Trechos da reportagem da revista "Isto É" de 20/12/2000 sobre Jesus Cristo e o Cristianismo (por Osmar Freitas Jr)
“Com quase dois bilhões de fiéis, o cristianismo continua sendo a maior religião do mundo. (...) Um palpite de um filósofo ateu, Ludwig Feuerbach, talvez explique essa sobrevivência. A figura de Jesus é a ‘realização do supremo desejo das religiões: ver a Deus’. Cristo representa ‘a vitória real sobre a morte, sobre toda a violência do mundo e da natureza (...). É o coração que está livre de qualquer limitação angustiante, a afetividade feliz – a divindade visível.”
“...uma figura que, em circunstâncias normais, teria sido relegada ao pó há muito tempo. É assombroso que um carpinteiro dos confins do Império Romano tenha se transformado na pessoa mais importante e influente da história da humanidade. Jesus Cristo é o pão: a massa que toma a forma e consistência desejada por quem a manipula. Molda-se ao imaginário de cada um para preencher necessidades. Este é o mistério de sua permanência na vida dos homens e o milagre de sua multiplicação.”
“Na Ásia Central, por exemplo, Jesus foi imortalizado ao fundir-se com a deidade budista Maitreya, numa metamorfose que gerou o futuro Budhisatva – que, igual a Cristo, voltará no final dos tempos. Essa figura entusiasmou os chineses a ponto de provocar a rebelião que derrubou o poderoso Kublai Khan, no século XVI (instaurando em seguida a dinastia Ming).”
“É importante notar que o Evangelho de Marcos é considerado o primeiro, sendo que os de Mateus e Lucas seriam revisões deste texto (as três versões são chamadas sinóticas).”
“Os teólogos datam as escritas do Novo Testamento no último quarto do primeiro século. Algo em torno de 40 anos depois da morte de Jesus (!). Imagina-se que Marcos escreveu logo depois da queda de Jerusalém (!), no ano 70”. Já o Evangelho de João é considerado obra do final do século I ou início do século II.”
“‘Alguns estudiosos acham que Jesus nasceu em Nazaré. Alegam que o nome Nazareno não se deve ao fato de Jesus ter morado boa parte de sua vida na cidade de Nazaré, mas sim, por ter nascido naquele local.,’ diz o padre Luke Timothy Johnson, especialista em Novo Testamento, professor da Emory University.”
“Somente Mateus (2:13-23) descreve uma fuga da sagrada família para o Egito para escapar do infanticídio ordenado por Herodes, o rei da Judéia. ‘Mateus usou um mosaico de lendas para compor este quadro. Os paralelos entre o recém-nascido Jesus e o infante Moisés são inegáveis, com Herodes cumprindo o papel do déspota amedrontado com o surgimento de outro rei, da mesma forma que o faraó Seti na história de Moisés’, diz o teólogo John Dominic Crossan, membro do Seminário de Jesus.”
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