Q R   C O D E

PT

INSURREIÇÃO ELECTRÓNICA

"O grande homem do amanhã a caminho da arte, não pode ser visto, não deve ser visto, e deve ir para o underground." (Marcel Duchamp, 1887-1968)

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Tradição e Vanguarda

                     “O sistema de arte tradicional permanece em vigor e a produção de obras de arte continua. O único problema é que este sistema está a tornar-se cada vez mais marginalizado. As obras de arte que circulam como commodities no mercado da arte contemporânea abordam predominantemente os possíveis compradores - um estrato de sociedade rico e influente, mas relativamente pequeno. Estas obras de arte funcionam como bens de luxo - não é acidental, que os museus privados construídos recentemente sejam de Louis Vuitton e de Prada. As web sites especializados em arte também têm uma audiência limitada. Por outro lado, a internet tornou-se um poderoso meio de divulgação de informações e documentação.” (In the Flow - Boris Groys, 2016)

                    O papel da arte na idade capitalista, é tornar as coisas visíveis. Nos nossos dias, os trabalhos de arte são avaliados pelo que não são. Representam coisas que são diferentes deles mesmos. Esta similaridade mina a função representativa da arte. Se o trabalho circula meramente como um objecto de luxo, o seu valor representativo decresce. O trabalho vale o que é, e não o que representa. Este negócio da arte é um sintoma do seu fechamento. O trabalho circula com valor e como objecto protegido, mas para o espectador mantém-se fechado (Martin Heidegger, 1889-1976). Para uma obra revelar a verdade das coisas, não deve representá-la, mas sim partilhar o seu destino final. Ao partilhar o destino de todas as coisas, significa partilhar a perspectiva da sua decadência, dissolução e desaparecimento. Partilhar o destino com todos os outros e todas as coisas, é o que a vanguarda radical deseja, por isso mesmo a intenção de destruir as Academias, Escolas de Arte, Galerias e Museus. (Filippo T. Marinetti, 1876-1944)

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Conexão e Massa

Para a cibernética, já não existe o homem e o seu meio ambiente, mas antes um ser-sistema, ele próprio inscrito num conjunto de sistemas complexos de informações, lugares de processos de auto-organização. Na contemporaneidade, para o homem estar vivo equivale a fazer parte de um amplo sistema mundial de comunicação (Norbert Wiener, 1894-1964). O mundo apresenta-se como uma imensa rede cujas metrópoles, não são mais que plataformas de interligação, pontos de entrada e saída (estações – conexões). É igual em todas as cidades, produzem um mesmo mundo no qual o que conta é a mobilidade e não mais a ligação a um lugar. A hiper-burguesia viaja de cidade em cidade, fazendo um contrato em Londres, vendo um espectáculo em Paris e indo a uma after party em Lisboa. A ideia é usufruir rapidamente e antecipar o futuro, agora.

Hoje em dia, o terreno da “guerra” estendeu-se aos domínios da sociedade, da política, da economia, da diplomacia e da cultura. A guerra já não se faz entre nações-estado, ela faz-se nas próprias sociedades dessas nações. Não existe nenhum governo mundial, o que há é uma rede mundial de dispositivos locais de governação, um aparelho mundial, reticular, de contra insurreição. Os serviços secretos multinacionais e as redes políticas cooperam além do nível estatal. Podemos ver o mundo como nações e sociedades, mas estas estão atravessadas, por um conjunto indomável de fluxos. O estado no fundo, não é mais que um sistema de fidelidades pessoais “mafiosas”. Os estados-nação estão ultrapassados, agora existe a “gestão”, flexível, plástica, informal, que se impõe em todos os domínios (pessoal, citadino e empresarial). As eleições não são democráticas, qualquer operação de envergadura é uma operação de comunicação. A manipulação consistente e inteligente das opiniões e dos hábitos das massas, desempenha um papel importante nas nossas sociedades pseudo-democráticas. Esta população apática e apolítica serve apenas para ser governada, através da satisfação dos seus estados de alma e dos seus sonhos de consumo. A média convida-nos a “celebrar os momentos da nossa vida” com a unificação espúria entre mercadoria e espectáculo, os famosos “não-eventos” (Guy Debord, 1931-1994). Os que manipulam o mecanismo social imperceptível são os que fazem a gestão invisível do país. Estamos perante uma guerra de influência subtil, psicológica e indirecta. (To Our Fiends - The Invisible Committee, 2015)

