Nogueira
Juglans regia L.
Nomes comuns
Nogueira, nogueira-comum, nogueira-europeia
Família e descrição
É uma árvore da família Juglandaceae, caducifólia que pode atingir os 30 m de altura, com uma copa ampla, arredondada e frouxa.
Tronco cinzento-esbranquiçado, liso, fendido nos troncos velhos.
Ramos grossos, com medula escamiforme e cicatrizes foliares numerosas, proeminentes e cordiformes; ramos jovens de cor esverdeada ou acinzentada, glabros. Gomos sésseis, com 2 a 4 catafilos.
Folhas alternas, com 5 a 9 folíolos sésseis ou subsésseis, assimétricos na base; folíolos de 6 a 15 cm de comprimento por 3 a 9 cm de largura, elípticos, glabrescentes.
As flores masculinas encontram-se dispostas em amentilhos pendentes e axilares nos ramos do ano anterior, cada uma formada por uma corola com 5 a 6 pétalas, soldadas a uma bráctea, com 10 a 20 estames.
Flores femininas dispostas em amentilhos axilares de ramos formados no mesmo ano, ocorrem em número reduzido, 1 a 5 flores por inflorescência, formadas por um ovário ínfero peludo, coroado por um cálice lobado, apétalas, com dois estigmas divergentes e arqueados, com irregularidades que facilitam a captação do pólen.
Trima (fruto drupáceo) com 4 a 5 cm, subglobosa, com epicarpo liso, glabro, de cor verde, recoberto por pequenas glândulas esbranquiçadas; posteriormente o epicarpo seca e adquire a cor negra.
Após desintegração do epicarpo e mesocarpo e desidratação do pericarpo forma-se a noz, fruto típico da nogueira.
A noz tem uma forma ovóide, aguda e rugosa, constituída por duas valvas lenhosas (pericarpo), de superfícies rugosa, dividida internamente por 2 a 4 tabiques falsos e abrindo-se facilmente pela zona das suturas.
No interior da noz encontramos uma única semente dividida em 4 lóbulos, recoberta por circunvalações de forma cerebróide.
O embrião desprovido de albúmen é carnoso e oleaginoso possuindo dois cotilédones proeminentes.
Origem e habitat
Originária dos Balcãs, a Nogueira-comum tem vindo a ser cultivada em toda a Europa central (França, Itália, Suíça, Espanha, Portugal) desde tempos imemoriais.
Utilizações e curiosidades
Nos últimos anos é incentivado o cultivo desta árvore na reflorestação de diversas zonas, não só para obtenção de maiores áreas florestais, mas também para produção de frutos e extracção da madeira.
Em Portugal a sua cultura, apesar de difundida por todo o país, constitui apenas pequenos núcleos ou árvores isoladas sendo a área total ocupada pela espécie insignificante para produção.
Esta árvore adquire importância económica noutros países, nomeadamente França, Itália e Turquia.
A madeira da nogueira é de elevada qualidade, dura e homogénea, de cor pardo-acinzentada com veias escuras.
É muito apreciada em marcenaria dada a facilidade para a trabalhar e polir resultando em produtos finais de grande qualidade decorativa, observando-se uma elevada procura principalmente para mobiliário de categoria e contraplacados.
As folhas da nogueira apresentam propriedades hipoglicémicas; na forma de infusão são indicadas para diabéticos, uma vez que diminuem a quantidade de açúcar no sangue.
As folhas, a casca e o invólucro verde do fruto possuem propriedades adstringentes (devido ao seu conteúdo em taninos) e anti-sépticas, (pela presença de um principio ativo denominado juglona).
São ainda utilizados em tinturaria para tingir de castanho-escuro.
O óleo extraído das nozes apresenta aplicações industriais na preparação de tintas, sabões e vernizes.
A nível medicinal é indicado como excelente vermífugo.