Dia da favela - 4 de Novembro

Sugestões:

Este dia, é comemorado há muitos anos por organizações e grupos populares, além disso, a data também é referendada pelo poder público institucional. A data faz referência à primeira favela brasileira, em 1897, no Morro da Providência, ocasião na qual local criado inicialmente por ex-combatentes de guerra e, em sequência ocupado por ex-escravizados quer passaram a viver no local por falta de subsídios do governo que os permitissem morar próximo de seus empregos, dignamente.

O que continua sendo um dos principais motivos para a ocupação de territórios, que muitas vezes são de mais difícil acesso e tem pouca atenção social do poder público. Isso não deslegitima a potência humana desses territórios, já que, significa que esses espaços são produtores de culturas, inventividade e muito trabalho.

Em 1º de junho de 1990, o decreto que proibiu a criação de novas casas em “cubículos de madeira”,  permitiu a criação de casas nos morros ainda não habitados, reconhecendo legalmente esses espaços como entidades urbanas que viria a se denominar  “favela”.

Somente em 28 de agosto de 2019, o Governo do Estado do Rio de Janeiro “altera a lei nº 5.645, de 06 de janeiro de 2010, para incluir, no calendário oficial do estado do Rio de Janeiro, o dia 04 de novembro como o “Dia Estadual Da Favela.”


Músicas sobre favela

Sugestão: além da apreciação da música e letra, sugerimos pesquisar autoria, interpretação, ano de lançamento, contexto social, referências, intérpretes, ampliando as possibilidades de trabalho.

 “E na hora que a televisão brasileira

Destrói toda gente com a sua novela

É que o Zé bota a boca no mundo

Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela” 

(Zé do Caroço-Leci Brandão, 1978)

“A favela nunca foi reduto de marginal

Ela só tem gente humilde Marginalizada

e essa verdade não sai no jornal…”

(Eu Sou Favela – Bezerra da Silva, 1992)

“O morro não tem vez

Mas se derem vez ao morro

Toda a cidade vai cantar”


(O Morro Não Tem Vez- Tom Jobim e Vinícius de Moraes, 1963)

“Meu nome é favela

É do povo, do gueto a minha raíz

Becos e vielas

Eu encanto e canto uma história feliz

De humildade verdadeira

Gente simples de primeira”


(Meu Nome É Favela-Arlindo Cruz )

 “Eu peço a eles, me dê uma trégua

Pra vivermos felizes em nossas favelas

Porque aqui no morro também tem jogador

Artistas famosos, empresário e doutor

Gente inteligente e mulheres belas

Você também encontra aqui na favela”

(Favela - MC Marcinho)

 "Na mente lapsos de uma velha floresta

Tô tipo uma onça rugindo da cela

Indígena gritando na favela

Vendo culturas inteiras sumindo

A epidemia vem matando

O maior grupo de risco há mais de 500 anos" 

(Pandemia - Kaê Guajajara)

O povo que sobe a ladeira ajuda a fazer mutirão

Divide a sobra da feira e reparte o pão, reparte o pão

Como é que essa gente tão boa, é vista como marginal?

Eu acho que sociedade está enxergando mal


(Arlindo Cruz, Acyr Marques, Ronaldinho - 2003)

PARA SABER MAIS: 

Consulte as agendas: Território e Lugares de fala

SUGESTõES  DE  LIVROS: 

PÁginas no instagram para ampliar o olhar:

Sobre favelas, periferias e baixada fluminense.

@vozdascomunidades 

Organização Não Governamental (ONG) e Jornal Comunitário que traz notícias das favelas do Rio de Janeiro. 

@Casafluminense
Um espaço para a construção coletiva de políticas para a promoção de igualdade e o aprofundamento democrático no Rio de Janeiro. 

@labjaca

Organização sem fins lucrativos - Laboratório de dados e narrativas sobre favelas e periferias.


@visaocoop  
Laboratório cívico que organiza redes de cooperação e trabalha tecnologias sociais, digitais e verdes na Baixada.

@redesdamare

Para ajudar a manter a nossa comunidade autêntica, estamos mostrando informações sobre contas que alcançam muitas pessoas ou anunciam no Instagram.

Lugares para visitar

ocupação artística Carolina Maria de Jesus

Mostra fica em cartaz no Parque Madureira até 15 de dezembro


"Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros - Ocupação MAR apresenta reflexões sobre racismo estrutural, pobreza, fome e superação, a partir da história de vida da escritora Carolina Maria de Jesus, mulher negra, favelada e protagonista da literatura brasileira."

SEMANA DE ARTE FAVELADA

No Theatro Municipal, entre os dias 2 e 29 de novembro, com programação totalmente gratuita


"As favelas são universos a parte de toda sociedade e carregam, dentro de si, uma multiplicidade de artes, culturas, movimentos e sentimentos. Pensando nessa multiplicidade de atores e produtos periféricos, foi criada a Semana de Arte Favelada (SAF), que será realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e no Complexo de Favelas da Maré, entre os dias 2 e 29 de novembro, com programação totalmente gratuita."

Museu da Maré

"O Museu da Maré é um museu social, criado por um grupo de jovens moradores integrantes do CEASM - Centro de Ações Solidárias da Maré, com o objetivo de criar uma auto-representação da favela da Maré, fortalecendo uma imagem positiva da favela, bem como a autoestima de seus moradores. "

Não pare por aqui!

Conheça as feiras literárias e culturais que acontecem nas favelas. Amplie cada vez mais seu repertório!