CONSIDERAÇÕES GERAIS: Têm um poder muito grande na introdução de comportamentos na população. Seu público é formado por pessoas de todas as idades.
A FAVOR
Já houve no Brasil novelas de caráter significativamente educativo.
Tivemos novelas sobre escravidão (Sinhá Moça e Escrava Isaura, ambas da TV Globo).
Algumas são uma reflexão profunda sobre a nossa sociedade, como Roque Santeiro (clique aqui para ver a sinopse desta interessantíssima obra de Dias Gomes, que nos mostra como os mitos populares são criados e utilizados pelas pessoas que têm em jogo seus interesses particulares).
Algumas novelas podem estimular o debate sobre temas como homossexualismo, transplante de órgãos, outras culturas, etc. (desde que mostrados de maneira responsável); sobre as instituições políticas e o jogo do poder (Que Rei sou Eu?, O Bem Amado, O Salvador da Pátria); reproduzem obras importantes de literatura (Gabriela, Meu pé de Laranja Lima, etc); já ajudou a encontrar crianças desaparecidas; nos dá a oportunidade de conhecer a cultura de nossa população e a beleza das nossas paisagens (como em Pantanal, da TV Manchete).
Serviu-nos como estímulo à criação de uma identidade nacional.
Somos considerados o melhor produtor de novela do mundo.
Com as novelas, exportamos nossa cultura para o mundo.
São reproduzidas algumas obras de qualidade. Outras, pelo menos, muito divertidas.
CONTRA
Devido ao caráter cada vez mais comercial da televisão, a maioria das obras contemporâneas parece não se preocupar muito com o conteúdo educativo-cultural transmitido, mas sim apenas em criar uma história com o objetivo de atrair possíveis consumidores para os produtos de seus patrocinadores.
Podem estimular hábitos e modos de comportamento nocivos nas pessoas. Há comentários, por exemplo, de que o Conselho Regional de Medicina já teria criticado a disseminação de informações médicas erradas em novelas da TV Globo.
Tendem a padronizar e homogeneizar o país culturalmente, propagando hábitos e costumes apenas de algumas poucas regiões, como Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.
Pode se utilizar do enredo para estimular o consumismo, busca pelo conforto, etc.
Muitas constroem sua audiência em cima de temas fantasiosos (anjos, espíritos, premonições, etc.) induzindo as pessoas a uma certa deseducação científica.
Via de regra, costumam ser obras inspiradas exclusivamente na vida burguesa, ignorando na maior parte das vezes os problemas sociais existentes no país, podendo provocar alienação quanto aos problemas político-econômico e sociais do país.
Na maior parte das vezes os problemas sociais são deliberadamente apagados do roteiro das novelas, devido ao caráter de mero entretenimento que muitas vezes lhe é dado.
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