A Literatura Açoriana

na Universidade dos Açores

Literatura e Cultura Açorianas (2001/2002)

Departamento de Línguas e Literaturas Modernas


INTRODUÇÃO

A disciplina tem como objectivo fundamental proporcionar um conhecimento sistemático da Literatura Açoriana, procedendo a um estudo mais aprofundado de algumas das suas obras de maior importância.

Nestes termos, entende-se que a aprendizagem se deverá organizar numa perspectiva diacrónica, em que a ordem cronológica se articule com uma componente de história literária, de modo a situar as obras individuais no seu contexto estético e social.

Daí, a necessidade da descrição teórica, mesmo que não exaustiva, de alguns movimentos, períodos e estéticas literárias que possibilite o enquadramento da escrita açoriana e a compreensão do modo como esta deles se aproxima e os reelabora.

Este aspecto torna-se tanto mais pertinente e lógico quanto se constata a inexistência de uma História da Literatura Açoriana, apesar de importantes abordagens parcelares como as de Pedro da Silveira, João de Melo, Eduíno de Jesus, Onésimo T. Almeida ou Assis Brasil, referenciadas na Bibliografia.

De tudo isto resulta que o Programa de Literatura e Cultura Açorianas se organiza como um percurso com início no século XIX, por ser este o momento em que a introdução da tipografia e da imprensa nos Açores e o desenvolvimento da instrução pública, entre outros factores de natureza histórica e cultural, começam a proporcionar os meios para a formação de um subsistema literário, cuja visibilidade se torna, aos olhos do estudioso, (mais) manifesta exactamente a partir dessa altura. Os alunos terão à disposição um Dossier de textos que, além de colmatarem algumas lacunas bibliográficas, servirão de base às Aulas Práticas. Serão objecto de estudo particular as narrativas Mau Tempo no Canal, Gente Feliz com Lágrimas e Terra de Lídia, pelo que se torna obrigatório o seu conhecimento prévio.

A avaliação de conhecimentos rege-se pelas disposições que, em particular, constam do Regulamento de Actividades Académicas, que prevê no seu Art.º 5 as modalidades de avaliação contínua e periódica, especificadas nos dois artigos seguintes.

No caso de opção pela avaliação periódica em Literatura e Cultura Açorianas, aos dois elementos de avaliação previstos acresce a realização de um trabalho escrito individual, de dimensões, tipologia e tema a definir em cada ano, com o apoio e orientação do docente, podendo os alunos escolher o autor dentre os que constam da Bibliografia ou optar por outro do seu interesse.

Este trabalho será apresentado e discutido no decurso das aulas e poderá, eventualmente, substituir a segunda frequência.

PROGRAMA

O conceito de Açorianidade

De Nemésio (a geografia e a história) a Eduardo Lourenço (os séculos, a distância, os homens).

Limites e polivalência do conceito.

A Literatura Açoriana

Uma panorâmica histórica.

Do Séc. XIX para o Séc. XX

Entre o Parnasianismo e o Simbolismo.

Garcia Monteiro e Roberto de Mesquita: da “ironia alegre” à “solidão atlântica” (V. Nemésio) ou da “açorianidade solar” (Carlos Jorge Pereira) ao “spleen florentino”. O intertexto anteriano em Almas Cativas.

Os «contistas da Horta».

Rodrigo Guerra, Florêncio Terra, Nunes da Rosa.

A poetização do mundo (rural) versus a representação da sua violência.

Impressionismo descritivo versus narração.

A ficcionalização multifacetada do mundo açoriano.

De Armando Côrtes-Rodrigues a Pedro da Silveira

A deriva estética e ideológica de A.C.R: entre o Orpheu e o “franciscanismo campestre” (F. Pessoa).

O rasto do neo-realismo (Dias de Melo).

Uma releitura dos modernismos português e cabo-verdiano.

Poesia e história.

Vitorino Nemésio narrador e poeta

5.1 Mau Tempo no Canal.

“Romance resumo da minha experiência de vida” (Vitorino Nemésio).

5.1 Mau Tempo no Canal.

“Romance resumo da minha experiência de vida” (Vitorino Nemésio).

