Provérbios: Latim

Absolvere nocentem satius est, quam condemnare inocentem (Antes mil vezes absolver o culpado do que uma só vez condenar o inocente). Na justiça, o ideal é sempre condenar o culpado e absolver o réu inocente. Porém, nós, seres humanos, somos falíveis. E muitas vezes a justiça erra. Diante disso, é preferível absolver o culpado a condenar alguém injustamente. Essa frase em latim, usada no âmbito do direito, exprime o princípio da presunção da inocência. Ela deriva da seguinte frase do jurista romano Ulpiano (150-223 d.C.): Satius est, impunitum relinqui facinus nocentes, quam innocentem damnari (“É preferível deixar impune o delito de um culpado do que condenar um inocente”).

Agnus dei (Cordeiro de Deus). Agnus Dei significa "Cordeiro de Deus". É uma expressão do latim, muito utilizada pelos cristãos para falar referência a Jesus Cristo, após ter sido sacrificado na cruz. O termo Agnus dei é citado na Bíblia, no Novo Testamento, no Evangelho do apóstolo João, onde João Batista diz a seguinte frase a respeito de Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira os pecados do mundo".

Aquila non capit muscas (Águia não apanha moscas). Emprega-se para exprimir que um espírito superior não deve ocupar-se de questiúnculas indignas de si. Origem etimológica: locução latina que significa "a águia não se entretém a caçar moscas".

Carpe diem (aproveite o dia). Essa é a tradução literal e não significa aproveitar um dia específico, porém aproveitar ao máximo o agora, apreciar o presente.

Carpe diem, quam minimum credula postero (Uma tradução possível para a frase seria “aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”).

Carpe noctem (Aproveite a noite ou boa noite). A frase pode ser usada por quem quer desejar a outra pessoa uma boa noite de sono ou por quem é adepto dos prazeres noturnos.

Castigat ridendo mores (Rindo, castiga os costumes / Corrige os costumes sorrindo). Princípio em que se fundamenta a comédia, criado por Jean de Santeuil.

Deus ex machina (Um deus por meio de uma máquina). Expediente da tragédia grega (e romana) para solucionar casos

Deviat a solitis regula cuncta viis (Não há regra sem exceção).

Dominus vobiscum (O Senhor esteja convosco). Saudação litúrgica, frequentemente usada na missa, no ofício divino e no ritual católico romano.

Dura lex, sed lex (A lei é dura, mas é a lei). Máxima que se cita quando se alude a uma regra ou proibição severa, mas que é forçoso acatar e cumprir.

Et al (E outros). Et al é a abreviação de uma expressão em latim que significa "e outros". A redução et al serve a três expressões latinas de mesmo significado: et alii (masculino plural), et aliae (feminino plural) e et alia (neutro). É utilizada em referências bibliográficas de textos acadêmicos para citar uma obra que tenha quatro ou mais autores.

Et coetera (etc) (E o resto). Et coetera é uma expressão latina que significa "e o resto"; "e outras coisas" (da mesma espécie); "e assim por diante". No Latim, et corresponde à conjunção "e" e cetera corresponde a "o resto". A abreviatura "etc." é usada quando há enumeração de uma série de itens. O "e" que consta na abreviatura é indicativo de que outros itens podem fazer parte da lista. Sendo assim, é desnecessária a utilização da conjunção "e" antes de "etc."

Ex nihilo nihil (Do nada, nada). Coisa alguma pode ser criada do nada. Aforismo tirado de um verso de Pérsio, erigido em princípio filosófico por Lucrécio e outros epicuristas.

Festina lente (apressa-te devagar). Trabalho feito devagar é melhor do que feito apressadamente. 

Frui vita (Aproveite a vida). O verbo “fruir” (desfrutar, aproveitar) manteve o mesmo sentido na língua portuguesa. Se quiser utilizar a frase como um conselho a alguém, pode dizer: Frui vita tua (“Aproveite a sua vida”).

Hic et nunc (aqui e agora). Imediatamente, sem delongas. 

Honoris causa (Por causa de honra). Honoris causa é uma expressão em latim e usada atualmente como um título honorífico, que significa literalmente “por causa de honra”. Normalmente, honoris causa é utilizada quando uma universidade de prestígio deseja conceder um título de honra para uma personalidade de grande destaque ou importância por seu trabalho. Esse título é dado para uma pessoa mesmo que ela não tenha um curso universitário, mas no entanto tenha se destacado ou exercido grande influência em determinadas áreas, como nas artes, na literatura, na política ou promovendo a paz.

In vino veritas (No vinho está a verdade). Mais um provérbio latino com a palavra veritas (verdade). Só que, desta vez, ela vem acompanhada de um parceiro pouco usual: o vinho. O que está por trás dessa expressão é a ideia de que o vinho tira a inibição, revelando a verdade reprimida quando a pessoa está sóbria.

Industriam adjuvat Deus (Deus ajuda quem trabalha). A mensagem é bem clara: nada cai do céu; se quiser conquistar seus objetivos, é preciso correr atrás.

