1 - O princípio da Química Orgânica

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Introdução

Das cavernas até os dias atuais, a humanidade ao longo de sua existência percorreu um longo caminho, civilizações se ergueram e ruíram, surgiram e desapareceram povos que se tornaram enigmas nas noites dos tempos. Alguns deixaram suas marcas indeléveis, que hoje são atestadas pelas construções ou ruínas de que foram civilizações poderosas, já outras civilizações desapareceram sem deixar rastos de sua existência, e sabemos que existiram por relatos de seus contemporâneos. As causas são as mais diversas. Entre elas, podemos citar as novas tecnologias pelas quais um povo sobrepujou o outro. O conhecimento e emprego dessas tecnologias criaram e destruíram civilizações, mas para descrever esses acontecimentos se faz necessário estabelecer uma cronologia

A idade da pedra

A idade da pedra está subdividia em:

Eolítico, Paleolítico , Mesolítico e Neolítico.

A denominação eolítico foi cunhada pelo antropólogo Francês Gabriel de Gabriel de Mortillet no século XIX. Ele acreditava que algumas pedras daquele período serviram de instrumentos e armas para o Homo Erectus, espécie hominídea extinta que viveu cerca de 2.000.000 até 300.000 anos AC, entretanto dificilmente consegue-se distinguir quando uma rocha sofre interferência humana ou de um animal.

Este período Eolítico deriva o seu nome dos eolitos ou sílex, pedras usadas para produzirem faíscas quando batidas umas contras outras, e se aproxima de uma mecha para se produzir a chama e acender uma fogueira .

No início do período eolítico ou alvorecer da idade da pedra o homo erectus não descobrira o uso que poderia fazer do fogo e como os demais animais o temia, esse fogo era produzido naturalmente pelos raios que incendiavam a vegetação.

A curiosidade sendo maior do que o medo fez com que o homo erectus se aproximasse dos locais onde os raios caíram e ele notou as madeiras em brasas, resultado das árvores queimadas e as percebeu como fonte de calor.

O homo erectus era uma presa fácil para os carnívoros, era praticamente indefeso, não poderia competir com eles em velocidade ,força e destreza até que descobriu ,o uso do fogo, com certeza fez uma tocha rudimentar que inflamou-se ao contato com as brasa deixadas pelos incêndios causados pelos raios e os levou para sua caverna ,se antes temia o fogo ,agora maior era o medo de perde-lo, pois descobrira que os animais o temia e bastava uma fogueira para afugenta-los, além de espantar os insetos que o atormentavam e passou a assar a carne , porque percebeu que depois de assada ela durava mais tempo.

Como o homo erectus era um nômade, ao se locomover de um local para outro, tinha que proteger o fogo que carregava com unha e dentes não só das intempéries,mas também de outros bandos de homo erectus que se dispunham a roubar o precioso fogo.

A denominação período eolítico carece de informações precisas, baseando-se mais em conjeturas, pois não se tem certeza de como o Homo Erectus fez para obter o fogo, uma vez que junto aos restos mortais encontrados dessa espécie hominídea extinta nenhum pedaço de Eolito ou sílex foi encontrado para fazer o fogo.

O HOMO ERCTUS É O ANCESTRAL GENÉTICO COMUM DE HUMANOS E NEANDERTHAIS.

O termo eolítico serviu apenas para designar um “Breve” período anterior a idade paleolítica.

Pela escassez de informações detalhadas e falta de precisão histórica, o termo eolítico acabou em desuso nos estudos arqueológicos e antropológicos.

Ao utilizar o fogo pela primeira vez o Homo Erectus entrou em contato com a química. Ao acender a primeira fogueira, ao queimar madeira deu-se a reação da combustão.

A madeira é geralmente composta de:

Carbono 49% a 50%

Hidrogênio 6%

Nitrogênio 0,1 a1%

Cinzas 0,2 material incombustível

Encontram – se outros elementos químicos em pequenas quantidades tais como:

Ca ,K , Na, e Mg

REAÇÃO COMPLETA DA COMBUSTÃO:

C + O2 -------------Co2 +8050K cal/Kg C

REAÇÃSO INCOMPLETA DA COMBUSTÃO DA MADEIRA

2C+O2__________CO2 + 2380Kcal/Kg C

Ao acender a primeira fogueira sem o saber o nosso amigo Homo Erectus deu início há um dos maiores debates da química que somente se iria aclarar no início da química moderna com a obra de Lavoisier publicada em 1789 DC ,Tratado Elementar de química.

A reação incompleta da madeira foi empregada para a obtenção do carvão vegetal propiciando o início da metalurgia e o nosso churrasco de fins de semanas

Naturalmente a combustão incompleta da madeira da-se pela má qualidade do material empregado, porque se usando a mesma quantidade de madeira como demonstrado nas duas reações acima, há uma grande redução da 8050 Kcal para 2380 Kcal e um aumento do monóxido de carbono formado. Se essa combustão incompleta ocorresse dentro da morada do nosso amigo Homo Erectus, o mesmo adormeceria em sua casa e acordaria no céu.