5.1.1 A intriga e a “moldura” síntese da açorianidade: informação histórica e científica; a vivência do tempo; espaço físico e social; cultura erudita e cultura popular.

Narrador e personagem central. Uma visão do mundo.

Recursos discursivos.

Escrever é reler.

“Mundo abreviado” e destino humano (trágico).

A simbólica de Mau Tempo no Canal.

A Poesia de Vitorino Nemésio.

5.2.1 Uma “voz” que se busca no decurso do Tempo, nele se molda e se (des)faz em palavras: de La Voyelle Promise (1935) a Sapateia Açoriana (1976).

Ritmos e registos; fluência e contenção.

Experimentação verbal. Recontextualização (lírica) do léxico científico.

Citação e ironia.

Metapoesia e (auto)questionamento depreciativo.

A metaforização do acto poético e da poesia: canto, concha, casa.

A construção do Sujeito Poético: o “bicho harmonioso” no seu “buraco vil”.

“Ilha ao Longe”: distância e rememoração.

O “ovo” como génese, protecção e renovação.

Partida e regresso(s).

Passado e presente: da infância/inocência (na ilha) perdida à consciência do pecado. A culpa e o perdão (pedido).

Olhares sobre a actualidade

Viagem, iniciação e aprendizagem do mundo. Errância e permanência.

A emigração: imagens e “miragens de América”.

Rumores de guerra.

Reescrever a história e o seu texto. O diálogo intertextual.

A sátira e a paródia (ainda e sempre).

BIBLIOGRAFIA

1. Textos de Teoria e Crítica

AAVV, Vitorino Nemésio – Vinte Anos depois (Actas do Colóquio Internacional de Estudos Nemesianos, 1998), Lisboa e Ponta Delgada, Ed. Cosmos e Seminário Internacional de Estudos Nemesianos, 1998.

ALMEIDA, Onésimo Teotónio, A Questão da Literatura Açoriana, Angra, Secretaria Regional da Educação e Cultura (SREC), 1983.

———, Da Literatura Açoriana (Org. e Introd. De...), Angra, SREC, 1986.

———, Açores, Açorianos, Açorianidade, Ponta Delgada, Signo, 1989.

BATISTA, Adelaide, João de Melo e a Literatura Açoriana, Lisboa, Publ. Dom Quixote, 1993.

BETTENCOURT, Urbano, O Gosto das Palavras III, Lisboa, Ed. Salamandra, 1999.

BRASIL, Luís António de Assis, “A Narrativa Açoriana pós-Vinte e Cinco de Abril”, in Organon, Vol. 8, n.º 21, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1994, pp. 71-79.

FERREIRA, Manuel, O Segredo das «Almas Cativas», Ed. da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, [D.L. 1991].

FREITAS, Vamberto, O Imaginário dos Escritores Açorianos, Lisboa, Ed. Salamandra, 1992.

———, Mar Cavado. Da Literatura Açoriana e de Outras Narrativas, Lisboa, Ed. Salamandra, 1998.

———, A Ilha em Frente – Textos do Cerco e da Fuga, Lisboa, Ed. Salamandra, 1999, especialmente as páginas 15-40.

GARCIA, José Martins, Para uma Literatura Açoriana, Ponta Delgada, Universidade dos Açores, 1987.

———,Exercício da Crítica, Lisboa, Ed. Salamandra, 1995.

GOUVEIA, Maria Margarida, Maia, Vitorino Nemésio. Estudo e Antologia, Lisboa, ICALP/MEC, 1986.

JESUS, Eduíno de, “Breve notícia histórica da poesia açoriana de 1915 à actualidade”, in Estrada Larga, vol. 3, Porto Editora, [s/d ], pp. 425-430. O artigo termina referenciando livros de finais dos anos 50.

LOURENÇO, Eduardo, “Da Autonomia como Questão Cultural”, in A Autonomia como Fenómeno Cultural e Político, Angra, Instituto Açoriano de Cultura, 1988, pp. 51-62.

