Aves

Características gerais

As aves pertencem, tal como os mamíferos, os répteis e os anfíbios, ao grupo dos vertebrados e distinguem-se destes, essencialmente, pela presença de penas, bico e membros posteriores transformados em asas.

No entanto, muito mais pode ser dito sobre estes animais cuja capacidade de voo desde sempre intrigou o Homem.

O voo das aves só é possível porque estas possuem um corpo extremamente leve e aerodinâmico (oferecendo pouca resistência ao ar). Para além de músculos fortes que possibilitam o batimento das asas, as aves possuem ossos ocos e esponjosos (razão pela qual o seu corpo é tão leve).

Nas aves, o esterno (osso que protege a caixa torácica) é muito comprido e largo, e apresenta (em todas as aves voadoras) uma crista mediana – a quilha – que permite a inserção dos músculos das asas.

A audição e a visão são os sentidos mais desenvolvidos e importantes para as aves (especialmente as nocturnas) enquanto que o olfacto está menos desenvolvido.

O município de Porto de Mós regista a presença de 132 espécies, das quais cerca de 100 nidificam nesta área.

Das 132 espécies possíveis de observar temos: 69 residentes, 27 estivais, 12 invernantes, 12 migradoras (pós nupcial), 11 de observação casual (espécies pouco comuns na região), e 1 espécie não autóctone residente em estado selvagem.

A Fenologia das espécies para esta região integra particularidades regionais de acordo com os dados recolhidos e tratados para este trabalho

Entre as 121 espécies que residem ou visitam regularmente a região, de acordo com o estatuto de conservação em Portugal, 9 são vulneráveis, 8 quase ameaçados a destacar a população nidificante do tordo comum (Turdus philomelos ), e, 1 em perigo (Pyrrhocorax pyrrhocorax). Para 5 não há informação suficiente.

Entre as 11 espécies de aves observadas com um estatuto de pouco comum para a região, e, de acordo com o estatuto de conservação em Portugal, encontramos o seguinte cenário: 1 espécie regionalmente extinta (*). 1 criticamente em perigo, 3 em perigo, 2 vulnerável 1 quase ameaçado e, para 1 não há informação suficiente.

(*) Categoria Regionalmente extinto (RE)

De acordo com o quadro de categorias da IUCN versão 3.1 (IUCN 2001, 2003) Um taxon está regionalmente extinto quando não restão dúvidas de que o último individuo potencialmente capaz de se reproduzir no interior da região morreu ou desapareceu da mesma, ou, tratando-se de um taxon visitante, o último morreu ou desapareceu da região

Migração pós-nupcial e Invernada de aves na região

Portugal está localizado no corredor migratório do Atlântico Oriental (East Atlantic Flyway). Este corredor migratório liga uma faixa contínua de áreas de reprodução no Ártico, que se estendem do Canadá Oriental até á Sibéria Central, com as áreas de reprodução e de invernada na Europa Ocidental e as áreas de invernada na África Ocidental e do Sul (BirdLife 2015). Corresponde a uma superfície superior a 45M Km2 e inclui 75 países, que albergam os movimentos de 297 espécies de aves migradoras.

A Península Ibérica actua como um íman para muitas destas aves no outono e no inverno. As características mais amenas e húmidas do clima nesta altura do ano, possibilitam um aumento da produtividade dos ecossistemas ibéricos, aumentando a disponibilidade de alimento para as aves, particularmente de invertebrados do solo e de frutos e bagas em matos e florestas (Jordano 1985, Tellería 1988, Tellería et al. 1988).

Porto de Mós

Cerca de 50% das espécies de aves observadas no Concelho de Porto de Mós são aves migradoras que nesta região encontram abrigo e disponibilidade de alimento quer como área de reprodução quer como rota de migração. Destas, 25 (cerca de metade) estão identificadas de acordo com o estatuto de conservação em Portugal entre regionalmente extinto e informação insuficiente.

A conjugação de factores relacionados com práticas agrícolas e florestais tradicionais, a compartimentação da paisagem, uma geomorfologia caracterizada por serras e planaltos separados por depressões originadas em acidentes tectónicos, a posição geográfica (proximidade do atlântico 30 km), e, a abundância de alimento na região permite a passagem migratória de aves de rapina como bútio-vespeiro (Pernis apivorus), milhafre-preto (Milvus migrans) e águia-calçada (Hieraaetus pennatus), e a invernada de elevados contingentes de pequenos passeriformes, particularmente turdídeos e silvídeos, provenientes do Norte da Península e do Norte da Europa, que povoam os matos e os olivais.

Em anexo está disponível a lista de espécies para o Concelho de Porto de Mós.