Olaia
Cercis siliquastrum L.
Nomes comuns
Árvore-de-Judas, olaia, árvore- do-amor, árvore-da-judeia
Família e descrição
Pertencente à família Fabaceae ou Leguminosae, subfamília Caesalpiniaceae, género Cercis, a Cercis siliquastrum é uma pequena árvore de folha caduca que pode atingir 5 a 7 m de altura.
Possui folhas de 6 a 10 cm, cordiformes e verde-escuras.
As flores, de cor rosa intenso, têm aproximadamente 1,5 cm de comprimento, cálice curto, e agrupam-se em fascículos densos. Florescem no final do inverno, antes do aparecimento das folhas, em ramos de um ano e também no tronco. As flores são polinizada por abelhas e outros insetos.
Os frutos são vagens com cerca de 7 a 10 cm de comprimento, de cor castanho-acinzentado quando maduras, surgindo durante o mês de setembro.
Na Península Ibérica esta espécie é cultivada, multiplica-se por sementes e por estaca. As árvores mantêm-se atrativas durante duas a três semanas, produzindo flores em abundância (a partir de Abril) em toda a árvore, incluindo o tronco principal e os ramos.
Origem e habitat
Originária da região mediterrânea oriental, até à Pérsia, pode encontrar-se em estado espontâneo na Península Ibérica mediterrânica sendo, contudo, muito rara.
É resistente ao frio e à seca.
Prospera bem em grande parte do litoral mediterrâneo, sobre solos ligeiramente argilosos e não muito húmidos, mas também tolera solos calcários.
Utilizações e curiosidades
O restritivo científico para designar o nome do género deriva do grego: Cercis que significa naveta (vaso em forma de barco onde se introduz o incenso destinado aos turíbulos, nas cerimónias da Igreja). Esta origem alude provavelmente à forma do fruto ou à forma navicular da quilha (peça da corola).
O restritivo específico, siliquastrum, é formado pelo vocábulo latino siliqua que significa alfarroba e o sufixo astrum indica semelhante, imperfeito.
O seu nome vulgar, árvore-de-Judas, é um mito de longa data que relata que Judas Iscariotes se enforcou em uma árvore desta espécie. Esta crença é possivelmente devida a uma tradução alterada do nome comum francês, arbre de Judee, que significa árvore-da-Judeia, referindo-se às regiões montanhosas do país onde a árvore era comum.
Em Portugal, no Guia Prático para Identificação de Plantas Invasoras (Marchante et al., 2014), é referida como tendo um “comportamento invasor pontual, mas preocupante, porque dispersa vigorosamente em áreas de carvalhal pouco perturbado.”
Em Israel, a árvore tem estatuto de planta protegida.
A árvore-de-Judas é uma planta notável, de grande efeito decorativo devido à sua floração que ocorre antes do aparecimento das novas folhas e pelas suas flores vistosas que nascem directamente nos troncos.
É uma árvore ornamental profusamente utilizada em parques e jardins.
A sua madeira não é de boa qualidade pois deforma-se com facilidade, por isso não tem aproveitamento. Os frutos usaram-se em medicina popular como adstringentes.
Os botões florais servem como substitutos das alcaparras e as folhas novas são consumidas em saladas.
Os botões florais e as folhas foram também utilizados para tingir fibras vegetais obtendo-se uma coloração cinzento-acastanhada de longa duração.
É muito comummente utilizada como ornamental em Portugal, em jardins e arruamentos, devido à sua abundante floração e rusticidade.