———, “O novo espaço lusófono ou os imaginários lusófonos”, in A Nau de Ícaro seguido de Imagem e Miragem da Lusofonia, Lisboa, Gradiva, 1999, pp. 183-192.

MELO, João de, Toda e Qualquer Escrita, Lisboa, Vega, 1992.

———, A produção literária açoriana nos últimos dez anos (1968-1978), Sep. de Colóquio/Letras, n.º 50, Lisboa, Fundação Gulbenkian, Julho/1979.

NEMÉSIO, Vitorino, “Açorianidade” in Insula, n.º 7-8, Ponta Delgada, Julho, 1932.

———, “O Açoriano e os Açores”, in Sob os Signos de Agora, 2.ª ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1995.

———, “Açores: De onde sopram os ventos”, in Açores. Actualidade e Destinos, Angra, Ed. Atlântida, 1975.

PIRES, António M. B. Machado, Raul Brandão e Vitorino Nemésio, Lisboa, Imprensa Nacional, 1988.

———, Vitorino Nemésio – Rouxinol e Mocho, Praia da Vitória, Câmara Municipal, 1998.

RIBEIRO, Luís da Silva, Subsídios para um Ensaio sobre a Açorianidade, Angra, Instituto Açoriano de Cultura, 1964.

SILVA, Heraldo Gregório da, Açorianidade na Prosa de Vitorino Nemésio, Angra, SREC, 1985.

SILVEIRA, Pedro da, “O conto açoriano e os seus caminhos”, in Estrada Larga, vol. 1, Porto Editora, [s/d] , pp. 545-547.

———, “Açores”, in João José Cochofel, Grande Dicionário da Literatura Portuguesa e de Teoria Literária, Iniciativas Editoriais, 1977, pp. 35-46.

TRIGO, Salvato e ROSA, Victor M. Pereira da, “Da Insularidade à Açorianidade: Algumas Reflexões”, in Arquipélago/Ciências Sociais, n.º 2, Ponta Delgada, Universidade dos Açores, 1987, pp. 187-201.

2. Antologias

ALMEIDA, Onésimo Teotónio, The Sea Whithin, Providence, Gávea-Brown, 1983.

BOTELHO, Emanuel Jorge, Sempre disse tais coisas esperançado na vulcanologia – 12 poetas dos Açores, Lisboa, Imprensa Nacional, 1984.

MELO, João de, Antologia Panorâmica do Conto Açoriano, Lisboa, Vega, 1978.

PINTO, Eduardo Bettencourt, Os Nove Rumores do Mar – Antologia da Poesia Açoriana Contemporânea, 3.ª ed., Lisboa, Instituto Camões, 2000.

SILVEIRA, Pedro da, Antologia de Poesia AçorianaSéc. XVIII a 1975, Lisboa, Sá da Costa, 1977.

3. Autores

3.1 Poesia

BARROS, J.H. Santos, S. Mateus, outros lugares e nomes, Lisboa, Vega, 1981.

BOTELHO, Emanuel Jorge, Mas o Território não é o Mapa, Angra, SREC, 1981.

CANDEIAS, Marcolino, Na Distância deste Tempo, Angra, SREC, 1984.

CORREIA, Natália, O Sol nas Noites e o Luar nos Dias, I, II, Lisboa, Círculo de Leitores, 1993.

CÔRTES-RODRIGUES, Armando, Antologia de Poemas, 2.ª ed., Ponta Delgada, Instituto Cultural, 1989.

COSTA, Vasco Pereira da, Ilhíada, Angra, SREC, 1981.

FÉLIX, Emanuel, A Viagem Possível, 2.ª ed., Lisboa, Vega, 1993.

FÉRIN, Madalena, A Cidade Vegetal, Angra, SREC, 1987.

FIRMINO, Almeida, Narcose, Angra, SREC, 1982.

GARCIA, José Martins, Temporal, Providence, Gávea-Brown, 1986.

MARTINS, J. H. Borges, Nas barbas de deus, Lisboa, Salamandra,1999.

MEDEIROS, João Teixeira de, Do Tempo e de Mim, Providence, Gávea-Brown, 1982.