Magister dixit (O mestre falou / O mestre (o) disse). Com esta expressão os escolásticos referiam-se a Aristóteles cuja opinião encerrava qualquer discussão. Ainda hoje se aplica para citar alguém tido como mestre em determinada matéria. Expressão que afirma que os posicionamentos de uma autoridade, seja ela uma pessoa ou uma instituição, é inquestionável.

Mendacium nullum senescit (Nenhuma mentira envelhece). Nenhum mentiroso passa incólume por muito tempo. 

Nosce te ipsum (Conhece-te a ti mesmo). “Conhece-te a ti mesmo” era a inscrição que ficava na entrada do Templo de Apolo, que existiu no século IV a.C. na cidade de Delfos, na Grécia. Geralmente atribuída ao filósofo Sócrates (469-399 a.C.), essa frase, na verdade, é mais antiga, e não se sabe exatamente sua origem. O ditado fala sobre um dos conhecimentos mais importantes que devemos cultivar: o autoconhecimento. Só a partir daí podemos conhecer melhor o outro e o mundo.

Oculum pro oculo, dentem pro dente (Olho por olho, dente por dente). A expressão “olho por olho, dente por dente” remonta à chamada Lei de Talião, baseada no princípio da reciprocidade entre o crime e a pena. Essa lei é bastante antiga e serviu de inspiração para um dos primeiros conjuntos de leis já escritos, o Código de Hamurabi, elaborado na Babilônia no século XVIII a.C.

Oculus animi index (Os olhos são a janela da alma)

Omnia tempus habent (Tudo tem seu tempo).

Panem et circenses (Pão e espetáculos circenses). Era o que pediam os romanos da decadência, censurados por Juvenal.

Paulatim deambulando, longum conficitur ite (Devagar se vai ao longe). De autoria desconhecida, a frase recomenda calma, cautela. Afinal, “a pressa é inimiga da perfeição”.

Quo vadis (Para onde vais?). A expressão quo vadis aparece na Bíblia, em João 16:5, onde Jesus Cristo diz: "Agora que vou para aquele que me enviou, nenhum de vocês me pergunta: para onde vais?" A expressão quo vadis também pode ser traduzida por "para onde caminhas" e "aonde vais". Quo vadis também é um filme de 1951, baseado no livro do escritor polonês Henryk Sienkiewicz, um romance histórico publicado em 1894.

Sine qua non (Sem a qual não). Sine qua non é uma locução adjetiva, do latim, que significa “sem a qual não”. É uma expressão frequentemente usada no nosso vocabulário e faz referência a uma ação ou condição que é indispensável, que é imprescindível ou que é essencial. A expressão conditio sine qua non ("condição sem a qual não") indica circunstância indispensável à validade ou à existência de um ato. É usada nas diversas áreas do conhecimento, entre elas, Direito, Economia, Filosofia e Ciências da Saúde. Vários idiomas fazem uso dessa expressão na sua forma em latim, como o inglês, o alemão, o francês, o italiano, entre outras.

Spes messis in semine (A esperança da colheita reside na semente).

Ut sementem feceris, ita metes (Cada um colhe o que planta). Essa frase bastante antiga foi usada pelo filósofo e orador Cícero (106-43 a.C.) em seu discurso sobre retórica intitulado Do Orador, escrito no ano 46 a.C. “Plantar” é metáfora das nossas ações, sejam elas quais forem. A ideia por trás da frase é que a vida é guiada por uma lei de causa e efeito, semelhante ao carma de algumas religiões. Se a “colheita” é boa ou má, isso não se deu de forma gratuita: é tão somente fruto das nossas ações.

Utilius tarde quam nunquam (Antes tarde do que nunca). O português, como língua neolatina, herdou muitos provérbios do idioma falado em Roma. “Antes tarde do que nunca” é um exemplo disso. A ideia da frase é que é melhor fazer algo agora, tomar logo uma atitude, mesmo que seja tarde, do que nunca fazê-lo.

Veni, vidi, vici (Vim, vi, venci). Essa frase é atribuída pelo historiador Plutarco (46-120 d.C.) ao líder político Júlio César (100-44 a.C.). Após vitória na batalha contra o exército do Reino do Ponto, em 47 a.C., César teria escrito uma carta ao Senado romano dizendo: “Vim, vi, venci”.

Veritas lux mea (A verdade é minha luz). Existem muitas frases e provérbios em latim com a palavra veritas (verdade), sinal de que os romanos davam muito valor para esse conceito. A expressão lida com a simbologia da palavra “luz”, geralmente associada ao conhecimento, à vida e à felicidade. Em muitos trechos da Bíblia, o termo “luz” é usado como metáfora da lei ou da palavra de Deus. Por exemplo: “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” (Salmos 119:105). Assim, afirmar que “A verdade é minha luz” significa dizer que a verdade é o que ilumina as minhas ações, clareando meus passos e mostrando os melhores caminhos.

Vincit omnia veritas (A verdade vence tudo). Esse provérbio romano tem origem na seguinte frase do filósofo e orador Cícero (106-43 a.C.): In omni re vincit imitationem veritas (“A verdade supera o fingimento em qualquer circunstância”). A expressão mostra, mais uma vez, o grande apreço que os romanos tinham pela verdade.