Excursão 6
Local - Juncal
A Freguesia do Juncal, é uma das freguesias do Concelho de Porto de Mós que não integra a área de Rede Natura 2000 (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros), no entanto, já tem um lugar de destaque na botânica em geral e na paleobotânica em particular , em Portugal e no mundo, com um contributo para o conhecimento da evolução das espécies com as jazigas das mesofloras do periodo cretácio reveladas em 2018 e 2020 e fruto do trabalho de investigação de diferentes cientistas e academias.
Apesar disso, a flora moderna presente, também é sem dúvida, um motivo para a visita
localização no Concelho
paisagem
Caracterização
Solo: Arenitos conglomerados e argilas, derivado de grés do Cretácico com elementos siliciosos e toalha freática superficial
Habitas presentes em destaque:
Pinhal com urzal-tojal nas clareiras
Charneca húmida atlântica temperada
Vegetação:
O nome Juncal atribuído à Freguesia tem por origem os juncos que povoavam as áreas húmidas da região, hoje representadas, por pequenas bolsas ou vestígios pontuais, em áreas bastante degradadas.
A área proposta para a visita enquadra um povoamento florestal maduro de pinheiro bravo (Pinus pinaster), com vestígios pontuais de sobreiros (Quercus suber) e castanheiros (Castanea sativa), com um estrato arbustivo composto por medronhal e carrascal , e clareiras colonizadas por diferentes espécies de urzes, e tojos tendo por companheiras a carqueja (Pterospartum tridentatum) uma espécie endémica da Península Ibérica e a Polygala microphylla , um bonito caméfito de flor azul que contribui para o colorido diverso que caracteriza este local.
Na zona mais baixa com solo plano e toalha freática superficial, surgem urzais e tojais adaptados a ambientes húmidos tolerantes a temperaturas elevadas em solos quase turfosos sobre materiais arenosos com a presença de espécies como a urze (Calluna vulgaris), cordões-de-freira (Erica ciliaris), ranha-lobo (Genista triacanthos) e tojo-molar (Ulex minor), habitat cada vez mais raro em Portugal e importante na regulação do ciclo da água e refúgio da biodiversidade.
Na orla espinhosa, destaque no porte arbóreo para a presença de sobreiros, e carvalhos numa clara etapa de recuperação de um espaço alterado pela drenagem imposta pela acção do homem, assim como a borrazeira preta nas valas de drenagem onde a presença de água é uma constante ao longo do ano.
Trata-se de uma área de interesse em termos florísticos que no entanto apresenta sinais de degradação ,nomeadamente com a evolução da área ocupada por exóticas como a Paspalum urvillei Steud. na área mais húmida e sombria a coberto dos salgueiros e na bordadura da linha de água a háquea-picante (Hakea decurrens), normalmente referenciada como Hakea sericea (fonte www.invasoras.pt) espécie invasora e problemática, (uma pirófita, ou seja, com uma ecologia ligada aos incêndios na medida em que os seus frutos muito duros, resistem aos fogos, libertando a semente logo de seguida, quando já não existe competição, devido à queima da vegetação).
A área proposta para a visita não tem um percurso assinalado, pelo que se propõe a visita com o apoio do mapa que aqui apresentamos para percorrer os trilhos e estradas de terra
Existência de percurso assinalado: Não