Bóson de Higgs (amarelo): mas, por que alguns bósons de calibre (o Z e o W da força fraca) tem massa e os outros (o fóton e o glúon) não? De fato, ingenuamente, nenhum bóson de calibre deveria ter massa, afinal termos de massa violam a invariância de calibre. Por outro lado, o alcance finito da interação fraca, denuncia o fato de que as suas partículas mediadoras devem ser massivas. Como podemos conciliar esses dois fatos? É aí que entra o mecanismo e, consequentemente, o bóson de Higgs, cujo campo é responsável por quebrar a simetria eletrofraca e, com isso, conferir massa aos bósons Z e W. Além disso, ele também interage com os férmions (os quarks e os léptons) para lhes conferir sua massa.
Você deve ter percebido que não falamos nem da carga e nem do bóson de calibre associados à força gravitacional. Notadamente, a massa que aparece na tabela 1 é a massa (inercial) de repouso daquela partícula. O motivo é que, apesar de a força gravitacional ser a que conhecemos há mais tempo, não temos ainda a sua descrição quântica. Há algumas propostas (por exemplo, a teoria de cordas e a da teoria da gravitação quântica de laços), mas nenhuma se mostrou particularmente promissora. A despeito disso, conjecturamos a existência de uma partícula mediadora para a força gravitacional, chamada gráviton. Contudo, tal partícula ainda não foi experimentalmente observada. Não necessariamente porque não exista, mas sua massa prevista é muito menor do que os instrumentos atuais conseguem detectar.
Se repararmos na tabela 1, as partículas correspondentes à matéria, ou seja os quarks e os léptons, são, alternativamente, classificadas em três gerações nas três primeiras colunas verticais (indicadas por I, II e III). Isso porque há certas relações de simetria entre as partículas de uma mesma coluna. Por que só existem três gerações é uma das perguntas sem resposta em que es físiques se debruçam hoje.