Ginkgo
Ginkgo biloba L.
Nomes comuns
Árvore-de-quarenta-dinheiros, nogueira-do-Japão, pé-de-pato, ginkgo
Família e descrição
Da família da Ginkgoaceae, o ginkgo é uma árvore de folha caduca que pode alcançar os 35 m de altura.
A copa é geralmente irregular, tendencialmente piramidal.
As folhas são alternas, simples, em forma de leque e com longo pedúnculo.
Por vezes um corte a meio divide as folhas (lóbulos) em duas partes – caraterística que deu origem ao “biloba” do seu nome científico. As nervuras das folhas dispõem-se igualmente em forma de leque. As folhas são verdes, tornando-se de um amarelo dourado intenso no outono, antes da queda.
A floração surge em março-abril. É uma espécie dioica – alguns indivíduos são macho, e outros, fêmea.
As flores masculinas são amentilhos cónicos, discretos, de cor amarela agrupadas em cachos. Os óvulos femininos aparecem ao mesmo tempo que as folhas.
As sementes, que parecem ameixas amarelas amadurecem no outono, nas árvores fêmea. São redondas e pendem de longos pedúnculos individualmente ou em pares. Estas, contendo ácido butírico, possuem um odor bastante desagradável.
Origem e habitat
O ginkgo é uma árvore originária do Sudeste da China, único local do mundo onde ainda existem exemplares em estado selvagem e onde se conhecem exemplares de dimensões extraordinárias.
Em Portugal é plantado em jardins, parques e alguns arruamentos.
Prefere situações com sol e solos bem regados e bem drenados, ligeiramente ácidos, podendo existir em situações tão diversas como margens de ribeiras ou encostas rochosas.
De raízes profundas, costumam ser árvores bastante resistentes ao vento.
Há quem questione a naturalidade de algumas formações naturais de ginkgo, que para além de apresentarem grande proximidade genética, são conservadas por monges chineses, desde há pelo menos 1000 anos, levantando a hipótese da espécie ter tido anteriormente uma distribuição ainda menor.
Utilizações e curiosidades
A família Ginkgoaceae é representada apenas por esta espécie, Ginkgo biloba, planta preservada que constitui um exemplo já clássico dos denominados (por Charles Darwin) ‘fósseis vivos’. Foi uma importante espécie florestal durante a Era Mesozóica, dominando a vegetação durante grande parte do Jurássico e Cretácico.
O ginkgo foi descoberto pelos europeus no Japão por volta do ano 690 e terá sido descrito pela primeira vez por Kaempfer.
Foi introduzido na Europa (Holanda) no início do século XVIII.
Lineu chamou-lhe biloba pela forma das suas folhas bilobadas.
Cultivadas em cemitérios e templos da China e Japão desde há mais de 3000 anos.
É uma planta rara em estado silvestre, estando-se, actualmente, cada vez mais, a expandir o seu cultivo a parques e jardins.
A madeira e leve, de granulação fina e de boa qualidade, não resinosa, de cor branca.
É utilizada no Japão e na China, em marcenaria, para fabricar tabuleiros de xadrez, jogos, etc.
A principal aplicação do ginkgo é como planta ornamental ou medicinal.
A fama do ginkgo como planta medicinal é muito antiga.
As sementes usavam-se na China como expetorantes, vermífugo, sedativo e para tratar doenças de pele.
Atualmente, estudos científicos comprovam a ação do extracto das folhas de ginkgo, para a melhoria da memória e para a circulação sanguínea, evitando a coagulação e combatendo os radicais livres presentes no sangue, aumentando a resistência do corpo contra diversas doenças.
Os ácidos ginkgólicos e o ginol, presentes nos frutos, inibem o crescimento de bactérias e fungos, prevenindo infecções.
Na forma de infusão, é utilizado no combate a problemas respiratórios, tais como asma, bronquite, rouquidão, tosse, renite crónica e tuberculose; perda de memória, gonorreia, úlceras estomacais, doenças de pele e ansiedade.
Aplicado localmente na forma de emplastos, age contra furúnculos.
O ginkgolídeo B, sintetizado em laboratório, é utilizado pelos médicos para evitar a rejeição de transplantes de órgãos e contra choques asmáticos e intoxicações.