Regnault, Henri Victor (1810-1878)

Henri Victor Regnault

Nasceu na Alemanha, em Aachen (posteriormente pertencendo a França com o nome de Aix La Chapelle, pelo tratado de Aachen), em 21 de julho de 1810 e faleceu em Paris em 18 de janeiro de 1878. Ficando órfão a idade de 8 anos com a morte de seu pai, que era capitão do exercito napoleônico e morreu na campanha da Rússia; seis anos mais tarde morria também a sua mãe, foram recolhidos e ele foi logo obrigado a trabalhar, a fim de prover a si e a sua irmã. Até a idade de dezoito anos ele trabalhou como balconista em uma loja que vendia cortinas em Paris, mas fez uso de todo seu tempo livre para estudar até que ele entrou na Escola Politécnica em 1830, onde conseguiu uma vaga assalariada como professor assistente, que lhe permitiu também estabelecer um dote para sua irmã. Em 1832, ele entrou para a escola das Minas; em 1834, ele viajou para a Bélgica e Alemanha onde foi estudar as técnicas de mineração de prata e trabalhou no laboratório químico da escola politécnica. Em 1835, ele obteve seu diploma de engenheiro de Minas, neste ano ele fez sua segunda viagem para o sudoeste da Alemanha, onde fez um breve estudo no famoso laboratório de Justus Von Liebig, em Giessen; foi também para a Suíça para analisar a salinidade das águas termais. Ele escreveu quatro ensaios disponíveis na biblioteca da escola de Minas, das minas de carvão próximas a Aachen (Aix la Chapelle) e sobre as minas e fábricas em Hartz.

Casou-se em 1836 com Clemence, filha de seus pais adotivos. Tornando-se professor e diretor adjunto, em 1838, tendo sido o mentor de Willian Thomson (Lorde Kelvin, criador do Zero Absoluto), foi nomeado também professor de química na Universidade de Lyon, permanecendo ali até ser chamado para ocupar a cadeira de Física do Colégio da França, até então ele estava trabalhando no campo relativamente novo da Química Orgânica, principalmente na produção de novos compostos, pelo método de substituir o Cloro por equivalentes de hidrogênio em hidrocarbonetos. Entre os novos compostos obtidos por ele podemos citar (Cloreto de Vinilo, Cloreto de Polivinilidine e Diclorometano). Os resultados foram publicados em dezoito ensaios nos anais de Química e de Física; e garantiram para ele a eleição como membro da Seção de Química da Academia de Ciências.

Em 1843, ele foi comissionado pelo governo, para investigar as propriedades do vapor e para obter dados numéricos, que deveriam ser úteis para a engenharia do vapor. Os resultados foram publicados em 1847, como volume XXI dos ensaios da Academia de Ciências. Estes resultados lhe valeram ser agraciado com a medalha Rumford, da Royal Society de Londres e a nomeação excepcional como engenheiro chefe das minas. Em 1852, ele tornou-se diretor das manufaturas de porcelana da cidade de Sévres. Onde ele continuou com suas experiências sobre as propriedades térmicas da matéria até 1871; e durante esse período sua carreira científica e fotográfica estiveram intimamente ligadas, durante sua diretoria ele foi encarregado pela manutenção da reputação artística da fabricação, ao mesmo tempo em que modernizava as técnicas industriais de fabricação da porcelana. Seu grande conhecimento da Química permitiu-lhe redescobrir a fórmula da “Pasta Macia”, uma porcelana artificial, exibida durante o século 16, na Corte dos Médici. Por sugestão de seu chefe de atelier, que também era fotógrafo. Regnault estabeleceu um departamento fotográfico em 1863, com o objetivo de introduzir novas técnicas de fotografia (técnica de foto cerâmica e fotografia vitrificável), na fabricação da porcelana. Nesse meio tempo ele projetou Termômetros, Hipsômetros, Higrômetros e Calorímetros.

Em 1856, ele sofreu uma grave queda em seu laboratório, que ameaçou a sua vida por mais de um mês, ficando doze dias em estado de coma e aparentemente ele nunca mais se recuperou por completo.

O ano de 1866, foi particularmente duro para ele, sua esposa, sua sogra e mais dois membros de sua família faleceram, deixando Victor sozinho com quatro crianças para cuidar, sendo que três delas mostravam sinais de doenças mentais. Em 1870, durante o cerco de Paris por tropas da Guerra Franco Prussiana, soldados prussianos destruíram seu laboratório que continha a sua coleção exclusiva de instrumentos científicos e resmas de pesquisas não publicadas, isto agravados com a perda de seu talentoso filho, Alex Georges Regnault, que morreu como combatente na primeira linha na batalha de Buzenval, em 19 de janeiro de 1871, praticamente no último dia da guerra, foi um terrível golpe.

Regnault imediatamente saiu de Sèvres com seu filho mais velho Leon, internado em um asilo para doentes mentais e outra criança também sofrendo de doença mental, para a pequena cidade francesa de Lassigneu, próxima a Genebra. Lá ele tentou reconstruir seu laboratório e retornar as suas pesquisas, passando um tempo com o seu antigo aluno suíço Jacques Louis Soret. Pouco tempo depois sua irmã, que passou algum tempo ajudando-o, sofreu um súbito ataque e morreu em seus braços. Essa tragédia final precipitou um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em 1873. Regnaul retornou de Lassigneu, aposentado da ciência, nos seus anos finais de sua enfermidade, ficou aos cuidados de Jules de Reiset, um antigo colega e de sua senhora (seria uma antiga amiga da família) e Lord de Belley. Regnault faleceu exatamente 7 anos depois da morte de seu filho, o pintor Alex Georges Henri Regnault, em 19 de Janeiro de 1878.

O seu trabalho inestimável, feito com a habilidade de um experimentador paciente e experiente na determinação do calor específico dos sólidos dos líquidos, dos gases e a tensão de vapor da água; e outros líquidos voláteis, bem como o seu calor latente em diferentes temperaturas. Ele corrigiu a lei dos gases de Mariotte, com relação a variação da densidade, com a pressão, para determinar os coeficientes da dilatação do ar e outros gases, concebeu novos métodos de investigação e inventou instrumentos precisos.

Duas leis que regem o calor específico, são nomeadas após ele. Essa massa de dados numéricos são reconhecidos como normas pelos engenheiros bem como pelos físico químicos.

Seus trabalhos:

Curso de Química Elementar, foi publicado em Paris em 1849 e recebeu várias edições posteriores.

Primeiros Elementos de Química, foi publicado em Paris em 1850, na sua sexta edição.

Relações das experiências 1847-1870, foram coletadas em 3 volumes - Paris 1870.

Títulos e Honrarias:

Em 1863, ele foi eleito comandante da legião de Honra.

Ele foi um membro estrangeiro de Royal Society de Londres e recebeu a mais alta honraria concedida daquela instituição a Medalha Copel, em 1869.

Bibliografia:

A Short History of Chemistry J .R Partington Macmillan and Co Limited London - 1951.

The Historical Development of Chemical Concepts Roman Mierzecki. Polish Scientific Publishers - Varsóvia -1985.

O sonho de Mendeleiev a verdadeira História da Química - Paul Strathern Jorge Zahar - editor

2002.