Sendero Luminoso: terrorismo ou guerrilha?


Autora: Juliana Ribeiro

28 jun. 2021

Foto: prisioneiros do sendero luminoso protestaram para exigir do novo governo do presidente Valentin Paniagua, em 2000, uma anistia geral baseada na reconciliação nacional. 

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 O Partido Comunista do Peru – Sendero Luminoso (PCP-SL, “Sendero Luminoso” ou “Caminho Iluminado”, em português) é uma organização de inspiração maoísta que surgiu no Peru durante a década de 60. Consiste em um grupo de guerrilha, formado por intelectuais do corpo discente e docente de universidades do Peru, liderado por Abimael Guzmán, que lecionava filosofia na universidade de Ayacucho. O principal objetivo desse grupo era acabar com as instituições capitalistas e burguesas do Peru e promover uma grande revolução comunista liderada pelos camponeses.

Nos anos 60, durante o governo do presidente Fernando Belaúnde Terry, o Sendero se tornou conhecido por ocupar latifúndios, devido a isso ampliou sua atuação e popularidade junto aos filhos de indígenas e de camponeses. Seu método de atuação era criar focos de milícia no campo para cercar a cidade em busca de concretizar a revolução.

Em 1980, quando o regime militar estava em seu fim no Peru, o Sendero começou a boicotar de forma violenta as seções eleitorais com a queima de várias urnas em Chuschi. Ainda nessa época, expandiu seu número de participantes e aumentou suas áreas de ocupação, que eram no centro e sul do Peru, assim como nos subúrbios de Lima.

A década de 80 foi marcada pela intensificação política no país. De um lado, estavam  as demonstrações de força do Sendero Luminoso e do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (outro movimento guerrilheiro marxista, fundado em 1984), e do outro, a repressão das forças armadas. O atentado de Miraflores, um distrito de classe alta de Lima, em 1992, foi considerado o maior ataque feito por eles. A investida resultou na morte de 25 pessoas e deixou mais de 200 feridos, o que se desdobrou em uma semana de caos e ataques contra o Estado peruano, já sob o governo Fujimori.

No início dos anos 1990, Guzmán e outros militantes senderistas foram capturados e condenados à prisão perpetua. Seus últimos ataques foram na embaixada estadunidense em Lima (com 10 mortes e 30 pessoas feridas) e um sequestro de funcionários argentinos de um gasoduto em Ayacucho (que foram liberados após o resgate), em 2002 e 2003 respectivamente.

Considerado como terroristas pela direita e  como guerrilheiros pela esquerda, o Sendeiro Luminoso chamou a atenção do mundo pela sua capacidade de organizar e politizar os camponeses peruanos, entretanto, cometendo erros estratégicos, perdeu sua capacidade politica, enfraquecendo toda a esquerda peruana.