia e nas regiões do Pacífico. No século XIX, o termo Anglicanismo era utilizado para descrever a tradição religiosa comum destas igrejas; a Igreja Episcopal Escocesa, embora com origem na Igreja da Escócia, acabou por ser reconhecida como também partilhando da mesma identidade comum.
O grau de distinção entre as tendências Reformistas e o Catolicismo ocidental dentro da tradição Anglicana é, habitualmente, uma matéria de debate tanto no seio das igrejas Anglicanas, como na Comunhão Anglicana. Único no Anglicanismo é o Book of Common Prayer, um livro de preces utilizado na maioria das igrejas anglicanas, há séculos. Embora tenha passado por várias revisões e as igrejas anglicanas, em diversos países, tenham elaborado outros livros de preces, o Prayer Book continua a ser reconhecido como um elo na Comunhão Anglicana. Não existe uma única Igreja Anglicana com autoridade jurídica universal, pois cada igreja nacional, ou regional, tem autonomia total. Como o nome sugere, as Igrejas da Comunhão Anglicana estão ligadas por laços afectivos e por lealdade. Estão em comunhão total com a Sé de Cantuária e, deste modo, com o Arcebispo da Cantuária, pessoalmente, é um ponto de convergência da unidade anglicana. Com um total estimado 90 milhões de membros,[8] a Comunhão Anglicana é a terceira maior comunhão Cristã no mundo, atrás da Igreja Católica Apostolica Romana e da Igreja Ortodoxa.
O anglicanismo apresenta uma fusão de elementos católicos com elementos calvinistas (Calvinismo). A história do Anglicanismo no Brasil inicia-se no século XIX, no contexto da transferência da corte portuguesa para o Brasil, o que trouxe destaque para a região nas relações exteriores e possibilitou a abertura das primeiras capelas anglicanas no país. O anglicanismo é o grupo protestante mais antigo em operação contínua no Brasil. Inicialmente vinculado à Igreja da Inglaterra e restrito aos membros da colônia britânica, o anglicanismo começou a arregimentar fiéis brasileiros após as iniciativas missionárias de membros da Igreja Episcopal dos Estados Unidos, que obtiveram êxito a partir de 1889, quando foi proclamada a República, o que desvinculou a Igreja Católica do Estado brasileiro e permitiu a livre conversão dos brasileiros a qualquer religião além da católica. Em 1955, as capelas anglicanas mantidas pela Igreja da Inglaterra fundiram-se ao distrito missionário do Brasil, então operado pela Igreja Episcopal dos Estados Unidos. Dez anos mais tarde, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) foi oficialmente separada da Igreja Episcopal dos Estados Unidos, tornando-se uma província eclesiástica autônoma da Comunhão Anglicana. Desde então, houve diversos cismas no anglicanismo brasileiro, geralmente em resistência à aceitação de costumes mais liberais pela IEAB, além da introdução de jurisdições estrangeiras não vinculadas à Comunhão Anglicana. Atualmente, todas as vertentes existentes no movimento anglicano internacional – anglo-católica, evangélica, liberal e carismática – encontram-se representadas no país.
Em 2000 os anglicanos foram estimados em 0,2% dos evangélicos de missão em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o que correspondia a na época a 13 880 membros.[9][10] Em 2009, nova pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas estimou os anglicanos em 0,01% da população brasileira, à época 19 400 membros.[11]