Nativ - Rabinato de Israel
É uma boa ideia começar com algumas perguntas e respostas para esclarecer algumas questões que poderiam ser as de todos:
1) É preciso conhecer o hebraico para se converter?
Na verdade, o hebraico é a língua da Torá, dos profetas e dos judeus, e é complicado, talvez impossível de entender o judaísmo em sua complexidade sem ter uma base sólida em hebraico. No entanto, muito pode ser traduzido e os Rabanim não esperam que se fale hebraico fluentemente, especialmente se se acabou de imigrar. Somos o curso de conversão da língua portuguesa no norte de Israel (nativ haguirur) e traduziremos tanto quanto necessário, mesmo durante os exames com os rabinos, portanto não será necessário que o candidato de conversão seja fluente em hebraico. Os exames são todos orais e o professor estará com você neste momento para traduzir. Na verdade, trata-se de exame de conhecimento sobre o judaísmo, não sobre a língua hebraica. Além do mais, as classes de conversão ajudam muito com o idioma e combinam bem com as classes Ulpan. Entretanto, espera-se que todos os judeus que vivam em Israel comecem a estudar em hebraico assim que disponham das ferramentas mínimas.
2) Onde, quando e com quem são feitos os exames?
O curso tem duração média de um/dois anos, desde que o aluno coloque em prática tudo o que lhe for pedido, e os exames são realizados no Rabinato de Haifa, Hagaf Haguiur, Shderot Pal-Yam 7, 5º andar (antigo edifício Phoenix) próximo ao edifício que se parece com uma vela. O corpo rabínico do Dayanim (juízes) é composto por 3 rabanim. (tel 046718107 Rab Zohar/ 046718104 Jani)
Durante o curso, teremos 3 reuniões presenciais em Haifa que podem ocorrer em qualquer dia da semana:
1º - Abrir a pasta, levando todos os documentos e apresente-os ao corpo rabínico
2º - Uma reunião intermediária, para fazer um balanço da situação e saber como avançamos até esse ponto
3º - A terceira reunião e final beit-din, com prova oral.
→ se tudo correr como esperado determinaremos um horário para o mikvé, atafat dam, ou casamento, se for um casal.
3) Quanto custa o curso?
Nosso curso funciona em um marco particular e pequenas classes, sem subsídio. O curso custará 1500 shekalim por mês até o final do processo.
4) Conversão é obrigatória?
Não, de jeito nenhum. O judaísmo não é uma religião proselitista, ou seja, não acreditamos que todos tenham que ser judeus, nem que devemos convencer quem quer que seja a converter-se. Do nosso ponto de vista, o principal é que você seja um bom ser humano - tampouco acreditamos em céu ou inferno para não judeus. Em Israel você não precisará dele para o trabalho ou para a vida cotidiana normal. As restrições serão apenas no campo religioso, que você não poderá participar de certas partes dos eventos religiosos, subir à Torá, não poderá beber o mesmo vinho que um judeu, nem será enterrado no mesmo cemitério.
5) Quais são as diferenças básicas entre o judaísmo e outras religiões?
1. O judaísmo, como mencionado acima, não tem vocação ao proselitismo, ou seja, não convida outros a se converterem. A conversão é uma escolha de cada um, e não basta apenas escolher, deve-se também lutar por isso.
2. O judaísmo precedeu as outras grandes religiões, ou seja, o cristianismo e o islamismo vêm do judaísmo e o distorcem, e não o contrário.
3. Não somos uma religião baseada no sistema de crenças de cada um. Não que não exista tal sistema, mas não é o que define um judeu. Ao contrário, não somos uma religião, somos uma nação, um povo, e é judeu aquele que nasceu judeu.
--> O convertido neste sentido é aquele que adota todas as características da identidade desta nação para ele, sua idiossincrasia, em todos os campos de sua vida.
6) Quem são reconhecidos como judeus?
Os filhos de mães judias e os conversos são reconhecidos como judeus.
7) Eu sou filho de um pai judeu - por que não sou reconhecido como judeu?
Em tempos passados apenas os filhos de pai e mãe judeus eram reconhecidos como judeus, como o filho de Shlomit no deserto, que havia sido abusado por um egípcio antes da partida do povo judeu que teve que se converter (Leia o Ramban em Levítico 24,10-11), mas a partir do tempo de Esdras (9) decidiu-se aceitar também crianças nascidas apenas de uma mãe judia (Tratado sobre Yabamot 72, Kidushin 68).
Mesmo que o pai não seja judeu, os filhos de mães judias ainda são aceitos como judeus.
8) Sim, mas meu pai me educou toda a minha vida no judaísmo e eu não conheço outra forma de vida.