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A Derradeira e Última Vanguarda

A Internacional Situacionista (1957-1972) foi a “derradeira vanguarda”, a última tentativa, do ponto de vista histórico, de unir a arte com a política. Esta “realização e superação da arte” numa época em que já não há muita coisa para ser admirada. A vanguarda foi unicamente mais um desenvolvimento da sociedade capitalista. O objectivo era a superação da arte e a sua realização na vida. A arte era destinada a representar a subjectividade pura, a livre criação e o sujeito dominando o seu mundo. As vanguardas tinham o denominador comum; a vontade de não fazer somente mais arte ou então não fazer mais arte de todo. A hipervalorização da arte decorre do facto de as vanguardas estarem conscientes da pobreza que reveste a vida real sob a rede do capitalismo. Direccionada não apenas contra a miséria material, mas também contra a alienação na sociedade capitalista e do espectáculo. O “Neoísmo” (1990-1993) e a sua recusa à realização de produção artística no Reino Unido e no mundo ou “Luther Blissett” (1994), nome dado a centenas de artistas, activistas que adoptaram a mesma identidade. Criando uma ficção, uma lenda, um novo herói popular. Estas incursões e acções na arte no final do século XX, já não conseguem levar adiante o fio da “última vanguarda”. Nos nossos dias, o activismo mediático, a guerrilha de comunicação, os projectos alternativos, o “hacker” na internet, a arte do plágio, o software livre, o mixing musical e outras mais formas, aludem de algum modo à “derradeira vanguarda”. 

A filosofia clássica era emancipatória e aristocrática. O iluminismo queria mudar o mundo pela libertação da razão. Na contemporaneidade tendemos a acreditar que a razão não nos liberta, mas ultrapassa-nos. Agora queremos mudar o mundo para libertar a vida. A vida parece-nos estar submetida pelas mesmas instituições que proclamam serem modelos de progresso racional, promovendo a vida como o seu objectivo. Libertando-nos do poder destas instituições, significa rejeitar o seu projecto universalista baseado nos preceitos da razão. A arte é emancipatória, muda o mundo, liberta-nos da história, libertando a vida da história. Nos primórdios os filósofos e artistas queriam ser entendidos como seres humanos excepcionais, na actualidade os teóricos e artistas querem ser como qualquer um. A arte não é coisa da verdade, mas sim de gosto, e deste modo devia ser discutida com todas as pessoas (Immanuel Kant, 1724-1804). A arte contemporânea avançada, ou se ainda pudermos puxar o fio da “última vanguarda”, é basicamente produção de arte sem produto. (In the Flow - Boris Groys, 2016)

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A Estética Totalitária

Se a arte clássica era uma imitação da natureza, a vanguarda era uma imitação desta imitação, e não uma tentativa para criar uma nova civilização. Houve uma tentativa anacrónica de mudança, na interpretação da vanguarda, compreendida não como radical, mas simplesmente como mais uma temática das técnicas da arte tradicional Europeia (Clement Greenberg, 1909-1994). A classe reinante para manter o seu status quo económico e político, elaborou distinções de gosto e criou uma ilusão de estética solidária com as massas. Uma solidariedade que esconde as verdadeiras estruturas de poder e desigualdades económicas. Na Idade Moderna encontramos diversos exemplos de culturas de massas, como o Comunismo (Estalinismo), Nazismo e Fascismo (Italiano), mas também indirectamente, os Capitalistas, que prosseguem a mesma estratégia de estética, de solidariedade com as massas. Promovendo o kitsch cultural para prevenir que as massas se identifiquem com a sua classe inimiga. Observamos que não existem grandes diferenças entre democracia e totalitarismo na sua relação com a vanguarda. Ambos os regimes aceitam o gosto cultural das massas para criar a ilusão de uma unidade entre as elites e a população. A modernidade leva-nos para uma hegemonização cultural das sociedades europeias que na contemporaneidade foi expandida globalmente.

