Tempo é um assunto que parece vir incomodando a sociedade nos últimos anos, interessante ver como no passado não era assim. Nas eras medievais, por exemplo, acreditavam que o tempo, ou a existência, seria eterna. Na concepção das pessoas desses séculos, a vida seria apenas uma pequena passagem de tempo antes de atravessarem para o segundo plano. Céu ou inferno. A ideia de ser um pequeno ponto no meio de um universo tão gigantesco não os incomodava, pois acreditavam que se tornariam tão grandes quanto esse universo. Essa fé garantia com que a maior parte da população estivesse tranquila em relação ao tempo, infelizmente, o homem moderno não possui essa tranquilidade.

Uma das coisas mais comuns hoje, presente na vida de quase todos os cidadãos de diferentes lugares, é a chamada crise existencial. Quando tomamos consciência de que o tempo pode ser eterno, mas nós supostamente não somos. Nosso tempo é curto em comparação a tudo que já se criou antes de nós. Não passamos de uma lasca na existência, sendo assim, de que vale nosso tempo? O nosso tempo vale para nós e somente nós. Porque para cada um existe uma forma de enxergar o tempo, logo, todos temos nosso próprio tempo, dentro da nossa própria concepção. Dessa mesma forma, posso dá-lo como finito. Posso dizer que o tempo nasce e morre. Assim como cada criatura viva nasce e morre levando com ela a sua ideia de tempo.

Pela maneira como observo a vida alheia, gosto de ver o presente, passado e futuro da seguinte forma, o fato, a consequência e a morte. Cito eles dessa maneira pelo seguinte motivo: as coisas que nos aconteceram, com as quais convivemos e inevitavelmente pensamos em hora ou outra serão sempre fatos. Fatos bons, fatos ruins, mas sempre fatos. O presente, talvez a única parcela do tempo que realmente conhecemos, é, por virtude, a consequência. Quaisquer que sejam os fatos do passado, o que vivemos e como vemos o que vivemos, isso gera quem somos, a maneira de agirmos. Por fim, o futuro é a morte. Sempre a morte, para todos, independente de como usou o restante do tempo. Essa é uma sequência interminável na vida de quase todos os seres, incluindo o ser humano. Para a infelicidade de muitos, nenhuma dessas três divisões pode ser alterada. Queira chamar de fato, consequência e morte ou passado, presente e futuro. Os três serão quase sempre os mesmos. O que podemos fazer é mudar as entrelinhas entre eles, fazer um pouco mais de proveito do tempo que nós temos, antes dele morrer junto conosco como tantos outros tempos já morreram.