O vale da Bezerra, e a área envolvente, em pleno coração da Serra dos Candeeiros, apresenta um conjunto de características particulares em termos de orografia, clima, humidade e precipitação, que se traduz, na presença de um conjunto diverso de formações vegetais típicos de ambientes cársicos, num entrosado de fatores de influência natural e antrópica que lhe confere uma paisagem distinta.

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Caracterização

- Composição do solo

- Calcários, margas evaporíticas, calcários margosos, margas e conglomerados

Habitats presentes em destaque:

Formações arbóreas de pequeno porte

Matos

Cristas calcárias

Lajes calcárias

Vegetação

Das formações vegetais atualmente existentes são de salientar, matos de grande interesse florístico predominando, em termos de vegetação espontânea, áreas de carrasco (Quercus coccifera), e, arbustivas de alecrim (Rosmarinus officinalis) que, substituíram pela ação humana florestas de carvalhos e castanheiros, agora reduzidas a pequenos bosques maduro de carvalho-cerquinho, com loureiros, folhados e espécies nemorais (de ambientes sombrios), a Norte da aldeia no lugar de Figueirinhas.

Os matagais arborescentes dominados por pilriteiro (Crataegus monogyna) surgem em formatos de pequenos bosques muito densos , em áreas abrigadas, nos vales encaixados e frescos como é o caso do Vale de Espinho, numa etapa de colonização de linhas de água outrora cultivadas, ladeadas por cercais nas encostas ou, formando sebes na orla espinhosa dos campos agrícolas associado a outras espinhosas.

Nas encostas de maior exposição solar, viradas a norte, estes matagais densos dominados por carrasco, são acompanhados por outras combinações tendo como companheiras o lentisco bastardo (Phillyrea angustifolia), o zambujeiro (Olea europaea), e, o medronheiro (Arbutus unedo), enquanto nas encostas viradas a sul surgem, entre outros, as pascoinhas (Coronilla glauca), a giesta-amarela (Cytisus striatus) e o jasmineiro-do-monte (Jasminum fruticans),

Na parte superior dos cumes , onde prevalecem as condições edáficas de secura, e vento forte, em solos decapitados, surge uma floresta secundária (o carvalhal foi substituído por azinhal em regeneração) numa etapa de floresta secundaria composta por matos em posições topográficas mais ou menos planas, fazendo parte de um mosaico de vegetação determinado pela erosão do solo. Aqui podemos encontrar algumas espécies raras como é o caso do Senecio minutos , uma planta muito rara em Portugal.

Nas cristas calcárias, onde as condições escassas do solo permitem o desenvolvimento do tomilho (Tymus sp.), forma-se um mosaico com o "carrascal"; rico em espécies endêmicas, enquanto que nas vertentes rochosas e nas áreas de lajes calcárias e prados rupícolas estão presentes algumas das relíquias da flora vascular deste território, como é o caso do Saxifraga cintrana ou do Narcissus calcicola, um bonito endemismo lusitano dos Calcários Centro e Sul de Portugal

Nas pastagens anuais, e clareiras de matos abertos a predominância de braquipódio e vulnerária ( Brachypodium distachyon e Anthyllis vulneraria) , dá corpo a uma pastagem endêmica anual dos calcários portugueses.

A área proposta para a visita desenvolve-se em torno da aldeia de Bezerra contornando o vale com o mesmo nome

Enquadra ambas as encostas desse vale, percorrendo uma área com pequenos bosques maduros de carvalho-cerquinho bem conservados, a norte e a sul, pinhal de pinheiro-bravo com a presença de carvalhiça, urzes e tojos, matos dominados por carrasco e tomilhais em solos pedregosos a oeste, arrelvados vivazes nas encostas ingremes e mosaicos de vegetação nas cristas calcárias a este.

Junto à aldeia de Bezerra, numa área composta por lajes calcárias e lapiaz, e ,no limite sul , onde surgem lapas em vertentes rochosas em vale de espinho, as formações vegetais presentes, caracterizam-se por um elenco florístico de grande relevância para a flora portuguesa e para a conservação da biodiversidade.

Existência de percurso assinalado: Não, propomos a utilização dos trilhos e caminhos rurais assinalados no mapa