A Vanguarda e o kitsch serviram como ponto de partida para a indústria cultural. O kitsch devia ser reconhecido como um produto de nova tecnologia e ordem social, porque a vanguarda analisa as obras do passado, em vez de simplesmente usá-las como o kitsch faz. Podemos dizer que o kitsch é única manifestação artística moderna. No fim do século XX e no princípio do século XXI, a arte entrou numa nova era de produção artística em massa, que seguiu o tempo do consumismo de arte em massa, a era do “kitsch” (Clement Greenberg, 1909-1994), a era da “Cultura Industrial” (Theodor W. Adorno, 1903-1969), a era da “Sociedade do Espectáculo” (Guy Debord, 1931-1994). A era em que a arte é feita para as massas, para as seduzir. A emergência de novas técnicas de produção de imagem e distribuição, é uma mudança na nossa noção de arte,  reflectida através das redes sociais, onde qualquer um apresenta imagens, vídeos e textos. Houve uma mudança nas regras para identificarmos o que é arte e o que não é, isto significa que a arte contemporânea é definitivamente uma prática de massa cultural. Hoje ser artista é ser produtor de arte, representativo de uma sociedade na totalidade, no seu mais íntimo nível. 

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Zombies e Hackers

É possível ainda criticar o espectáculo sem servimos dos seus meios. A superação da arte ainda é possível, qualquer continuação da arte é algo retrógrado e reaccionário, expondo apenas uma “violação” do cadáver. O desaparecimento parece ser uma opção radical, bastante lógica para o nosso tempo, nunca uma declaração de morte. A recusa ao sistema imposto é pertinente, quando se assiste a um tédio universal das pessoas na simples menção da palavra arte. Será possível imaginar uma estética que não se comprometa com o mercado e que se remova da história. O desaparecimento dos artistas é “a supressão e a realização da arte”, mas não podemos constituir uma estética do desaparecimento com a intenção de nunca mais voltar. As táticas de defesa são a invisibilidade, pois o seu trunfo é o estado de não poderem ser reconhecidas, porque a história não as define, porque é indefinível. O ataque só pode ser feito às estruturas de “controlo”, essencialmente às suas ideias antiquadas, reaccionárias e nauseabundas que repetidamente “violam” o cadáver. São os necrófilos que dominam a cultura e continuadamente perpetuam-na exasperados pela sobrevivência e pela angústia económica. O que enfrentamos não é a crise da cultura e da sociedade, mas a extinção da civilização devido aos acontecimentos que presenciamos continuamente. Os zombies agora só desejam uma forma de entretimento. É urgente uma insurreição, pois representa uma possibilidade mais interessante de libertação, do que as revoluções burguesas, comunistas e fascistas. É através dos fluxos que este mundo se mantém. Atacar fisicamente esses fluxos, em qualquer ponto, é atacar politicamente o sistema na sua totalidade. Bloquear as web sites de cultura zombie institucional é um bom ponto de partida: museus, galerias, leiloeiras, bienais e prémios. Colapsar o sistema cultural “totalitário” e dar início ao “hacking da realidade”. Procuram-se espaços geográficos, sociais, culturais, imaginários, com potencial de florescer como zonas autónomas. (TAZ: Zona Autónoma Temporária – Hakim Bey, 1985)

EN

ELECTRONIC INSURRECTION

"The great man of tomorrow in the way of art cannot be seen, should not be seen, and should go underground."(Marcel Duchamp, 1887-1968)

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Tradition and Vanguard

"The traditional art system remains in force and the production of works of art continues. The only problem is that this system is becoming increasingly marginalized. The works of art that circulate as commodities in the contemporary art market predominantly address potential buyers - a rich, influential, but relatively small stratum of society. These works of art function as luxury goods - it is not accidental, that newly built private museums are from Louis Vuitton and Prada. The art web sites also have a limited audience. On the other hand, the internet has become a powerful means of disseminating information and documentation. “(In the Flow - Boris Groys, 2016)