Os Rabanim levarão em consideração seus conhecimentos e sua dedicação.
9) Eu já me converti antes de chegar a Israel. Preciso converter-me aqui novamente?
Depende. Nem todas as conversões são reconhecidas aqui por não pregar ou aderir aos mesmos valores que nos são caros, ou por não ansiar pelos mesmos horizontes aos quais ansiamos. As conversões reformistas ou conservadoras do nosso ponto de vista não agregam nenhum valor ao seu processo atual já que, por definição, elas vêm para reformar o judaísmo como seu título implica - ao invés disso, preservamos a identidade judaica ortodoxa e não temos a intenção de reformá-la. Os valores que eles apresentam estão longe do que o Rabinato de Israel espera de uma conversão.
Se quiser verificar se sua conversão é aceita aqui, solicite pelos Rabinato um processo chamado Birur Yahadut
☛ aqui uma lista das conversões reconhecidas pelo Rabinato de Israel
10) Eu sou judeu, mas não tenho como comprovar
É frequente, depois de 2000 anos de exílio este tipo de situação ocorrer. As provas de judeidade, em geral são a ketubá de seus pais, ou comprovante que a mãe/avó materna foi exumada em cemitério judaico. Leia aqui a continuação
11) É preciso tornar-se religioso para se converter?
Sim. Converter-se e não judaizar é um pouco como desejar entrar e ser aceito por um clube vegetariano, obter um diploma de vegetariano assinado e depois continuar a comer carne - não faz nenhum sentido. Nesse caso, não há razão para se converter, o judaísmo reconhece que se pode ser um bom ser humano sem se converter.
12) O que o processo espera de mim, que deverei fazer - o que se espera de um convertido?
Além de estudar muito o quanto for necessário, a história, as leis, a idiossincrasia, os costumes, a Torá, etc. é solicitado de um convertido:
Coma apenas comida casher.
Casherize sua cozinha e tudo o que está no seu âmbito (fornos, queimadores, etc.).
Proceda à imersão em um mikvê de todos os seus utensílios.
Consuma unicamente produtos com selo de casherut.
Observe o Shabat completo, desde o acendimento das velas até a havdalá.
Participe de todas as rezas de Shabat na sinagoga com a kehilá: Arvit, Shacharit, Minchá e Arvit ao final do Shabat com a havdalá.
Faça três refeições no Shabat e aceite convites de famílias religiosas para as refeições.
Participe das atividades da kehilá no Shabat (e todas as festas), como terceira refeição, aulas de Torá, leituras de livros em público, etc.
Frequente uma sinagoga diariamente, de manhã, à tarde e à noite, e participe de todas as rezas públicas: Shacharit, Minchá e Arvit.
Participe da vida cotidiana de uma kehilá com um Rabino e aceite as decisões do Rabino para a halachá e a kehilá.
Encontre um grupo de estudos semanal para estudar a Torá em um idioma que compreenda.
Esteja em contato permanente com uma família de adoção nas proximidades do seu local de residência, que o convidará para sua casa durante os shabatot e outras festas ao longo de todo o processo.
Inscreva seus filhos no sistema educacional religioso até os 18 anos.
Homens: coloquem os tefilin (filactérios) todos os dias na sinagoga com o minian, cubram a cabeça com kipá e vistam tsitsit.
Mulheres: usem saias abaixo dos joelhos, mangas abaixo dos cotovelos e cubram completamente os cabelos com um lenço, gorro ou peruca.
Façam todas as brajot (bênçãos matinais e vespertinas, após o banho, etc.).
Façam as bênçãos sempre antes de comer e depois da refeição, todos os dias do ano (bircot haneenin e acharonot, birkat hamazon).
Observem todos os jejuns e dias de luto nacional com a kehilá.
Observem todas as festas do calendário hebraico (yamim tovim, chanucá, purim, rosh chodesh, etc.) com a kehilá.
Vivam nas proximidades da kehilá que frequentam.
Dêem a tsedaká (caridade para os pobres) e o Maaser (dízimo - porcentagem dos ganhos) para a sinagoga ou qualquer instituição de caridade israelense.
Observem as leis de pureza familiar (de acordo com o ciclo da mulher).
Que a mulher conte os dias de pureza e vá ao mikvê uma vez por mês, de acordo com seu ciclo.
Não mantenham nenhum tipo de relações íntimas ilícitas proibidas pela Torá.
Caso sejam um casal, que se casem sob chupá e kidushin ao final do processo.
Caso seja solteiro/a, que aspire se casar algum dia com alguém que cumpra Torá e Mitsvot.