MESQUITA, Roberto de, Almas Cativas e Poemas Dispersos, Lisboa, Ed. Ática, 1973

MONTEIRO, Garcia, Rimas de Ironia Alegre – antologia, (Org. e Int. de Carlos Jorge Pereira), Col. Brevíssima, Lisboa e Porto, Liv. Civilização e Contexto Ed., 1997.

NEMÉSIO, Vitorino, Poesia I, II, Lisboa, Imprensa Nacional, 1989.

OLIVEIRA, Álamo, Impressões de Boca, Angra, SREC, 1992.

PINTO, Eduardo Bettencourt, Menina da Água, Ponta Delgada, Editorial Éter, 1997.

QUENTAL, Antero de, Sonetos, 5.ª ed., Lisboa, Sá da Costa, 1976.

RODRIGUES, Rui Duarte, Com Segredos e Silêncios, Angra, Instituto Açoriano de Cultura, 1994.

SILVEIRA, Pedro da, Fui ao Mar Buscar Laranjas, Angra, Direcção Regional da Cultura, 1999.

3.2 Narrativa

AGUIAR, Cristóvão de, Raiz Comovida – A Semente e a Seiva, Coimbra, Centelha, 1978.

AIRES, Fernando, Memórias da Cidade Cercada, Lisboa, ed. Salamandra, 1995.

ALMEIDA, Onésimo Teotónio, «Sapateia Americana, Lisboa, Vega, 1983.

BORGES, Maria de Fátima, A Cor Cíclame e os Desertos, Lisboa, Cotovia, 1989.

COSTA, Vasco Pereira da, Plantador de Palavras Vendedor de Lérias, Coimbra, Câmara Municipal, 1984.

GARCIA, José Martins, Memória da Terra, Lisboa, Vega, 1990.

GUERRA, Rodrigo, A Americana, Angra, SREC, 1980.

MELO, Dias de, Pedras Negras, 2.ª ed., Lisboa, Vega, 1985.

MELO, João de, Gente Feliz com Lágrimas, Lisboa, Publ. D. Quixote, 1988.

NEMÉSIO, Vitorino, Mau Tempo no Canal, 7.ª ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1994.

OLIVEIRA, Álamo, Com Perfume e com Veneno, Lisboa, Ed. Salamandra, 1997.

ORRICO, Maria, Terra de Lídia, Lisboa, Ed. Salamandra, 1994.

ROSA, Nunes da, Gente das Ilhas, 2.ª ed., Angra, Instituto Açoriano de Cultura, 1978.

SÁ, Daniel de, Ilha Grande Fechada, Lisboa, Ed. Salamandra, 1992.

TERRA, Florêncio, Contos e Narrativas, 2.ª ed., New Bedford, Promotora Portuguesa, 1981.

VAZ, Katherine, Saudade, Lisboa, Asa, 1999.

Ponta Delgada, 15 de Setembro de 2001

O docente,

Manuel Urbano Bettencourt Machado

Fonte: "Do genocídio linguístico à literatura açoriana (e a Daniel de Sá)", Chrys Chrystello, 2008

Disponível em: http://lusofonia.com.sapo.pt/acores/chrystello_2008.htm

Cultura e Literatura Açorianas (2008)

Curso de versão

Gabinete de Relações Internacionais

PROGRAMA

SINOPSE

O curso de Cultura e Literatura Açorianas, com a duração de 20 horas [2 ECTS], proporciona, dentro das limitações da sua duração, uma aproximação à literatura açoriana, através do estudo de alguns dos seus textos narrativos de referência. Considerando a importância de uma perspectiva mais abrangente, as primeiras quatro horas serão ocupadas com uma síntese histórico-cultural do arquipélago, da responsabilidade do Professor Doutor Carlos Cordeiro, do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais.

OBJECTIVOS

Conhecer alguns aspectos da realidade histórica e cultural dos Açores.

Reflectir sobre a literatura enquanto processo de conhecimento.

Compreender algumas expressões literárias da condição insular açoriana.

Aperfeiçoar o desempenho da expressão oral e escrita.

RESULTADOS

Identificar traços e/ou momentos da História açoriana.