Sendo o monóxido de carbono um gás sem cheiro, todos os habitantes da caverna seriam mortos. O CO ao reagir com a hemoglobina do sangue, pela qual tem uma afinidade maior do que a do O2, transformaria a hemoglobina em carboxi-hemoglobina, impedindo a oxigenação do sangue, e causaria então a morte por asfixia.

Hoje usamos GLP para aquecimento e cozer os alimentos, O GLP é uma mistura de gases liquefeitos do petróleo pressurizados em cilindros ou conduzidos através de encanamentos que tem em sua composição, entre outros gases, o CO. Devido ao CO não possuir nenhum odor que nos alerte de sua presença no ambiente em caso de vazamento, ao GLP é adicionado o Mercaptano CH4S, que com seu odor desagradável, nos alerta para qualquer vazamento. Se assim não fosse, em caso de um vazamento, faríamos companhia ao nosso ancestral genético comum, o homo erectus

Em todos os povos e em todos os tempos, há uma multidão de mitos e histórias sobre o fogo:

Prometeu na velha Grécia, deu o fogo divino aos homens e foi castigado por Zeus que o atou á um rochedo. Todo o dia um abutre vinha devorar seu fígado, que a noite se refazia, para o mesmo suplício no dia seguinte. Depois de muitos séculos foi libertado por Hércules, outro herói da mitologia grega .

O fogo foi objeto de adoração e temor por todo o mundo em diversas épocas. Zaratustra, poeta e profeta nascido na pérsia (atual Irã) foi o fundador do Masdeísmo ou Zoroastrismo. A primeira religião monoteísta que se tem notícia, cujo o fogo era adorado como representação física de Ahura Mazda. Os templos de fogo mais importantes ficam no Irã e na Índia e mantém uma chama do fogo sagrado sempre acesa. As orações são sempre feitas perante uma chama de fogo.

Além disso, entre os muitos povos indígenas do Brasil, há também muitas histórias sobre o fogo. Uma delas conta que um pajé foi ao sol e trouxe o fogo para a Terra e, como castigo pela sua ousadia, foi transformado em um Japuaçu, pássaro da cabeça vermelha, para lembrar sempre de sua façanha. Nesse caso, como também no mito de Prometeu, o fogo é algo divino que foi conquistado dos deuses.

A pedra sobre o qual se fazia o fogo para o uso doméstico na antiga Roma, ancestral dos nossos fogões, se chamava Lar, que por extensão do termo, passou a designar a própria casa, a família e aos deuses protetores desta, chamados Lares; de onde vem a palavra lareira.

Em muitos lugares da Europa antiga o fogo era mantido aceso o tempo todo, inclusive havia o templo da deusa do fogo, Vesta, que possuía suas virgens sacerdotisas as vestais.

Quando se menciona a preparação de alimentos com o fogo, vem-nos a lembrança na panela sobre o fogão. Não nos lembramos que o fogo também é usado para a conservação dos alimentos através da defumação, que consiste em expor as carnes de mamíferos, aves e peixes `a fumaça, provocando a desidratação parcial destes alimentos para a sua conservação, evitando o ataque de microrganismos que poderiam apodrecê-los.

Existem alguns registros que atribuem à origem dos alimentos defumados, `a pré-história. Gregos e Romanos usavam a defumação para a conservação de alimentos, e com o aperfeiçoamento desta técnica, passaram a usar diferentes tipos de madeira, que modificava o sabor dos alimentos, tornando-os mais saborosos.

Durante a idade da Pedra Lascada a baixa temperatura da época fazia com que as cavernas fossem o lar dos hominídeos que viveram durante o período tais como os Austraulopitecus, Homo Habilis, Homo Erectus e Homo Sapiens, era a Quarta era Glacial e os homens dessa época passaram a usar peles de animais para se protegeram do frio, porém essas peles logo se estragavam.

Devido à vida nômade em busca dos animais que lhes serviam de alimento, muitas vezes estes homens não encontravam cavernas onde se abrigarem, e passaram a usar as peles de animais para construírem cabanas. Ao acenderem o fogo para se aquecerem dentro dessas cabanas, perceberam que a fumaça das fogueiras conservavam mais as peles, mas era um couro rígido, que só servia para a confecção de suas cabanas e talvez daí tenha se originado a defumação dos alimentos pois expondo as carnes dos animais acidentalmente, elas se tornavam defumadas.

O fogo permitiu o homem o acesso a cerâmica e a metalurgia, por outro lado também serviu como arma para destruir cidades e matar os seu semelhantes.

O fogo é benéfico quando sobre controle, porém quando descontrolado acidentalmente ou intencionalmente, se torna o temido atávico incêndio causando mortes e prejuízos materiais.

