Aveleira
Corylus avellana L.
Nomes comuns
Aveleira, avelaneira
Família e descrição
Da família Betulaceae, a aveleira é um arbusto ou pequena árvore que pode atingir 8 m de altura, com numerosos troncos que crescem mais ou menos rectos.
A copa é pouco densa, irregular.
A casca é lisa, vermelha escura, que se torna cinzenta e, por fim, gretada-escamosa.
Os ramos jovens são pubescentes-glandulosos.
As folhas com 5 a 10 cm são ovais, rugosas, pubescentes, quando jovens, nas duas faces, tornando-se pubescente apenas na página inferior, duplamente serradas.
Apresenta, numa mesma árvore, flores femininas e flores masculinas (espécie monoica).
As flores masculinas encontram-se reunidas sob a forma de cachos pendentes (amentilhos) de cor amarelada e cerca de cinco a oito centímetros de comprimento.
As flores femininas são muito mais pequenas, de forma globosa e, na altura da floração, os botões apresentam estigmas vermelhos.
Os frutos são aquénios (avelãs) com 1,5-2 cm, de cor vermelho-escuro. Cada avelã está envolvida por um invólucro de brácteas soldadas e peludas, verde-claro, castanho na maturação, que quase ocultam o fruto.
Origem e habitat
Frequente em todas as montanhas do Norte Peninsular, desde a Galiza, Serra da Estrela, sistemas Ibérico e Central e Pirenéus. Espécie originária de quase toda a Europa, chegando à Ásia Menor e ao Cáucaso.
O seu habitat são os bosques caducifólios, encostas e vales húmidos e frescos, até aos 1900 metros de altitude.
Utilizações e curiosidades
Os médicos da antiguidade tinham conceitos diversos sobre a aveleira:
para alguns, era nociva para o estômago, mas acalmava a tosse;
Santa Hildegarda aconselhava-a como remédio para a impotência;
Mattioli receitava-a, depois de moída e misturada com gordura de urso, para o repovoamento capilar;
Amato Lusitano considerava-a infalível para curar a ‘doença da pedra’;
Craton indicava-a para as cólicas nefríticas.
A avelã é extremamente nutritiva, estimulante e menos indigesta que a noz.
A raiz com veios da aveleira é utilizada em trabalhos de embutidos.
Dos seus ramos flexíveis faz-se uma vara bifurcada utilizada pelos vedores para descobrir veios de água, extremamente importante nos meios rurais.
As aveleiras silvestres dão avelãs mais pequenas e em menor quantidade que as cultivadas, mas são mais saborosas.
As avelãs para além de serem comestíveis, são muito utilizadas na culinária.
As folhas são utilizadas em infusões como tónico circulatório, com propriedades antipiréticas e depurativas, sendo também aplicado externamente em compressas, como cicatrizante.
Já se provou também que a ingestão de 2 a 3 avelãs por dia, baixa o nível de colesterol no sangue.
As avelãs silvestres são parte importante na dieta de muitos roedores.