Ciúme. É o apego excessivo ao ser amado, acompanhado do temor de que ele se incline para outro ou de que receba algum dano; é, enfim, o receio de perder o que lhe pertence.
Inveja. É paixão torpe que procede dos sentimentos de desgosto e cobiça pelo bem alheio. Tem inveja aquele que deseja, sem poder conquistar, algo que a outro pertence. Tem ciúme o que não quer perder o ser amado. A inveja é uma paixão torpe, o tormento das almas vis; se puder, arranca os olhos a quem lhe faz sombra. O ciúme, por sua vez, tem nobre origem, pois nasce do amor-próprio e da ideia vantajosa que cada um tem da superioridade do seu merecimento. A inveja se concentra, rói o coração do invejoso e não ousa aparecer a descoberto. O ciúme não se esconde, não se envergonha de se manifestar. Os invejosos mais sentem os bens alheios que os males próprios; entristecem com a existência da felicidade alheia, que parecem ver como atentado à sua superioridade. A inveja contém um componente de inferioridade; habita o coração dos infelizes por natureza e frustrados por vocação. Enfim, tem-se ciúme do que se possui e inveja do que os outros possuem. (1)
Observação: usa-se o ciúme, os ciúmes; um ciúme, uns ciúmes, mas não: "o ciúmes", "um ciúmes". Mas quantas pessoas não há que volta e meia dizem, referindo-se à namorada ou a uma filha: Ela tem "um ciúmes" de mim! (1)
Fonte de Consulta
(1) SACCONI, Luiz Antonio. Corrija-se! de A a Z. 2.ed., São Paulo: Nova Geração, 2011.