Excursão 7


A Serra dos Candeeiros com os seus cumes arredondados estende-se da Vila de Porto de Mós para Sul abrangendo 3 Concelhos (Porto de Mós , Alcobaça e Rio Maior)

Com os seus 610m de altitude é a primeira barreira física a partir do Atlântico, facto que lhe confere caracteristicas e atributos diferenciados em termos de humidade e temperatura média anual.

localização no Concelho


paisagem


Caracterização

Solo: calcários, margas e conglomerados do Jurássico

Habitas presentes em destaque:

Carrascal

Pinhal com medronhal

Matos baixos calcícolas

Vegetação :

Pinhal de pinheiro-bravo

Os povoamentos de pinheiro-bravo tem vindo a ser substituídos por povoamentos de eucalipto, seja após a ocorrência de fogos, seja na conversão da floresta pelos proprietários

Nas áreas de cotas superiores o pinhal de pinheiro-bravo (Pinus pinaster) está reduzido a pequenos povoamentos espaçados que representam pequenas parcelas de privados no meio dos terrenos baldios ocupados por matos

É no limite Oeste da área proposta para esta visita que surgem povoamentos adultos dominados por exemplares de grande porte e bom estado de conservação, com vegetação no sub-coberto variável, de acordo com a exposição e as características do solo, como urzais, tojais, medronhal, matos densos e baixos de carvalhiça.

Formações arbóreas de pequeno porte

Junto ao Parque de campismo das Pedreiras em cotas mais baixas e com um coberto florestal de porte arbóreo dominam formações arbóreas de pequeno porte de medronheiros (Arbutus unedo) e urzes (Erica arborea) de características pré-florestais, e, que constituem, as orlas de antigos bosques de sobreiro e/ou carvalho-cerquinho, hoje substituídos, por povoamentos ,maduros de pinheiro bravo (Pinus pinaster) com exploração da resina.

Medronhal

O medronhal a sub-coberto de pinhal maduro de pinheiro bravo (Pinus pinaster), com porte arbóreo e elevada densidade de copa, tem como companheiras a aroeira (Pistacia lentiscus), apresenta no estrato arbustivo, espécies como a gilbardeira (Ruscus aculeatus), a salsaparrilha-bastarda ( Smilax aspera) ou a ruiva-brava (Rubia peregrina).

Na orla , e sub-coberto desse medronhal, nas encostas viradas a oeste surgem outras formações co -dominadas pela murta (Myrtus communis) e a a urze-das-vassouras (Erica scoparia ), que incluem a presença de plantas como as saudades-roxas (Scabiosa atropurpurea ) ou os maios (Iris xiphium) um endemismo lusitano de grande beleza

Carrascal

Na transição para cotas superiores dominam formações densas de carrasco ( Quercus coccifera), com outras comunidades de árvores de pequeno porte e arbustivas altas adaptadas a ciclos de vida, com a recorrência de fogo. Do elenco de companheiras destacam-se o jasmim do monte (Jasminum fruticans ), a giesta ( Cytisus striatus), a aroeira (Pistacia lentiscus ) , a murta ,(Myrtus communis), uma espécie que acompanha os matagais do topo dos cumes arredondados à base das encostas de medronhal formando um tapete florido no Verão, com o espargo bravo (Asparagus aphyllus .) ou a cássia branca (Osyris alba), entre outros, em combinações florísticas variáveis,

Matos

Na área de maior altitude, e a par das pequenas depressões que mantem culturas de sequeiro e/ou pastagens, encontramos manchas de azinhal em regeneração que têm tomado novamente posição na paisagem, em afloramentos calcários associados ao complexo mosaico de vegetação de matos baixos calcícolas dominados por tomilhos (Thymus sp) e Tojos (Ulex sp),e, com a presença de Carvalhinho (Quercus x airensis), um híbrido fruto do cruzamento entre a azinheira e o carrasco (Q. coccifera x. Q. rotundifolia).

Nas clareiras destes matos encontramos um conjunto de espécies de grande interesse como é o caso da Leuzea conifera, Linaria amethystea, Tulipa sylvestris, a Iris xiphium e o Dianthus cintranus subs. barbatus , esta última uma espécie endémica de Portugal continental com o estatuto de vulnerável.

Colonização de antigas pedreiras

Na colonização de antigas pedreiras localizadas no topo desta Serra com exposição a W deparamo-nos com algumas das "estrelas botânicas" (em termos de interesse para a conservação) neste território, é o caso de Iberis procumbens, Saxifraga cintrana, Arabis, sadina, Senecio minutos, e a bela Fritillaria lusitanica,

A área proposta para a visita, desenvolve-se na parte Norte desta Serra, nas freguesias de Serro Ventoso, Pedreiras e Porto de Mós, num percurso circular que percorre uma área com forte influência atlântica dominada essencialmente por matos em diferentes estados e portes, florestas e vales com um elenco florístico diverso.

Existência de percurso assinalado: PR5