MAIS VALE TARDE, DO QUE NUNCA!
É o ditado popular que se adequa á situação.
Pois é, como já devem ter reparado, principalmente os que habitam na Feira, “o caixote” já foi mudado.
Como todos sabem, a obra de remodelação do centro da nossa Freguesia, na Feira, era reclamada desde há muitos anos, pelos vários executivos que por lá passaram. O executivo liderado pelo Prof. Mário Teixeira chegou mesmo a apresentar um pré-projecto à Assembleia de Freguesia de Nespereira e à Câmara Municipal de Cinfães (CMC) para possível financiamento. Infelizmente não foi possível à CMC avançar com aquela obra, possivelmente por falta de dinheiro, uma vez que os cofres da autarquia Cinfanense, sempre andaram com falta de liquidez. Mas como havia vontade de todas as partes em se avançar com a tal remodelação, a CMC lá colocou a obra a concurso e a obra lá apareceu.
Quero referir aqui que a CMC decidiu sozinha, sem ouvir a população Nespereirense, a Assembleia de Freguesia e a própria Junta de Freguesia, sobre a orientação do projecto. Não tornou possível aos Nespereirenses, que se quisessem pronunciar sobre o projecto, ou projectos, fazê-lo.
Esta obra não era uma simples estrada, não era calcetar um caminho ou até enterrar uns tubos para passar o saneamento, tratava-se simplesmente de alterar significativamente a aspecto do centro da nossa freguesia, o nosso centro. Por tudo isso, a população deveria ter sido ouvida sobre o projecto.
Não foi, pois isso seria atrasar o início das obras, ou seria o abrir de uma discussão sem fim, pois certamente nunca iria haver unanimidade no projecto. Mas se a CMC abrisse o projecto, ou projectos, á discussão isso seria uma forma inovadora de se fazerem obras, seria uma situação vanguardista a que os Nespereirenses, Cinfanenses ou até os Portugueses, não estariam habituados. Tais procedimentos levariam, no entender de alguns, a que o processo desse ‘um nó’ e então seriam mais uns anitos sem a merecida e necessária obra para a freguesia.
Eu como muitos outros, reservamo-nos a dar a nossa opinião quando o projecto apareceu num “placard” no local da obra e na “pomposa” mas necessária revista municipal.
Foram muitos os que desde logo levantaram objecções sobre a qualidade do projecto, pois para criticar basta dar à língua, sem que na maior parte das vezes haja razão para o fazer, mas a vontade de dizer mal ou até desdizer é lesta e contagiosa.
Eu, como alguns outros, desde logo disse que, não tendo tido oportunidade de me pronunciar em sede própria, só depois da obra feita é que poderia avaliar se estava bem ou se estava mal. No entanto marquei logo a minha discordância face á opção do acesso à Granja (uma má opção no meu entender), bem como a solução adoptada para os WC, que não seria a melhor.
Pois bem, passados todos estes meses a obra lá está. Acabada ou por acabar, não sei, pois parece-me que faltam alguns pormenores, mas “grosso-modo” é aquilo.
E “aquilo” afinal é o que para muitos ia ser. Um “desarranjo” * , sim um desarranjo, porque o que lá está foi “arranjado” **:
- Primeiro é o acesso á Granja, não preciso de dizer que ficou mal, para não dizer péssimo;
- Segundo, o Coreto, que deveria ter sido objecto de uma remodelação, arrumação ou até recolocação noutro local:
- Em terceiro as grades de protecção que pelo aspecto que têm são de fraco gosto estético, e de segurança duvidosa, principalmente para crianças pequenas;
- Em quarto lugar a pedra escolhida, uma vulgar pedra de muro rústico, quando e para o local em causa seria meritório pedra trabalhada, rectangular (ainda que pudesse ser do mesmo material);
- Por último, o “caixote” ou os “caixotes”, pois parece-me a mim que ainda lá falta um.
A solução encontrada foi, sem duvida nenhuma, vanguardista. Antes o WC era embutido no muro, não ocupava espaço nem chamava a atenção de um forasteiro. Mas como nestas coisas de estética e arquitectura, só as mentes brilhantes é que sabem o que é melhor e o que parece melhor, acharam que o WC ficaria muito melhor, instalado naquele “caixote”, assim toda gente que precise de o utilizar dará logo com ele, pois está bem à vista, apesar de estar a tapar a vista aos vizinhos.
Mas, também já me disseram que o “caixote” foi colocado naquele sítio, de forma a precaver que de Inverno, algum distraído automobilista que venha da Granja, não consiga fazer a curva e aproveite o “caixote” para “se aliviar” de tamanha queda.
Todos nós sabemos que os gostos são subjectivos e que nunca se consegue agradar a todos, mas neste caso acho que a CMC, cometeu um erro. Deveria ter ouvido a população e os seus responsáveis, não o fez e devido a essa decisão marcou decididamente o aspecto do centro da nossa Vila, que irá ficar assim por muitos e muitos anos.
PS. Este artigo está escrito e pronto para publicação desde meados de Março, mas adiei a sua divulgação, porque me disseram que a Junta de Freguesia de Nespereira, tinha convencido a CMC a alterar o local do “caixote”. Afinal a espera valeu a pena. Vejam.