Sobreiro
Quercus suber L.
Nomes comuns
Sobreiro, chaparreiro, chaparro, sobro, sovereiro, sôvero
Família e descrição
O sobreiro é uma árvore perene da família das Fagáceas (Quercus suber), a que também pertencem o castanheiro e o carvalho.
Existem 465 espécies de Quercus, principalmente em regiões temperadas e subtropicais do Hemisfério Norte. A cortiça extrai-se da espécie Quercus suber L.
O sobreiro é uma árvore da família Fagaceae, que pode atingir 20 m de altura, de copa ampla, algo irregular.
Casca suberificada (cortiça), grossa e gretada, cinzenta-escura nos troncos e ramos desenvolvidos, amarela-avermelhada-escura, nos troncos desenvolvidos. A cortiça é muito grossa, atingindo às vezes 15 cm ou mais de grossura, esponjosa, porosa e muito leve.
As folhas, com 3 a 7 cm de comprimento, são coriáceas, persistentes, de ovadas ou ovado-lanceoladas a oblongas e verde escura lustrosas, com a margem inteira ou sinuada, com dentes pouco profundos, e face inferior esbranquiçada; pecíolo de 3 a 5 mm.
As flores masculinas agrupados em amentilhos finos, com 4 a 8 cm de comprimento. Perianto com lóbulos ovados, pelosos; anteras quase iguais ou mais largas que os filamentos.
O fruto é uma glande (bolota), de maturação anual, castanha quando madura; envolvida parcialmente por uma cúpula com escamas inferiores ovado-triangulares, curtas, imbricadas.
Origem e habitat
Situa-se na região mediterrânica ocidental.
Os povoamentos mais extensos e contínuos encontram?se no Sudoeste da Península Ibérica e nas costas ocidentais do Magreb (Marrocos, Argélia e Tunísia).
Surge na Europa de influência atlântica, nas costas mediterrânicas espanholas, francesas e italianas, nas ilhas do Mediterrâneo ocidental (pontualmente nas Baleares, Córsega, Sardenha, Sicília) e pontualmente ainda no Mediterrâneo oriental (Antiga Jugoslávia, Albânia e Grécia).
O sobreiro, de todas as nossas espécies arbóreas, é a que se encontra mais largamente disseminada no País.
O sobreiro é uma espécie espontânea em Portugal, que outrora, juntamente com outras espécies, nomeadamente do género Quercus, constituíam a floresta portuguesa (Fagosilva).
É facilmente reconhecido pela casca grossa (cortiça), distinguindo-se bem da azinheira (Q. ilex). Atualmente encontra-se um pouco por todo o país, de forma espontânea ou cultivada, mas é sobretudo no Alentejo, Ribatejo e em Trás-os-Montes, que forma matas a que chamamos de montados (de sobro).
Normalmente não têm mais de 20 m de altura e quando descortiçado desde jovem pode chegar aos 150 anos.
Utilizações e curiosidades
O descortiçar do sobreiro só deve ser feita no início do Verão, quando o sobreiro tiver entre 8 a 12 anos, tendo sempre o cuidado para não danificar a casca interna (vermelha escura), responsável pela regeneração do súber e sem a qual, a árvore acabaria por morrer.
Um pouco por todo o país encontramos alguns exemplares seculares, autênticos monumentos naturais, de destacar, o sobreiro de Alcova da Várzea (concelho de Oliveira do Hospital), sobreiro de Belazaima do Chão (concelho de Águeda), sobreiro de Quinteria (concelho do Fundão), sobreiro de Buxos (concelho de Chaves), sobreiro de S. Cipriano (concelho de Guimarães), sobreiro da Senhora das Amoras (concelho de Castelo de Paiva), sobreiro do Bom Jesus de Braga (concelho de Braga), sobreiro do Peso (concelho de Melgaço), etc.
A importância económica do sobreiro está patente no facto de Portugal ser o maior produtor mundial de cortiça.
Esta utiliza-se para muitos fins, que vão desde o isolamento térmico e acústico ao fabrico de palmilhas para o calçado, rolhas, tapetes, colmeias, etc.
As bolotas são utilizadas desde há muitos anos na alimentação do gado (particularmente o suíno) e a madeira dá ótima lenha para fornos e lareiras.
A casca do sobreiro é também muito rica em taninos, sendo por isso muito apreciada para curtir couros.