Século XXI, uma era de tecnologia avançada, onde aparelhos de diversos tipos vão ficando mais avançados a cada ano, recebendo modelos novos e atualizações em cima de atualizações. Não encontramos mais surpresa na tecnologia. E sim, ela está presente desde os primeiros meses de vida para muitas crianças, contudo deixarei esse para um outro momento. Separei esse período de pré-adolescência para tocar nesse tema por uma razão: a comunicação online e, de uma forma breve, redes sociais.

O efeito das novas tecnologias têm afetado os pré-adolescentes e jovens de uma maneira diferente do restante da população, arrisco dizer, talvez um pouco pior.

De onde vêm essa necessidade de ter contatos, de ter seguidores, de ter amigos, esse desespero por não estar sozinho? Muitas vezes é porque a pessoa está realmente sozinha, essa é a realidade dela. O corpo dela está mudando, a mente dela está mudando e com isso surge uma necessidade de carinho, tanto na menina quanto no menino, que pode ser amoroso, materno, paterno, físico ou metafórico. Um desejo de companhia, de confiança, alguém que esteja com ele nessa transição que é o período da pré-adolescência. É um período de transformação em todos os sentidos e que coloca o indivíduo em uma posição de fraqueza e de medo.

É um ser humano que está em frequente contato com o medo, o medo dos pais, medo dos amigos, do mundo em si. O medo de crescer. A repreensão de não ser mais uma criança e as cobranças que vêm com isso, um emprego, uma nota melhor, um comportamento maduro. Temos dificuldade de entender que essa é a primeira fase da transição, o indivíduo que passa por isso no momento em si não sabe o quê ou porquê e, pior de tudo, pensa que sabe. Um falso egoísmo que deriva desse medo e dessa necessidade de carinho. Infelizmente, para a grande maioria dos pré-adolescentes, a comunicação verbal nessa nova fase da vida é um tanto mais complexa que na fase anterior. Os pequenos grupos se expandem e abrem um leque de opções de tribos das quais podem fazer parte. Assim como decidir o que quer ser entre todas as profissões do mundo temos que admitir que encontrar o meio social com o qual mais se identifica não é uma tarefa fácil, no entanto, hoje temos um pequeno porém, a comunicação social.

O que me leva a andar pela cidade descobrindo locais que me parecem atrativos e conhecendo pessoas aleatórias se posso apenas ditar minhas informações e característica de personalidade em uma página e esperar que pessoas como eu a encontrem, não é muito mais fácil? Sim, temos que concordar. Porém, até onde estamos indo ao montar essas páginas? Alguns criam amigos de certo modo, contudo, a grande maioria acaba declinando no desejo. Por que ter cem amigos se eu posso ter mil? Por que ter mil seguidores se eu posso ter um milhão? O desejo de carinho se transforma em um desejo de atenção e a atenção gera inveja. O egoísmo de querer ser melhor que todos e todas, logo que não tenho tal atenção me vejo em necessidade de carinho mais uma vez. Então faço uma loucura, altero minhas informações e procuro uma nova fonte de atenção, depois outra, depois outra, depois outra e assim segue sucessivamente. Semelhante ao efeito de um vício.