Identificar alguns dos assuntos centrais da literatura açoriana.

Situar as obras estudadas dentro de um contexto histórico-literário.

Estabelecer articulações entre diferentes autores e obras.

CONTEÚDOS

  • Introdução à História dos Açores: a problemática do descobrimento; os modelos administrativos; os “ciclos económicos”; a “sangria das gentes”.

  • Identidade e autonomia: da contestação ao centralismo à afirmação identitária; “alma açoriana”, “consciência açoriana”, “açorianidade”. A “confraternidade açoriana” e os seus limites. Tempos de “introspecção”: o Congresso Açoriano e as Semanas de Estudo.

  • Um olhar geral sobre a literatura açoriana.

  • Algumas narrativas. Mau Tempo no Canal: A intriga e a “moldura” síntese da açorianidade; informação histórica e científica; a vivência do tempo; espaço físico e social; cultura erudita e cultura popular. Escrever é reler.

  • Pedras Negras: o destino insular, a viagem como experiência do mundo, conhecimento do outro. O regresso e a reposição da ordem.

  • Gente Feliz com Lágrimas: a dispersão pelo mundo; o reencontro e a recomposição da infância no espaço insular. Os anos sessenta. Da periferia para o centro: os Açores como alegoria do país.

  • Ilha Grande Fechada: o diálogo com outros autores açorianos. A viagem em torno da ilha e a revisitação interior. A ambivalência do mundo canadiano antevisto. A partida e o difícil corte com a ilha.

  • Novos autores e novos olhares; uma outra razão na relação interior-exterior, ilha-mundo; distanciação e ironia. Joel Neto e Nuno Costa Santos.

METODOLOGIA

O curso centrar-se-á na análise e descodificação de textos, sem prescindir de um enquadramento sumário do autor em termos estético-literários. Para este último aspecto poderão contribuir os alunos com recolha de informação, a apresentar oralmente nas aulas.

Serão fornecidos aos alunos textos poéticos de autores açorianos, para complementar aspectos das narrativas abordadas.

AVALIAÇÃO

A avaliação constará de uma prova individual a realizar no final do Curso e consistindo no comentário a um tema ou texto proposto pelo docente ou pelo aluno, dentro do âmbito do trabalho desenvolvido ao longo das sessões.

BIBLIOGRAFIA

CORDEIRO, Carlos, Nacionalismo, Regionalismo e Autoritarismo nos Açores durante a I República, Lisboa, Edições Salamandra, 1999.

COSTA, Carreiro da, Esboço Histórico dos Açores, Ponta Delgada, Universidade dos Açores, 1978.

MELO, Dias de (2003), Pedras Negras, 3.ª ed. Lisboa, Edições Salamandra.

MELO, João de (1988), Gente feliz com lágrimas. Lisboa, Publicações Dom Quixote, pp. 9-245 (Livro Primeiro).

NEMÉSIO, Vitorino (1994), Mau Tempo no Canal, 7.ª ed. Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

NEMÉSIO, Vitorino (1998), “Os Açores”, in Corsário das Ilhas, 3.ª edição. Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, pp. 45-52.

NETO, Joel (2002), O Citroën que escrevia novelas mexicanas. Lisboa, Editorial Presença.

SÁ, Daniel de (1992), Ilha grande fechada. Lisboa, Edições Salamandra.

SANTOS, Nuno Costa (2003), Dez Regressos. Lisboa, Edições Salamandra.

Literatura Açoriana (2021/2022)

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Licenciatura em Estudos Portugueses e Ingleses

Unidade curricular do 3.º ano, 2.º semestre



OBJETIVOS


1. Conhecer a Literatura Açoriana, na sua dimensão histórica e estética.

2. Reconhecer as linhas dominantes do seu processo.

3. Articular as manifestações literárias locais com o campo mais vasto em que se integram.

4. Estudar autores que melhor representam a expressão da açorianidade literária.

5. Identificar as particularidades estéticas desses autores.

6. Compreender a natureza da literatura como prática individual capaz de configurar o devir coletivo.

7. Aperfeiçoar a competência literária.

8. Desenvolver a reflexão crítica sobre textos e os mundos por ele representados.

9. Aprofundar o conhecimento da literatura em articulação com as suas condições socioculturais.

PROGRAMA


1. Os Açores no século XIX, o fomento da instrução, a introdução da imprensa e a formação de um público e de um gosto literário.

