Programa:
“Professoras Indígenas em Movimento”

Professoras convidadas: Diádiney Pataxó ( 9ª CRE),  Meri Puri (7ª CRE),
Luciana Tupinambá ( 2ª CRE)   

Data da exibição: 09/08/2021

Horário: 11h

Apresentação:  Rachel Nascimento - Equipe GERER


Release:

O Dia Internacional dos Povos Indígenas é celebrado em 09 de agosto. Uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1995, objetivando promover a reflexão sobre as condições de existência dos povos indígenas no mundo. Anualmente, essa data faz referência à data da primeira reunião do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Populações Indígenas, realizada em Genebra, em 1982, que contou com representantes de povos indígenas de diversos locais do globo terrestre. Na pauta do encontro, reivindicavam seus direitos à autodeterminação, respeito às suas culturas, às distintas línguas e à preservação de seus costumes para garantia dos direitos humanos.

No Brasil, hoje, existem cerca de 900 mil indígenas, divididos em mais de 300 etnias, cerca de 274 línguas, mantendo vivas a cultura e as tradições de seus antepassados. Por isso, é papel da educação pautar o debate sobre conhecimento e respeito aos povos originários, o que está respaldado através da Lei 11.645/08, que altera a LDBEN 9.395/96, complementando a Lei 10.639/03 para instituir além do ensino das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras, a história e cultura indígena.

A construção de uma educação com possibilidades educativas que contemplem a pluriversidade dos povos que compõem a população brasileira,  capaz de garantir o respeito e a valorização dos povos originários do Brasil, passa pelo reconhecimento da importância desses povos para o país. Por isso, o currículo escolar precisa debater todo o processo de genocídio e invisibilização que até hoje os indígenas sofrem, consolidando práticas pedagógicas imbuídas de sensibilidade para a reconstrução do imaginário social que ainda enxerga essa população com olhar de romantismo.  

Diante disso, cabe apresentarmos professoras desta rede de ensino que estão envolvidas nesse debate por também pertencerem a etnias indígenas, combatendo em seu cotidiano o estereótipo de aculturação, atraso social, exotismo e agressividade que ainda cerca esses indivíduos. Pensar na condição social dos indígenas, diante de suas singularidades, é papel da escola comprometida com o conhecimento cidadão, portanto, preparada para um debate que fuja de essencialismos nocivos à humanização dos indivíduos que ao longo dos mais de 500 anos do Brasil apresentam seus direitos cerceados, evidenciando a importância das multiversidades culturais, políticas, filosóficas dos povos originários e a importância de suas cosmovisões para uma sociedade mais humana e justa, uma educação que privilegie a noção de diversidade, complementaridade com a natureza, aprendendo com seus saberes e práticas que mundialmente têm sido reconhecidos como possibilidades de "adiar o fim do mundo”.


Sobre as professoras Convidadas: 

Diádiney Pataxó

Diádiney Helena de Almeida, de etnia Pataxó, é PEF de História atuando no GRH da 9a CRE / Mestre em Ciências pela Fiocruz / Dra em História das ciências e da saúde pela Fiocruz e pela Universidade de Coimbra / Integrante do Projeto Vozes Indígenas na produção do conhecimento (ENSP/Fiocruz) / Membro do Comitê Editorial Selos Diálogos da Diáspora (Editora Hucitec) / Coordenadora do Mestrado Profissional em Direitos Humanos, Justiça e Saúde: gênero e sexualidade (ENSP/Fiocruz).

Meri Puri

Meri Macêdo de etnia Puri, nascida no Rio de Janeiro. É pedagoga, professora dos anos iniciais na E.M. Azerbaijão, 7ª CRE, possui  curso especialização em Relações étnico-raciais na educação no Pedro II (Ererebá).

Luciana  Tupinambá

Luciana Braga Ramos Macedo é de etnia tupinambá, atua como professora de Educação Infantil no EDI Cláudio Cavalcante, na 2ª CRE. Formada em Pedagogia na UNESA e Pós-Graduada em Educação Infantil pela PUC-RJ, integra o grupo de pesquisa FRESTAS - UNIRIO, do Movimento Roda do Bem, assim como, o GT do Encontro de Diálogos sobre as relações Étnico Raciais da GED da 2ªCRE.  Cresceu ouvindo sua família materna dizer que sua bisavó era Indígena e com o passar do tempo algumas lembranças ganharam força. No mergulho em sua própria história, teve a oportunidade de ter o contato com a Aldeia Marakanã, fortalecendo ainda mais o processo de retomada de sua ancestralidade. Neste processo Luciana, hoje se reconhece como parte do Povo do Cocar Vermelho e autodeclarada Tupinambá segue na luta pela garantia dos direitos dos povos originários do Brasil.