Outro uso do fogo foi para iluminar. Inicialmente, usava-se para esse fim as fogueiras e para as caminhadas o homem passou a usar tochas. A preferência recaiu sobre a madeira que continha alguma espécie de resinas mais difíceis de se apagarem com o vento. Posteriormente, para uso doméstico, o homem aprendeu que óleos líquidos e gorduras de animais também poderiam alimentar o fogo. Mechas embebidas com esses materiais devem ter sido utilizadas no início, evoluindo, depois para “Lamparinas rudimentares: um frasco de cerâmica cheio de óleo e com uma mecha ou pavio que se embebe no líquido, uma vez que enquanto houvesse óleo, a chama permanecia acesa. Outro dispositivo análogo foi a vela, feita de gordura e um pavio interno mais fino. Atribui-se a invenção das velas aos Egípcios. Há 3000 mil anos antes de cristo eles usavam um bastão com um pavio ancestral da velas atuais.

Observando-se uma vela se queimar, a maioria das pessoas de hoje, tão como os nossos ancestrais que a criaram, não possuem ideia de como essa combustão se processa e as reações químicas envolvidas nessa queima.

Na figura abaixo representamos esquematicamente a combustão de uma vela. Indicando também as diferentes temperaturas ao longo do corpo e acima do corpo da mesma.

Na base do pavio, tem-se a parafina em derretimento constante, cuja faixa de fusão varia numa faixa de 45 à 60 graus centígrados. A irradiação do calor da chama provoca essa fusão e a parafina liquefeita sobe, por capilaridade*, pelo pavio. O pavio é normalmente um barbante feito de fibras de algodão, constituídas principalmente por celulose, material também combustível por excelência. Nele, a parafina evapora-se e o gás formado reage com o oxigêniodo ar. Isso ocorre na parte azulada da chama, que fica na parte inferior da chama, cuja temperatura é de aproximadamente 1400 graus centígrados. Mais acima continua a haver a vaporização da parafina, porém como já não há muito oxigênio disponível, ela se decompõe, dando, entre outros produtos, carbono elementar. É a parte mais escura da chama, em torno da extremidade do pavio, cuja temperatura varia na faixa de 700 á 1100 graus centígrados. Esse carbono vai então ser queimado na parte superior, produzindo forte luminosidade amarela característica. Na vela, o ar necessário está ao redor da chama; ele tem que se difundir até ao pavio para poder reagir com os gases provenientes da evaporação da parafina e a reação ocorre com certa deficiência de ar. Daí então formarem – se partículas de carvão incandescentes , que brilham , emitindo luz. Essas partículas de carvão vão se queimando mais lentamente. Se colocarmos uma superfície fria próxima à chama da vela por exemplo um pires , veremos que ela se cobrirá de fuligem a qual é formada pelas partículas de carvão que não se queimaram A parte externa da chama , a cima da região azulada , mais difícil de ser observada , é o limite da combustão ,ou seja não há mais reação química entre os vapores de parafina e o oxigênio do ar.

Apesar dos progressos feitos com a iluminação elétrica as velas são , ainda hoje ,indispensáveis quando falta a energia elétrica e nos bolos de aniversários ( a luz de velas0 em cerimônias religiosas e ainda existem velas perfumadas que ao se queimarem deixam pairando no ar o odor dos perfumes de que se compõem ,mas esse inocente artefato segundo o escritor Maurice Druon foi usado para executar uma vingança contra Guilherme de Nogaret chanceler de Felipe o Belo. Nogaret foi o principal executor das vontades reais na supressão da Ordem dos Cavaleiros do Templo e o redator da confissão arrancada por tortura dos irmãos D,aunay acusados de serem os amantes de Margarida de Borgonha e Branca de Borgonha ,filhas de Mafalda D, Artois casadas com o futuro luís X chamado de o Turbulento ou teimoso e Branca de Borgonha casada Com o futuro Carlos IV no escândalo da Torre de Nesle. Essa vela foi feita Por Evrard antigo cavaleiro templário e Beatriz d,Hirson dama de companhia da já citada Mafalda D, Artois , em sua composição foi adicionado Hg S sulfeto de mercúrio que por combustão gerou vapores de mercúrio e compostos anidros ,intoxicando e matando Gulherme de Nogaret .

Um dos usos mais importantes do fogo para a pesquisa histórico arqueológica foi a produção da cerâmica. Em sítios arqueológicos por todo o mundo os restos e peças de cerâmica relatam o grau evolutivo de cada civilização através das técnicas que esse povo empregou para produzir artefatos cerâmicos.

As peças mais antigas de cerâmica conhecidas foram encontradas onde hoje se situa a República Tcheca em Doeni Vestonice datando de 24 500 AC. é uma estatueta em terracota e uma figura feminina ela mede 11 mm de altura e 43 mm de largura .No mesmo local foi descoberta a moradia de um artista .Esta ficava isolada do acampamento principal e era caracterizada por apresentar uma forma construtiva diferente. Nas cinzas da lareira central em parte abobadada a jeito de um forno encontram-se mais de 2200 pequenas obras plásticas e fragmentos de obras de barro cozido.

Por sua vez a existência de fragmentos de flautas indicam que também a própria cabana era o lugar de celebração de cerimônias mágicas e onde o criador dos objetos de arte ,um sábio mago ou sacerdote xamã tinha sua moradia .

Texto desenvolvido por: Sidney Cormanich