2. A transição para o século XX: os contistas da Horta entre as estéticas finisseculares e a «fidelidade ao espaço»; os poetas: da «ironia alegre» do parnasianismo (Garcia Monteiro) à «solidão atlântica» e ao simbolismo (Roberto de Mesquita).

3. A travessia do século XX: o regionalismo e a lição dos vários modernismos (e as derivas individualistas, solitárias).

4. Alguns tópicos: permanência e errância; exílio e desterritorialização; a grande narrativa da migração para oeste.

5. Estudo de autores cuja obra melhor reflete, esteticamente, a «condição insular».

MÉTODOS DE ENSINO


Para concretizar os objetivos propostos, a lecionação funcionará em regime de aulas teórico-práticas, articulando os novos conteúdos teóricos com o estudo de obras (ou excertos suficientemente exemplificativos). Os textos teóricos serão discutidos em aula, após leitura previamente solicitada; os textos literários serão objeto de análise e comentário pelos alunos, seguindo-se aprofundamentos e sínteses em espaço de aula. Os alunos serão incentivados a pesquisar informação e apresentar relatórios e sínteses de leitura, bem como a elaborar pequenos trabalhos individuais de análise e comentário de texto, de modo a aplicar devidamente os conteúdos adquiridos.

BIBLIOGRAFIA


ALMEIDA, Onésimo Teotónio, Açores, Açorianos, Açorianidade: Um Espaço Cultural, 2.ª edição. Angra do Heroísmo, Instituto Açoriano de Cultura, 2011.

BATISTA, Adelaide, João de Melo e a Literatura Açoriana, Lisboa, Publ. Dom Quixote, 1993.

BRASIL, Luiz António de Assis (2003), Escritos Açorianos. Lisboa, Edições Salamandra.

FREITAS, Vamberto, O Imaginário dos Escritores Açorianos, 2.ª edição. Ponta Delgada, Letras Lavadas Edições, 2013.

LOURENÇO, Eduardo, «Da Autonomia como Questão Cultural», A Autonomia como Fenómeno Cultural e Político, Angra, Instituto Açoriano de Cultura, 1988, pp. 51-62.

MENESES, Avelino de Freitas de, Antigamente era assim! Ensaios de História dos Açores. Ponta Delgada, Publiçor, 2011

PIRES, António M. B. Machado, Páginas sobre Açorianidade. Ponta Delgada, Letras Lavadas Edições, 2013.

REIS, Carlos (coord.), Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Lisboa, Universidade Aberta, 1990

CÓDIGO: 0103073

ECTS: 6

AULAS:

Teóricas - 30 horas

Teórico-Práticas - 30 horas

MÉTODO DE AVALIAÇÃO:

1ª Frequência: 40%

2ª Frequência: 40%

Intervenção oral nas aulas e trabalhos individuais: 20%

POLO: Ponta Delgada

CÓDIGO DO CURSO: L041

CRÉDITOS ECTS: 180

DURAÇÃO DO CURSO: 3 Anos

REGIME DE ESTUDO: Frequência a tempo integral ou tempo parcial, regime presencial em horário diurno.


DIRETOR DO CURSO: Paulo Jorge Sousa Meneses

paulo.js.meneses@uac.pt

COORDENADOR DE MOBILIDADE: Francisco José Rodrigues Sousa

francisco.jr.sousa@uac.pt


ACREDITAÇÕES: Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior

Direcção Geral de Ensino Superior

R/A-Cr 34/2014 de 07-04-2014

Disponível em: https://uac.pt/ensino/disciplina.php?id=78019&l=PT&a=2021/2022&f=FCSH&curId=4156

[Consultado em 2021-09-16]


Literaturas e Culturas Insulares (2021)

