Liquidâmbar
Liquidambar styraciflua L.
Nomes comuns
Liquidâmbar, árvore-do-estoraque, ocozo
Família e descrição
O liquidâmbar é uma árvore da família Altingiaceae que pode alcançar, no seu local de origem, 40 m de altura, de tronco direito, casca acinzentada, grossa e fendida nos exemplares mais velhos e produz ramos desde a parte inferior do tronco.
Os ramos e ramagens mais ou menos encurvados têm umas tonalidades amareladas ou avermelhas, que em conjunto formam uma copa estreita, piramidal e de folhagem.
Folhas alternas, caducas, longamente pecioladas, com pecíolo de 6 a12 cm, palmatinervas, com 5 a 7 lóbulos profundos acuminados e finamente serrados, de limbo com 10 a 18 cm de comprimento; são brilhantes, lisas, emanando um odor a bálsamo quando rompem, com uma coloração verde escura na página superior e verde mais clara na página inferior, tomando várias tonalidades sucessivas antes da queda.
Flores pequenas, unissexuais, esverdeadas, reunidas em inflorescências globosas sobre um pedúnculo delgado; as masculinas em racimos, as femininas em inflorescências globosas pendentes.
Os frutos são pequenas cápsulas que se reúnem em glomérulos espinhosas de uns 3 cm de diâmetro e sobre longos pedúnculos; cada cápsula encerra 1 ou 2 sementes aladas.
Origem e habitat
Tem origem naAmérica do Norte e Central (Sul dos E.U.A, México e Guatemala).
Espontânea por todo Este dos Estados Unidos até às montanhas do Centro e Sul do México e zonas altas da Guatemala.
Foi introduzido na Europa provavelmente em 1681.
O Liquidambar styraciflua L., prefere os solos frescos, incluindo húmidos mas não encharcados, onde adquire colorações outonais das suas folhas, mais decorativas e duradouras, do que nos locais secos.
É geralmente indiferente quanto à natureza dos terrenos. Resiste bem ao frio, mas é conveniente situá-lo em locais abrigados.
Utilizações e curiosidades
O nome vulgar desta árvore, liquidâmbar, procede do nome científico do género. Este nome científico tem uma origem que produz confusão. Desde tempos remotos que se conhece o âmbar como uma resina fóssil procedente de coníferas e muito utilizado em joalharia. Nos países ribeirinhos da parte Oriental do Mar Mediterrânico, existe uma árvore que quando se corta a madeira e a casca, exsuda um líquido resinoso e de agradável odor, os árabes dão-lhe o nome de âmbar e os gregos styrax. Lineu designou esta árvore de "Liquidambar orientalis", do latim "liqueo", que significa destilar e do árabe âmbar. Mais tarde quando designou a árvore que tem vindo a ser descrita, designou-a de "Liquidambar styraciflua" de "styrax" e do vocábulo latino fluere que significa fluir. Liquidambar provém de liquidus = líquido e ambar = âmbar, alusivo à resina aromática que se obtém da sua casca. Styraciflua significa rico em substâncias gomosas.
A madeira do liquidâmbar é de cor castanho-avermelhada, de textura fina e uniforme, moderadamente dura, pesada, rígida e resistente aos golpes, é difícil de secar e torce-se com alguma facilidade.
Esta madeira tem um elevado valor comercial e é utilizada para muitos fins nos Estados Unidos, em móveis, marcenaria de interiores, tanoaria, caixas, embalagens e por vezes comercializa-se com o nome de nogueira acetinada.
Também se utiliza na indústria de contraplacados e para obtenção de pasta de papel.
No passado, era importada para a Europa e era amplamente utilizada, actualmente apenas é usada no seu local de origem.
Fazendo-se uma incisão no seu tronco obtém-se um bálsamo com odor a baunilha, de consistência sólida utilizado em medicina, para preparações terapêuticas e como fixador no fabrico de perfumes.
Na maior parte dos países, como em Espanha por exemplo, a sua principal utilidade é a ornamental devido principalmente à cor vermelha da sua folhagem no Outono, estando localizado especialmente perto da água.
Em Serralves, a alameda conhecida vulgarmente por Álea dos Liquidâmbares é dos locais mais apreciados do parque pelo efeito cromático das suas folhas ao longo do ano.