Azevinho
Ilex aquifolium L.
Nomes comuns
Azevinho, zebro, pica-folha, visqueiro, xardo
Família e descrição
Da família Aquifoliaceae, do género Ilex, o azevinho é um arbusto de folha persistente e crescimento lento, que pode alcançar os 6 m de altura em adulto, podendo viver mais de 100 anos.
As folhas são verde-escuras ou com margem branca/creme; são ovaladas ou lanceoladas e de bordo ondulado e espinhoso, por vezes liso em indivíduos ou ramos mais idosos.
A floração ocorre de abril a junho e as flores são brancas, de pequena dimensão.
Os frutos são drupas vermelhas que amadurecem no fim do verão e permanecem durante todo o inverno. Sendo uma espécie dioica (indivíduos masculinos e indivíduos femininos), os frutos, que são tóxicos, surgem apenas nos exemplares femininos.
Origem e Habitat
Surge de forma espontânea em Portugal continental.
Encontra-se em bosques caducifólios (carvalhais) e matagais, em regiões montanhosas até aos 1500 m com pluviosidade alta ou média.
Frequentemente ocupa encostas sombrias e húmidas com solos ligeiramente ácidos, leves e ricos em matéria orgânica.
Nas ilhas da Madeira existe uma espécie de azevinho endémica – que apenas existe nesta ilhas – Ilex canariensis.
Também nos Açores existe uma espécie de azevinho exclusiva destas ilhas – o Ilex perado subsp. azorica.
Utilizações e curiosidades
O azevinho é uma espécie simbolicamente associada à quadra natalícia, com os seus frutos vermelhos brilhantes que contrastam com o verde das folhas. Esta tradição gerou uma grande procura da planta nesta época. Ao colher os ramos com os frutos, a reprodução da espécie tem sido seriamente ameaçada por todo o país, o que levou a que azevinho em estado espontâneo corra risco de extinção. Por esta razão é proibida a sua colheita, transporte e comercialização em Portugal continental.
É uma das espécies mais cultivada como ornamental em parques e jardins pela sua beleza e resistência à poluição.
Possui uma madeira dura, difícil de trabalhar, contudo apreciada para trabalhos de marcenaria.
Como planta medicinal, às folhas são atribuídas propriedades diuréticas e os frutos, que são tóxicos, são purgantes e provocam o vómito.
A designação aquifolium deriva de “água nas folhas”, devido ao aspeto brilhante das suas folhas que parecerem estar sempre cobertas de água
É conhecido por ser uma planta tóxica, o que significa que a ingestão de 20 a 30 frutos pode provocar a morte de um indivíduo adulto, sendo que em pequenas doses, a sua ingestão atua como purgante drástico provocando de seguida diarreia, vómitos e convulsões.
Se um azevinho descobre que suas folhas estão sendo comidas por herbívoros, ele muda os genes para torná-las farpadas quando voltarem a crescer. Esta capacidade de um ser vivo alterar suas características, em resposta às variações ambientais, é conhecida como plasticidade fenotípica e é o fator chave na evolução de uma espécie.
Nas árvores de azevinho mais altas, as folhas superiores que estão fora de alcance têm bordas lisas, enquanto as folhas inferiores, que foram comidas anteriormente e cresceram, são espinhosas.