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Doutoramento


APRESENTAÇÃO


a) Contribuir para o aprofundamento do conhecimento e para a divulgação do património literário e cultural próprio aos espaços insulares, independentemente da origem geocultural dos seus autores; b) Promover o estudo de literaturas e culturas insulares específicas - as dos três territórios insulares onde estão sediadas três das universidades envolvidas nesta parceria, assim como as de outros territórios insulares, nomeadamente orientais, identificando as suas especificidades e matrizes comuns; c) Contribuir para o estudo das especificidades das representações literárias e culturais dos espaços insulares; d) Problematizar a relação entre a ilha enquanto espaço geo-humano e as questões de identidade; e) Permitir a troca e a partilha de conhecimento e de métodos de investigação entre investigadores de nacionalidades diferentes e com percursos de formação diversificados; f) Enriquecer a oferta formativa das quatro instituições universitárias envolvidas no projeto.

OBJETIVOS


Tendo completado este ciclo de estudos, o doutorando deve: a) Possuir uma formação avançada, no domínio das literaturas e culturas insulares; b) Conhecer e dominar os métodos de investigação avançada e aplicá-los a um objeto de estudo particular, no respeito pelos princípios éticos que regem a investigação científica; c) Ter desenvolvido competências de investigação e de redação de trabalhos científicos de nível avançado no campo dos estudos literários e culturais, de forma autónoma; d) Ser capaz de formular propostas de leitura originais e de qualidade na sua área de especialização, contribuindo assim para o desenvolvimento dos domínios científicos do curso; e) Ser capaz de confrontar os obstáculos e as situações inesperadas que possam ocorrer no curso da sua investigação e para eles encontrar soluções adequadas; f) Ser capaz de promover a divulgação dos resultados dos seus trabalhos de investigação junto de um público de especialistas e de não-especialistas.

CONDIÇÕES DE ACESSO E INGRESSO


Requisito(s) de acesso: Podem candidatar-se ao doutoramento: a) Os titulares do grau de mestre ou equivalente legal, na área das Ciências Sociais e Humanas; b) Os titulares de grau de licenciado, detentores de um currículo escolar ou científico especialmente relevante que seja reconhecido pelo órgão legal e estatutariamente competente como atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos; c) Os detentores de um currículo escolar, científico ou profissional que seja reconhecido pelo órgão legal e estatutariamente competente como atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos.

SAÍDAS PROFISSIONAIS


Docência em instituições do Ensino Superior nacional e internacional; Investigação científica no ramo de conhecimento a que se refere o grau; Exercício de funções especializadas na Administração pública central e local, nomeadamente no âmbito das políticas culturais públicas e da preservação do património material e imaterial (Ministérios, Secretarias Regionais e Autarquias); Exercício de funções especializadas em equipas multidisciplinares de âmbito internacional nomeadamente no domínio da promoção da interculturalidade (embaixadas, consulados, instituições europeias ou intergovernamentais, ONGs).

POLO: Ponta Delgada

CÓDIGO DO CURSO: PA43

CRÉDITOS ECTS: 180

DURAÇÃO DO CURSO: 3 Anos

REGIME DE ESTUDO: Frequência a tempo integral ou parcial. O curso não contempla componente curricular.

DIRETOR DO CURSO: Dominique Almeida Rosa Faria, dominique.ar.faria@uac.pt

COORDENADOR DE MOBILIDADE: Francisco José Rodrigues Sousa, francisco.jr.sousa@uac.pt

ACREDITAÇÕES: Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior

Direcção Geral de Ensino Superior

R/A-Cr 40/2018 de 07-06-2018

DOCUMENTOS

Guião de Autoavaliação

Decisão do Conselho de Administração

Plano de Estudos

UNIDADES CURRICULARES

Especialidade de Culturas Insulares e identidade

Especialidade de Literaturas Insulares

Disponível em: https://uac.pt/ensino/curso.php?id=4382&l=PT&a=2021/2022&f=FCSH

[Consultado em 2021-09-16]


LUSOFONIA - PLATAFORMA DE APOIO AO ESTUDO A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO.

Projeto concebido por José Carreiro.

https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/PT/Lit-Acoriana/lit-acoriana-uac (2021)