The role of art in the capitalist age is to make things visible. In our days, the artwork is valued for what it is not. They represent things that are different from themselves. This similarity undermines the representative function of art. If a work circulates merely as a luxury object, its representative value decreases. Concluding, the work is worth what it is, and not what it stands for. The art business is a symptom of its closure. The work circulates with value and as a protected object, but for the viewer it remains closed (Martin Heidegger, 1889-1976). By sharing the final destination of all things, it means sharing the perspective of its decay, dissolution, and disappearance. For a work of art to reveal the truth of things, it should not represent them, but rather share their ultimate destiny. Sharing the destiny with all others and all things is what the radical avant-garde desires, for this reason the intention of destroying the Academies and Schools of Art, Galleries and Museums. (Filippo T. Marinetti, 1876-1944)

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Connection and Mass

For cybernetics, man and his environment no longer exist, but rather a system-being, itself inscribed in a complex set of information systems, places of processes of self-organization. In contemporaneity for man, being alive is equivalent to being part of a broad world system of communication (Norbert Wiener, 1894-1964). The world presents itself as immense networks whose metropolis are nothing more than interconnection platforms, points of entry and exit (stations - connections). It is the same in all metropolis, they produce the same world in which what counts is mobility and no longer the connection to a place. The hyper-bourgeoisie travels from city to city, making a contract in London, watching a show in Paris and going to an after party in Lisbon. The idea is to enjoy quickly and anticipate the future, now.

Today, the terrain of "war" has extended to the spheres of society, politics, economics, diplomacy and culture. War is no longer between nation-states; it is done in the very societies of these nations. There is no world government, what there is a world network of local devices of governance, a world apparatus, reticular, against insurrection. Multinational secret services and political networks cooperate beyond the state level. We can see the world in terms of nations and societies, but these are crossed, by an indomitable set of flows. The state in the background is nothing more than a system of "mafia-friendly" personal loyalties. The nation-states are outdated, now there is "management", flexible, plastic, informal, that is imposed in all domains (personal, city and business). Elections are not democratic; any major operation is a communication operation. Consistent and intelligent manipulation of the opinions and habits of the masses plays an important role in our pseudo democratic societies. The apathetic and apolitical population serves only to be governed, through the satisfaction of their states of mind and their dreams of consumption. The media invites us to "celebrate the moments of our lives" with the spurious unification of merchandise and spectacle, the famous "non-events" (Guy Debord, 1931-1994). Those who manipulate the imperceptible social mechanism are the ones who make the country's management invisible. We are facing a war of subtle, psychological and indirect influence. (To Our Fiends - The Invisible Committee, 2015)

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The last and ultimate avant-garde

The Situationist International (1957-1972) was the "last vanguard", the ultimate attempt, from the historical point of view, to unite art and politics. The "achievement and overcoming of art" in an époque where there is not much to admire. The vanguard was only another development of capitalist society. The goal was to overcome art and its fulfillment in life. Art was meant to represent pure subjectivity, free creation, and the subject dominating its world. The vanguards had the common denominator; the will to not only make more art or make more art at all. The overvaluation of art stems from the fact that the avant-gardes are aware of the poverty of real life under the network of capitalism. It is directed not only against material misery but also against alienation in capitalist and spectacle society. Media activism, guerrilla communication, alternative projects, internet hacking, plagiarism art, free software, music mixing and other forms all allude to the "ultimate avant-garde." "Neoism" (1990-1993) and its refusal to realize artistic production in the United Kingdom and in the world, or "Luther Blissett" (1994) name given to hundreds of artists, activists who adopted the same identity. Creating a fiction, a legend, a new popular hero. These incursions and actions in art in the late twentieth century can no longer carry the wire of the "last vanguard."

Classical philosophy was emancipatory and aristocratic. The Enlightenment wanted to change the world by the liberation of reason. In contemporary times we tend to believe that reason does not set us free, but surpasses us. Now we want to change the world to free live. Life seems to be subject to the same institutions that claim to be models of rational progress, promoting life as its goal. By freeing ourselves from the power of these institutions, it means rejecting its universalist project based on the precepts of reason. Art is emancipatory, changes the world, and frees us from history, freeing life from history. In the early days philosophers and artists wanted to be understood as exceptional human beings, today theorists and artists want to be like anyone. Art is not a matter of truth, but of taste, and so should be discussed with everyone (Immanuel Kant, 1724-1804). The advanced contemporary art, or if we can still pull the wire of the "last avant-garde," is basically production of art without product. (In the Flow - Boris Groys, 2016)

