1,2,3, VOU VOTAR OUTRA VEZ...

nenhum partido pode justificar “carneirismos”, pois a importância está nas pessoas, na sua capacidade, no seu projecto, e nos fins a que se propõe, e essas não são nem podem ser limitações impostas por símbolos, nem ideologias que se confundem cada vez mais, falemos nós de União Europeia, Governo da Nação, Câmaras Municipais ou Juntas de Freguesia..

Contas feitas, já o espírito S. Joanino dominará as atenções, quando voltar a estas linhas.

Ora, nessa altura já nós saberemos quem nos representará na Europa, durante os próximos anos, ou nalguns casos pelo menos, durante três ou quatro meses.

Como sobre o S.João, mais do que falar, o melhor é mesmo participar, vou debruçar-me sobre a segunda questão, da qual embora seja importante a participação, é não menos a reflexão que possamos eventualmente fazer.

O ciclo eleitoral que se avizinha, tem início com um acto eleitoral ao qual habitualmente se atribui (a avaliar pela participação) menos importância do que a qualquer outro.

Nada de mais errado.

Qualquer um de nós já se habituou a ver “plantadas” por terrenos, ruas, estradas e afins, placas de obras com o símbolo da União Europeia, como também qualquer um de nós faz hoje conversa corrente com termos como fundos comunitários, quadros comunitários, hoje de referência estratégica…

Quem não se lembra das lutas dos nossos agricultores sobre as quotas de produção de vários produtos? E tantos, tantos outros assuntos.

Pois bem, na esmagadora maioria das vezes quando pensamos nas eleições legislativas, avaliamos a capacidade dos governantes ou a expectativa que neles depositamos para gerirem os destinos do nosso país, onde se inclui e em grande medida, a gestão dos dinheiros que nos chegam da Europa…

Mais do que isso, quantas vezes avaliamos e pensamos em qual será o nosso voto para a Câmara ou para a Junta, em função do que os autarcas fizeram ou deixaram de fazer com os fundos comunitários???

Pois é…ao pensarmos em todos estes pontos, estamos a pensar na forma como a União Europeia, directa ou indirectamente determina o nosso dia a dia, a nossa qualidade (ou falta dela) de vida.

Então, porque razão olhamos nós tão leviana e superficialmente para as eleições europeias, quando são elas que vão definir quais os nossos compatriotas que serão (esperamos nós), os nossos mais próximos interlocutores junto da U.E.?!!!

Será porque os próprios partidos assim o encaram?

Uns “mandando” para estágio europeu alguns candidatos a autarcas, que assim garantem vencimento para os próximos anos, outros, porque aproveitam para reciclar políticos condenados ao fracasso “parlamentar” interno, e outros ainda, que mesmo não concordando com a “Europa”, tratam de lá colocar alguns dos seus “assalariados”, na execução da velha máxima: “se não os consegues vencer, junta-te a eles”“e aproveita o dinheirinho (acrescento eu)”.

Creio que devemos pensar nas coisas de forma séria e não esperar que ninguém pense por nós, nenhum partido pode justificar “carneirismos”, pois a importância está nas pessoas, na sua capacidade, no seu projecto, e nos fins a que se propõe, e essas não são nem podem ser limitações impostas por símbolos, nem ideologias que se confundem cada vez mais, falemos nós de União Europeia, Governo da Nação, Câmaras Municipais ou Juntas de Freguesia.

Mas se por acaso entenderem que o melhor mesmo é não perder tempo a pensar em assuntos desta natureza, então sigam o exemplo dado pelo humorista Bruno Nogueira num programa da TSF, onde dizia: “ Votem, porque as eleições europeias são as mais importantes…é aí que vamos escolher os tipos de que nos vamos livrar durante os próximos anos.”