A Felicidade do casamento deve ser protegida

Muito embora se viva num mundo cada vez mais individualizado, egocêntrico e materialista, e isto é uma realidade que não se pode escamotear, a luta para manter famílias nucleares unidas parece ser um bom caminho, na medida em que: «A família, hoje, é mais um centro de vida afectiva e moral.» (TORRE, 1983:197) e, ao contrário do que se verificava no passado, eles, os cônjuges, estarão ao lado um do outro, tanto nos bons como nos maus momentos, ambos participarão em tudo o que respeita à administração económica do lar, na educação dos filhos, dando e recebendo amor, carinho e felicidade. Só assim poderá o casal encontrar o equilíbrio e a felicidade familiar.

Compete, por isso mesmo, ao casal fazer todos os esforços para preservar e, se possível, aumentar a sua felicidade e a dos seus filhos. Não basta desfrutar de muitos bens materiais, de muitas diversões, de atividades sociais, de relacionamentos casuísticos que, às vezes, provocam a derrocada do matrimónio e, também, não se pode garantir que sejam seguras quaisquer outras “amizades circunstanciais”, alguns outros relacionamentos profissionais.

É preciso receber-se provas frequentes, dir-se-ia, diárias, dos amigos incondicionais, de que estão inequivocamente connosco, para com eles desabafarmos todos os problemas da vida, que sejam verdadeiros confidentes, que ajudem a encontrar as melhores soluções, no mais completo sigilo.

Esqueçam-se, para os casais que verdadeiramente se amam, aqueles contactos duvidosos que, por detrás deles, podem estar algumas estratégias extremamente perigosas, tanto para o homem como para a mulher, quando indefesos e/ou agem de boa-fé. Hoje, há muitos “lobos vestidos de cordeiros”, muitos “exibicionistas”, muitos autoproclamados conquistadores de meninas e senhoras fragilizadas. 

Os estrategas das “oportunidades”, os “abutres” da desgraça alheia, os “galãs” das fraquezas humanas, possuem valores diferentes, eventualmente, desvalorizam a família, (de resto, muitas destas pessoas nem sequer têm a dignidade de constituir família, para não assumirem responsabilidades),  e podem conduzir algum dos seus cônjuges a situações de que não mais se livram e conduzem à miséria do casal, com consequências nefastas para os filhos, que não têm culpa de nada. Vice-versa é igualmente válido.

A felicidade do matrimónio é um bem que deve ser intransigentemente guardado, sistematicamente usufruído e sempre alimentado pelo casal. Sim, porque: «Ser feliz é o objectivo principal de todas as pessoas. E a felicidade é obtida em pequenas doses, como resultante de seus esforços, da efecftivaçao prática de suas aspriações, da sua capacidade de resolver problemas, para adaptar-se à vida, e da sua capacidade, também, de saber usufruir dos seus recursos pessoais (…) será feliz do ponto de vista quantitativo, quem tiver maior quantidade e duração de momentos de felicidade (…) qualitativamente falando, ser feliz é (…) sentir-se valorizado, aceito e amado.» (RESENDE, 2000:176).

Se dificuldades inultrapassáveis não existirem, é dever dos cônjuges lutarem pela sua felicidade, amarem-se até ao limite possível, com este sentimento sublime, ultrapassarem divergências de comportamentos, de pontos de vista, consensualizarem todos os aspetos em discussão e daí construírem um novo modelo de vida matrimonial, defenderem-se reciprocamente dos “intrusos”, afastarem-se das companhias nocivas, mesmo que, aparentemente, lhes possam ser muito “prestáveis”. Há sempre uma segunda oportunidade.

Hoje, pode-se dizer que o amor: seja no contexto do casamento; seja no âmbito do “amor-de-amigo”; seja no quadro mais vasto da humanidade, evidentemente, amores distintos, tudo pode resolver. Sem amor, tudo é muito difícil, por isso se apela a que se lute pelo amor, que não se permitam influências de alegadas amizades iniciadas em circunstâncias e contextos que nada têm a ver com a felicidade matrimonial. É preciso muito cuidado com todas as pessoas que, através dos mais diversos meios, por exemplo, das redes sociais, nos possam comprometer, nomeadamente com frases, postagens e insinuações pedófilas e pornográficas.

Este nobre sentimento, o Amor, talvez o mais sublime e dignificante de todos, que tudo perdoa, que conduz à felicidade suprema, deve ser cultivado no seio das famílias, por ele tudo se deve fazer, até se esgotarem todas as possibilidades para o manter bem vivo no coração dos que se amam, também dos verdadeiros, solidários, leais e incondicionais amigos, e da humanidade em geral É, também, um valor para as crianças adotarem bem cedo nas suas vidas, este maravilhoso sentimento.  Mas o exercício prático, sincero e de dádiva recíproca deste amor, deve partir do casal.

Lutar pela manutenção digna e amorosa do casamento é um ato de grande humildade, mas também de uma imensa generosidade. Lutar, para reconquistar um amor quase perdido, é uma atitude corajosa, reveladora de quem ainda ama um ente que já foi muito querido e que, por circunstâncias da vida, se estaria prestes a perder.

Pugnar pela defesa dos filhos, para que possam ser acompanhados pelos pais é, no mínimo, um ato de amor supremo, um dever moral e legal. Combater pela felicidade, baseada num grande amor dos esposos, é a maior conquista que estes, enquanto tais, podem alcançar nesta vida.

Também não se pode ignorar a importância e influência da amizade sincera, límpida e  generosa dos verdadeiros amigos que, imediatamente a seguir ao amor do casal, é fundamental e que, de alguma forma, ajuda a consolidar a união dos cônjuges, quando os amigos se comportam com respeito, com solidariedade, com lealdade, com gratidão, com reciprocidade, com um verdadeiro “Amor-de-Amigo”.

Todos os casais podem (e/ou devem) ter um ou dois amigos, solidários, leais, confidentes, para se poderem apoiar nos momentos de crise. Para além dos cônjuges, que se amam, nada melhor do que uma/um boa/m amiga/o, por isso é preciso ter muita cautela com os amigos que se escolhem, ou daqueles que se querem fazer nossos amigos, quantas vezes em circunstâncias duvidosas.

Bibliografia

 

RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark

TORRE, Della, (1983). O Homem e a Sociedade. Uma Introdução à Sociologia. 11ª Edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional

 

 

 

Venade/Caminha – Portugal, 2024

Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

site@nalap.org

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

diamantino.bartolo@gmail.com

http://diamantinobartolo.blogspot.com

https://www.facebook.com/ermezinda.bartolo

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1