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The Totalitarian Aesthetics

If classical art was an imitation of nature, the vanguard was an imitation of this imitation. There was an anachronistic attempt to change the interpretation of the avant-garde, understood not as radical, but simply as a thematic of traditional art techniques (Clement Greenberg, 1909-1994). The reigning class to maintain its economic and political status quo, elaborated distinctions of taste and created an illusion of aesthetics in solidarity with the masses. A solidarity that hides the real structures of power and economic inequalities. In the Modena Age we find several examples of mass cultures, such as Communism (Stalinism), Nazism and Fascism (Italian), but also indirectly, Capitalists, who pursue the same aesthetic strategy of solidarity with the masses, promoting cultural kitsch to prevent the masses from identifying with their enemy class. It is observed that there are no great differences between democracy and totalitarianism in its relationship with the vanguard. Both regimes accept the cultural taste of the masses to create the illusion of a unity between the elites and the population. Modernity leads us to a cultural hegemony of European societies and in contemporary times it has been expanded globally.

              Vanguard and kitsch served as a starting point for the cultural industry. Kitsch should be recognized as a product of new technology and social order, because the vanguard analyses the works of the past, rather than simply using them as kitsch does. The kitsch is unique modern artistic manifestation. At the end of the 20th century and at the beginning of the 21st century, art entered a new era of artistic mass production that followed the era of art mass consumerism, is the era of "kitsch" (Clement Greenberg, 1909- 1994), the era of "Industrial Culture" (Theodor W. Adorno, 1903-1969), the era of the "Society of the Spectacle" (Guy Debord, 1931-1994). Art is made for the masses, to seduce them. The emergence of new techniques of image production and distribution, and a change in our notion of art, is reflected through social networks, where everyone presents images, videos and texts. There has been a change in the rules for identifying what is art and what is not, this means that contemporary art is definitely a practice of cultural mass. Today to be an artist is to be representative of a society as a whole, at its most intimate level.

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Zombies and Hackers

It is also possible to criticize the spectacle without using its means. The overcoming of art is still possible, any continuation of art, is something retrograde and reactionary, exposing only a "violation" of the corpse. The disappearance seems to be a radical option, quite logical for our time, never a declaration of death. The refusal of the imposed system is pertinent when there is a universal boredom of people at the mere mention of the word art. It is possible to imagine an aesthetic that does not compromise with the market and that is removed from history. The disappearance of artists is "the suppression and achievement of art," but we can not constitute an aesthetic of disappearance with the intention of never coming back. The tactics of defense are invisibility, because its trump is the state of not being able to be recognized, because history does not define them, because it is indefinable. The attack can only be done to "control" structures, essentially to their antiquated, reactionary and nauseating ideas that repeatedly "rape" the corpse. It is the necrophilous who dominate culture and continually perpetuate it exasperated by survival and economic distress. What we face is not the crisis of culture and society, but the extinction of civilization due to the events that we are witnessing continuously. Zombies now only want a form of entertainment. An insurrection is urgent because it represents a more interesting possibility of liberation than bourgeois, communist and fascist revolutions. It is through the flows that this world holds. Physically attacking these flows, at any point, is a politically attack to the system in its totality. Blocking institutional zombie culture web sites is a good starting point: museums, galleries, auction houses, biennials and awards. Collapse the "totalitarian" cultural system and begin the "reality hacking". We seek geographical, social, cultural, imaginary spaces, with the potential to flourish as autonomous areas. (TAZ: Temporary Autonomous Zone - Hakim Bey, 1985)

PT

QR CODE está integrado na exposição colectiva: "O Livro Disperso" com curadoria dos Media Instáveis que se realizou na Casa das Artes, 24 de set. a 8 de out., e no Sput&nik The Window, de 24 de set. a 28 de out. de 2017. Porto - PORTUGAL.

http://media-instaveis.tumblr.com/livrodisperso

EN

QR CODE is part of the collective exhibition: "The Book Dispersed" a project curated by Unstable Media at Casa das Artes,  Sept. 24– Oct 8 and  in Sput&nik The Window, Sept. 24– Oct 28 de 24 2017. Oporto - PORTUGAL.

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