Ademais: você estará ao final do processo jurando perante Deus que cumprirá Torá e Mitsvot e todos os mandamentos dos Kha'hamim, dos rabinos.
No caso em que, depois de completado o processo, você por qualquer razão desista de cumprir Torá e Mitsvot, ou se junte a um cônjuge não-judeu/ia SUA CONVERSÃO SERÁ REVOGADA e não terá nenhum valor.
13) Minha esposa é judia. Por que ela tem que estudar comigo?
A vida de um judeu religioso envolve de perto as relações entre os casais e a vida cotidiana da família. Os dois, marido e mulher, são aos nossos olhos duas metades que se completam um ao outro. A vida diária é compartilhada, desde a alimentação e educação das crianças, até o sono. Não haveria lugar para um marido que quisesse que sua esposa fosse reconhecida como vegetariana, mas que quisesse continuar comendo carne. Se o marido não deseja acompanhar seu parceiro no sendeiro judaísmo é porque este não lhe é importante, portanto sua cônjuge não precisa se converter.
14) Há outros caminhos para quem tem simpatia pelo judaísmo, mas não tem pretensões de viver uma vida religiosa?
Sim, há os B'nai noa'h, que mantêm cada um sua própria vida e estatuto, mas que têm simpatia pela mensagem do judaísmo e que estão em contato regular conosco para estudar. http://es.noahideworldcenter.org/
15) Se eu começar a estudar, sou obrigado a completar o curso?
Não. O curso é sem compromisso - mas considere que uma turma com estas características requer um mínimo de participantes e se muitos alunos abandonarem o curso, isto poderia afetar os demais.
16) Se eu fizer o curso completo, é garantido que serei aceito no final?
Não. A conversão não é para todos. Se descobríssemos problemas psicológicos, traços de caráter que nos parecessem inapropriados, atitudes fora de nosso âmbito, poderemos cancelar seu processo a qualquer momento. O fato de aceitarmos sua inscrição NÃO nos obrigará a concluir seu processo. O Rabinato de Israel tem total liberdade de selecionar de acordo com seus próprios critérios aqueles que poderão converter-se e aqueles que não, mesmo que o candidato não possa entender porquê. Da mesma forma, você poderá interromper seu processo ou seus estudos conosco a qualquer momento.
17) A Conversão é reconhecida em todo lugar?
Depende. É preciso entender que conversão ao Judaísmo não é um diploma universitário com equivalência. Não existe um diploma universalmente aceito de Judaísmo que funcione como um passe livre e nenhuma congregação tem a obrigação de aceitar as conversões feitas por outras congregações, mesmo quando se trate do Grão-Rabino de Israel. Cada congregação escolhe aqueles que deseja acolher em seu seio de acordo com seus critérios, independentemente de nossa opinião, algumas comunidades inclusive não têm vocação para integrar conversos - e é bom que assim seja - e nós prezamos e respeitamos as autoridades locais de acordo com o conceito de "Mará deAtrá" que decidem os rumos de sua congregação dentro do que concebem ser o certo a seus olhos. Se você tem ambições de juntar-se a tal ou tal comunidade, compartilhe conosco e lhe indicaremos o melhor caminho.
Apesar disto, o Rabinato de Israel é a principal autoridade no assunto e é a única reconhecida pelo estado de Israel, e é a segurança de ser acatado como judeu pelas autoridades civis e sua opinião prevalece.
18) Posso assistir a uma aula para ver se me identifico?
Não. As aulas são confidenciais, não publicamos nem seu conteúdo, quanto menos a identidade de nossos alunos - não temos vocação ao proselitismo. Se quiser, tome contato conosco, apresente-se e eventualmente veremos o que fazer.
17) Qualquer um pode inscrever-se para o curso?
Não. Este curso é reservado a cidadãos israelenses
18) Quem não é residente permanente ou cidadão pode participar?
Não. Mas ainda assim poderá solicitar participação especial em duas etapas. Clique aqui
19) Gostaria de converter-me para retornar a meu país de origem e ser aceito lá como judeu
Será muito complicado. Para converter-se aqui você terá de comprometer-se com uma congregação, participar de toda a vida cultural, das rezas e dos eventos, frequentar famílias, etc. A intenção da conversão é integrar-se à vida em Israel. O Beit-din provavelmente rejeitará a opção de vê-lo converter-se aqui no afã de ser aceito em outras partes. O correto é que a congregação que queira aceitá-lo proceda com a conversão de acordo com seus critérios.
Caso tenha lido tudo o acima e esteja conforme com tudo, está cordialmente convidado a continuar com o registro:
Rab Benjamin Scialom (Haifa - Norte) - 0524314592